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Missionária leva mais de 50 mulheres ao batismo na Cadeia Pública de Roraima

Através de estudos Bíblicos missionária Dulcinéia Cordeiro levou mais de 50 mulheres ao batismo na cadeia pública feminina de Roraima, e mais 40 continuando estudando a Bíblia.


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“Existia a frase que bandido bom é bandido morto, mas eu digo que bandido bom é bandido salvo pelo sangue de Jesus.” É assim que a missionária Dulcinéia Cordeiro define o combustível de seu ministério.

Missionária Dulcinéia Cordeiro com detentas que acabaram de ser batizadas.

“Em Roraima me colocaram no setor das apenadas com mais de 200 anos de prisão e eu não entendia por que, quando cheguei para falar com elas eu travei, não sabia o que falar para aquelas mulheres condenadas a morrer naquele lugar. De repente eu ouvi a voz do Espírito Santo me dizendo para elas jejuarem por 40 dias”, conta a Dulcinéia.

Com oração e jejum essa mulher missionária enfrenta suas lutas e ensina as detentas

E a transformação começou antes mesmo dos estudos bíblicos. “Quando eu voltei no sábado seguinte, mais de 20 mulheres estavam jejuando e eu vi as mãos de Deus naquele lugar,” emocionada explica ela.

Estudos Bíblicos

Foram dois meses de desafios e lutas espirituais para realizar os estudos bíblicos e visitas semanais à cadeia. “Toda semana acontecia um problema novo, era o carro que quebrava, ou chovia bem na hora de sair de casa, eu adoecia, mas Deus me sustentava e assim eu conseguia chegar lá”, conta.

E as mudanças entre as internas a cada dia se tornavam mais visíveis ao ponto de serem notadas por todos do sistema prisional. “As internas que começam a estudar a Bíblia e serem acompanhadas pela missionária mudam significativamente de comportamento e isso nos ajuda muito a fazer o trabalho de ressocialização delas, que é nosso maior desafio,” detalha a diretora do presídio Adriana de Paula.

Foram dois meses para cada estudo bíblico com grupos de 20 a 40 mulheres

A cada semana os corações ficavam mais contritos e as pouco as decisões pelo batismo foram surgindo em 2022, depois de seis meses de estudos, 26 mulheres desceram às águas e este ano na primeira ação mais 28 disseram Sim para Cristo e foram batizadas em uma linda cerimônia realizada dentro do presidio. E os estudos continuam com os grupos que antes recusaram.

Superação

Elisabeth Silva, 45 anos, foi condenada há 30 anos de regime fechado por tráfico de drogas, e na prisão conheceu os piores sentimentos da sua vida. “Eu me vi só aqui, meus amigos que eu pensei que tinha, sumiram, a família que dizia que me amava, nunca veio me ver. Até meus filhos me abandonaram, foram momentos muito difíceis”, relata.

Ela foi uma das primeiras a aceitar os estudos bíblicos da missionária e ser batizada no início do ministério na cadeia. “O vazio que me matava todo dia, foi preenchido por Jesus, algo que eu não conhecia, hoje eu tenho paz, vivo aqui, mas sei que Deus está comigo e que cuida de mim”, conta emocionada.

Mais de 50 mulheres já foram batizadas através dos Estudos Bíblicos levados pela missionária

Milagres

Entre as detentas no sistema prisional de Roraima uma mulher se destaca em todos os aspectos. Condenada há 380 anos de regime fechado, por diversos crimes entre eles pedofilia, Lidiane Foo, hoje com 40 anos, há 15 anos perdeu a liberdade, depois de ser apontada como líder de uma rede de exploração sexual de menores. Foi capa de todos os sites de notícias do Brasil e destaque nos telejornais. “Eu não sabia que era crime o que eu fazia, eu fui criada assim, ainda criança fui estuprada e sempre foi levada para ter relações com homens mais velhos, então para mim, era normal, hoje sei que estava errado e me arrependo de tudo que fiz e do mal que causei as pessoas e estou pagando por tudo que fiz", conta.

Lidiane foi uma das últimas a aceitar o convite e até mesmo conversar com a missionária Dulce.” Lidiane era a mais mulher dura daqui ela me olhava com raiva, mas Deus transformou o coração dela”, lembra a missionária.

Lidiane sendo batizada e nascendo para uma nova vida

Lidiane foi a última a se batizar na cerimônia e não conteve as lágrimas diante do renascimento. “Quando eu desci nas águas senti Jesus me abraçando, me perdoando e me dando uma nova vida. Agora vou me dedicar a Ele, quero pregar desse amor e ajudar as mulheres aqui dentro, porque sei que não vou sair daqui. Mas hoje eu sou livre, eu sou liberta, mesmo atrás desses muros”, desabafa Lidiane.

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