Mensagem de ano novo - O Bom do Melhor
Conselhos para lembrar 2013 e viver 2014
Não existe ano que não acabe. Nem hoje que não vire ontem. Se o tempo só vai pra frente, pra que atrasar os ponteiros? Ou engatar marcha-ré ladeira abaixo? Entenda de uma vez, antes que seja tarde demais: olhar pra trás enxergando o que passou é ordem imediata pra se desprender – do ontem, da mágoa, do que foi. Isso mesmo! Levantar âncora, bater a poeira, virar a página e seguir em frente no roteiro da sua vida digna de um épico “feliz para sempre”. Está longe disso? Ora, então é porque não chegou ao fim. E ponto final. Ou vírgula, de uma poesia que avança recitada por Deus.
Pelo menos eu, quando penso no que larguei pra trás, fico pasmo perante tantas performances. Sobre o palco do meu ano que me equilibrei, sapateei, talvez até esperneei. Convivendo com tantos seres, alguns visíveis e muitos invisíveis, vi coisas boas e más. Conheci pessoas do bem e me chateei com os anjos do mal. E nesta dança de passos trôpegos, chamada “sobrevivência”, até acertei o ritmo das intenções heróicas, mas perdi o rebolado nas atitudes humanizadas. Pois já que tudo o que o ser humano põe o dedo vem com pecado junto, erraram muito comigo – e como! – só que eu também errei muito com outros – nem fale!
Ok, e agora? Ficar remoendo as pedras de tropeço ou mirar o horizonte de seus anseios mais nobres? Olhar pessoas ou sentir com a alma? Eu ainda acredito que aquilo que machuca o coração é o que amadurece o caráter. Não dos que usaram de má fé contra você, e sim, da sua fé superficial que se tornou abissal, profunda e grandiosa. Ou você acha que o tamanho de um grão de mostarda se conquista sem angústia, silêncio e incoerência? Nem pensar! Do lado de cá do Céu, o Getsêmani de cada um de nós sempre incluirá o beijo da traição, a solidão da madrugada e a perseguição incompreensível. Com uma diferença: o Salvador estava acima de qualquer suspeita, e nós rastejamos bem abaixo da natureza perfeita.
Portanto, julgue a si mesmo bem antes de se tornar algoz alheio. Se pegaram no seu pé, ofereça a mão. Tombou? Reinvente-se de joelhos dobrados superando a frustração da rasteira. É na luta com Deus que se ganha a batalha dos homens. Se Ele é capaz de por rédeas aos ventos regendo a força dos mares, não surpreenderá norteando sua preciosa vida? Não duvide: o melhor de tudo está sempre um pouco adiante! E no abraço dos Céus você ressurgirá das cinzas desta Terra.
Quando lembro que, tempos atrás, quase perdi as duas pessoas que mais amo no mundo – minha esposa e filha – sinto um calafrio imediato despertando minha apatia. Reclamar do quê? Passar de raspão na terrível possibilidade de lamentar num cemitério enxuga imediatamente qualquer lágrima provocada por outros seres mais falíveis. Se Deus libertou nossa família da tragédia de um acidente, por que eu iria me incomodar com um sapato apertado? Jamais! À sombra do muito pior, não deixarei que o melhor estrague o maravilhosamente bom. Se minha vida está sob as vistas do Senhor, valorizarei os alicerces firmes da minha felicidade ainda que a tinta do arranha-céu pareça um tanto pichada. Afinal de contas, “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o SEU propósito” (Romanos 8:28 – grifo acrescentado e importantíssimo!).
E você? Precisa se desamarrar dos outros, ignorar certas coisas, e re-iniciar seu hard-disk de boas lembranças? Não permita que a esperança seja eclipsada pela irrelevância. Aqui na minha sala, com uma princesa no colo e uma rainha nos braços, percebo a verdadeira benção do meu ano. Olhando pra cima, e até um pouco envergonhado, agradeço a Deus por me “desconsiderar algumas vezes” me considerando tanto em todas as outras. Se o que não deu certo foram apenas arranhões, o que deu certo nos átrios da providência divina foi tão incrível cujo reconhecimento não cabe nas palavras.
Obrigado, Senhor! Por sempre me amar como não faço por merecer. Por um ano infinitamente além da minha visão de aquém. E pela vida eterna que ficou ainda mais próxima após este 2013.
Em família. Que é tudo.
Pr. Odaílson Fonseca