Quebrando o Silêncio Aborda a Violência Obstétrica em sua 21ª Edição
Igrejas do oeste de Minas Gerais realizam ações de conscientização e acolhimento à mulher
Em um mundo onde a maternidade deveria ser uma experiência de alegria e amor, muitas mulheres enfrentam desafios sombrios durante a gestação, parto e o pós-parto. Para algumas delas, a jornada é marcada por pressão psicológica, relacionamentos abusivos, ausência de uma rede de apoio sólida ou pela violência obstétrica.
Com o objetivo de instruir, alertar quanto aos sinais e fornecer um ambiente seguro para as mulheres, a edição de 2023 do projeto Quebrando o Silêncio escolheu a violência obstétrica como tema central da campanha. As igrejas adventistas na região de Divinópolis-MG foram às ruas, perto das unidades de saúde, entregar conhecimento em forma de panfletos e revistas.
Ações do Quebrando o Silêncio
Ester Leal, a líder do Ministério da Mulher da igreja Adventista em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, conta que a campanha do Quebrando o Silêncio acontece nos oito países que compõem a divisão sul-americana e cada ano é uma nova abordagem do tema, trabalhando diferentes vertentes da violência.
"Quem ama cuida, apoia, acolhe, protege e também denuncia", exclamou Ester enquanto ministrava a palavra antes dos membros da igreja central de Divinópolis saírem para a ação externa. Em uma temática tão delicada quanto a violência obstétrica, é importante enfatizar que "precisamos estar mais aptos a acolher a amar ao invés de julgar e criticar, seguindo o exemplo maior de amor que este mundo já recebeu, o nosso Salvador [Jesus]".
Além dos materiais educativos essenciais, essa iniciativa contou com o apoio dos desbravadores. Eles auxiliaram com uma abordagem dinâmica e cativante para a conscientização, envolvendo o público mais jovem que se encontrava nas ruas, através da fanfarra.
Luta contra a violência obstétrica
A violência obstétrica engloba práticas desumanizadas, violência física, psicológica, sexual e procedimentos médicos desnecessários ou realizados sem o consentimento da paciente. A advogada especialista em direitos das mulheres, Dra. Mayara Brasil, relata que "no último ano, segundo o Datafolha, cerca de um estádio lotado [como o de futebol] por dia são mulheres que sofreram algum tipo de violência. Portanto, a conscientização é uma forma de diminuir esses números".
Desafiando o paradigma de que este é um tema exclusivamente feminino, Dra. Mayara esclarece que campanhas como o Quebrando o Silêncio são cruciais "para qualquer pessoa comprometida com os direitos humanos".
Sendo assim, "qualquer pessoa que esteja presenciando, vivendo ou acompanhando a violência de um vizinho ou conhecido, pode ligar para o 190 para que uma viatura da Polícia Militar seja encaminhada para o endereço imediatamente". Entretanto, se a violência não estiver acontecendo no momento da denúncia, mas é recorrente, deve ser feita através do 180, explicou a Dra. Mayara Brasil.
Rompendo o silêncio
A campanha do Quebrando o Silêncio tem impactado positivamente a vida de muitas pessoas ao longo do anos, incentivando a busca por ajuda e apoio. "Nós já recebemos várias histórias, inclusive, no início deste ano conheci uma mulher que, por intermédio do projeto, se entendeu como uma pessoa que sofria abuso psicológico e buscou ajuda", contou Ester.
Em casos de violência, não hesite e use os meios à disposição:
- Ligue 180 para denunciar;
- Acesse o Ouvido Amigo [acolhimento emocional] clicando aqui;
- Conheça mais sobre o Quebrando o Silêncio aqui.