Faça o que falo mas não faça o que faço! Quem nunca viu isso acontecer? É muito comum citarmos isso quando falamos para pais, sobre educação de filhos. Costumamos ensinar aos pais que a coerência entre o dizer e o fazer é essencial à educação. Isso porque aprendemos por preceito e exemplo. Crianças que ouvem os pais dizerem algo e fazerem outra coisa irão concluir que o que o pai diz não é importante, ou que regras não precisam ser seguidas, ou que incoerência é algo normal, entre outras coisas.

Acontece que nós, humanos, de certa forma valorizamos a coerência. Quando algo se torna incoerente podemos experimentar o que chamamos de dissonância cognitiva. Se eu acredito em duas coisas que são contrárias, essa desarmonia de pensamento - a dissonância cognitiva - gera um incômodo e me vejo obrigada a encontrar um pensamento que harmonize os dois pensamentos opostos ou a abandonar um deles. O mesmo ocorre quando uma crença entra em conflito com uma ação. Aí sentimos necessidade de criar uma boa desculpa para justificar a contradição, ou nos posicionarmos de um só lado.

Esse fenômeno ocorre em vários aspectos de nossa vida, inclusive na vida espiritual. Nossa espiritualidade fica prejudicada quando reagimos à dissonância cognitiva tentando harmonizar o certo com o errado. Nesse contexto o que costumamos fazer é gerar confusão, negociar princípios, o que torna nossa fé mais fraca, e menos preparadas para momentos desafiadores de nossa jornada espiritual.
Nossa saúde mental está diretamente relacionada com o senso de coerência. Sinto que não estou mentalmente bem quando começo a identificar incoerências em mim. O mesmo ocorre com nossa saúde espiritual! Estamos iniciando um novo ano. Se você deseja investir em algo este ano, aconselho que invista no aperfeiçoamento da coerência em sua vida. Seus relacionamentos familiares, profissionais, sua fé e a forma como você se vê serão positivamente afetados com isso. Suas bases estarão mais seguras e você terá os acordes certos para responder às dissonâncias que possam ocorrer!