Uma iniciativa de evangelismo carcerário, promovida pela Igreja Adventista do Centro-Norte Capixaba, tem se destacado na Penitenciária Regional de São Mateus. A instituição religiosa está implementando uma série de ações que incluem a operação de uma rádio interna, a formação de uma banda musical com os detentos, programas educativos e de reabilitação, bem como a participação em serviços artesanais e projetos de horticultura.

Com início às 8 horas e prolongando-se até o final do dia, a rádio é inteiramente gerida por internos, que assumem o papel de locutores. Três deles conduzem a programação, que contempla músicas gospel, programas de saúde, comportamento e relacionamento familiar. A iniciativa potencializa o desenvolvimento de habilidades na comunicação dos detentos.

Além da rádio, a entrega de mais de 2 mil livros tem estimulado a educação e o incentivo à leitura entre os presos. Em consonância com estas ações, está o desenvolvimento de habilidades artesanais, como a produção de vassouras e escovas a partir de PETs recicláveis, cujo resultado é vendido pelas famílias dos internos, e um projeto de horticultura que contribui para a alimentação e ocupação dos detentos.

Moabi Novaes, líder do projeto, declara: “Estamos testemunhando uma transformação notável na vida dos internos. Projetos como a rádio e a banda musical não apenas os ajudam a desenvolver novos talentos, mas também a reconstruir a autoestima e a planejar um futuro melhor.”

A igreja também apoia iniciativas como a banda dos detentos, fornecendo instrumentos musicais que incluem teclado, violão, guitarra, carron e violino. “A música tem se mostrado um poderoso veículo para expressão e terapia”, complementa Novaes.

Semanalmente um grupo de 28 internos participam de um curso de formação bíblica.

"Pedro", um detento da Penitenciária Regional de São Mateus e beneficiário das iniciativas de reabilitação da Igreja Adventista do Centro-Norte Capixaba, tornou-se exemplo de transformação. Com permissão judicial, ele hoje prega em igrejas, acompanhado de escolta.

"A experiência aqui mudou minha vida. Foi uma oportunidade de renascimento", afirma "Pedro", nome fictício adotado para preservar sua identidade.

O envolvimento familiar é outro aspecto fundamental do projeto, com famílias sendo convidadas para cerimônias de batismo e encontros especiais.

Gilmar Rodrigues de Almeida, Diretor Adjunto da penitenciária, ressalta que após o trabalho da igreja as mudanças são visíveis. “Os presos, após participarem das atividades religiosas, mostram mais tranquilidade e paz, o que é benéfico para o ambiente prisional como um todo.”

O trabalho com os presos também se estende à educação teológica, onde atualmente 28 internos participam de cursos e, sob a tutela de pastores locais, aprendem a pregar a palavra de Deus.

“A parceria com voluntários religiosos tem sido de excelência para todos. A rádio, por exemplo, tornou-se um canal de bênçãos, trazendo mensagens de fé e esperança para os internos e suas famílias”, completa Almeida, evidenciando a influência positiva do projeto.