Notícias Adventistas

Educação

Educação adventista acompanha desenvolvimento dos alunos

As escolas procuram auxiliar na melhora da saúde das crianças e contribuir para um crescimento saudável.


  • Compartilhar:
Merlen Grellert é a nutricionista responsável pelas escolas adventistas no sul do Rio Grande do Sul. (Ariany Nascimento)

O Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que 13,2% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade são consideradas obesas de acordo com os índices do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde. Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Em 2022, até o início de outubro, o Sistema Único de Saúde (SUS) acompanhou mais de 4,4 milhões de adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde. Desses, quase 1,4 milhão foram diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou obesidade grave. 

O sobrepeso e a obesidade são principais catalisadores de problemas psicológicos, cardiovasculares, endócrinos e reprodutivos. Em crianças e adolescentes é resultado de fatores genéticos, individuais, comportamentais e ambientais, presentes nos contextos familiar, comunitário, escolar, social e político, de acordo com o Ministério da Saúde.

 Nas escolas adventistas, a saúde das crianças é um dos pilares importantes a se tratar. Com uma nutricionista que atende às unidades escolares, cantinas, e procedimentos sanitários  são avaliados de acordo com o esperado pela legislação e pelas diretrizes da instituição, e uma avaliação nutricional antropométrica (pesar e mediar a altura dos alunos da Educação Infantil e Contraturnos) é realizada semestralmente.  

A nutricionista acompanha o desenvolvimento dos alunos, medindo tamanho e peso. (Foto: Ariany Nascimento)

Merlen Grellert, a nutricionista responsável pelas escolas da Associação Sul rio-grandense (ASR), realiza este trabalho há quatro anos na Rede Adventista e já viu resultados nos alunos. Um dos momentos mais significantes no dia da visita é quando, um por um, os alunos sobem em uma estrutura com uma régua medindo um metro e meio para saberem a altura e, logo depois, em uma balança para registrar o peso. Ao fazer esse trabalho duas vezes ao ano, Merlen consegue acompanhar níveis de crescimento das crianças necessários para serem saudáveis. 

Um trabalho além das medidas

Um dos casos mais marcantes para Merlen foi de uma aluna do contraturno (seguimento ofertado pela unidade escolar para alguns alunos que necessitam permanecer no turno inverso das aulas, esses recebem almoço e lanche durante o período) que, ao realizar suas medidas, foi observado um déficit de crescimento de um semestre para o outro. Ao entrar em contato com e em conjunto com as professoras, investigar esta alteração, descobriram que a aluna estava tendo dificuldades com a separação dos pais. Isso refletiu no crescimento dela. “Só por pesar e medir, descobrimos que havia algo de errado e foi possível ir atrás e cuidar dessa aluna, o que possibilitou atenção maior às suas refeições no ambiente escolar para garantir a retomada de crescimento”, conta Merlen.

O trabalho realizado nas escolas faz parte das doze ações na legislação brasileira que promove a saúde nas escolas. Dentre elas estão a promoção da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil. Para ver a lista completa clique aqui. Do ponto de vista sanitário, a lei também ressalta a importância de acompanhar a saúde coletiva e assegurar que as escolas estejam dentro dos padrões considerados saudáveis para as crianças e professores. É necessário que cada escola tenha um profissional da área da saúde para realizar esse acompanhamento. 

Apenas por medir e pesar as crianças, Merlen consegue identificar possíveis problemas de saúde que a criança possa ter. (Foto: Ariany Nascimento)

Devido a isso, o trabalho da Merlen se estende aos zeladores da escola e aos cantineiros também. A nutricionista realiza treinamentos com os profissionais da higienização e mantêm estratégias de controle e acompanhamento dos alimentos sendo servidos nas cantinas escolares. Nas instituições adventistas, a alimentação, além de seguir a legislação estadual, também segue os princípios de saúde da igreja adventista. Nas cantinas e restaurantes, uma alimentação ovo-lacto vegetariana é adotada e asseguradas refeições balanceadas. 

“Esse trabalho contribui para um melhor desempenho acadêmico, uma vez que uma alimentação saudável está diretamente relacionada com o rendimento escolar. Além disso, acredito que um comportamento alimentar saudável desde cedo pode trazer benefícios ao longo da vida”, diz Silvana Santos, coordenadora da educação infantil no Colégio Adventista de Porto Alegre. Colégio este que procura atender às necessidades dos alunos e trabalha sempre em parceria com a Merlen.

Merlen atende às escolas adventistas há mais de quatro anos. (Foto: Ariany Nascimento)

Merlen Grellert é graduada em nutrição pela Universidade Federal de Pelotas. Ela também fez residência em saúde da criança, concluiu seu mestrado em nutrição e alimentos. Atualmente, Merlen atua como nutricionista para as unidades escolares e instituições adventistas da Associação Sul Rio-grandense.

“Quando eu vou às escolas, eu não só assino o papel para liberar a escola. Acredito no trabalho que faço como algo essencial para nossas crianças. As unidades escolares adventistas se preocupam tanto com esse fator que contratam uma profissional da saúde para realizar esse trabalho. Isso, para mim, é muito incrível”, diz Merlen.