Jovens de Cuiabá se preparam para missão transcultural
Conheça os missionários que foram consagrados no Congresso de Missões Ekballo
15 jovens de Cuiabá estão se preparando para participar de missões no Amazonas, Bolívia e em Guiné Bissau. No congresso Missão Ekballo, que aconteceu entre 31 de março a 02 de abril no Distrito Residencial Coxipó, eles tiveram a oportunidade de participarem de uma consagração para este trabalho. O congresso focou em missão transcultural e evangelismo. Cerca de 400 pessoas participaram do evento, que durou três dias. O congresso teve duplo objetivo: fomentar as missões locais e despertar missionários transculturais.
Foram disponibilizados aos participantes a oportunidade de serem missionários dentro do próprio campo. Isso porque no leste de Mato Grosso já existem vários projetos de missão, que foram abordados no evento como os temas: Missão Ekballo Libertos - evangelismo no presídio feminino e masculino em Cuiabá; missão Ekballo Ombro amigo - Evangelismo no asilo; Ekballo Missão Urbana- Evangelismo nas ruas com mendigos, moradores de rua e refugiados, além da Ekballo Missão Calebe - Evangelismo jovem.
Quanto à missão transcultural, foram abordados três projetos: Missão Amazonas, Missão Bolívia e Missão África. Entre os vários palestrantes, estavam presentes o pastor Fábio Lúcio, presidente da Associação Leste Mato Grossense e o pastor Matheus Tavares, líder da União Centro Oeste Brasileira da igreja Adventista.
O Pr Joelson Ferreira, responsável pelo distrito, afirma que o Congresso de missões Ekballo é a realização de um sonho depois que ele retornou da missão na África. “Fiquei motivado a mobilizar e capacitar os jovens e a igreja para a missão local e transcultural”, relata. Ele ainda ressalta a emoção de participar da consagração de 15 missionários que participarão de missões no Amazonas, Bolívia e em Guiné Bissau.
Héber Samir, membro da igreja do Porto em Cuiabá, fala sobre o conglomerado de experiência o congresso proporcionou. “Através dos depoimentos das pessoas que já realizam o ativismo missionário em outros países, foi possível contextualizar os desafios culturais, de ambiências, de logísticas”, conta. Ele ainda afirma que o mais importante foi através dos testemunhos aprender como o mover de Deus vence todas as circunstâncias que impactam em uma missão missionária. “Vale ressaltar também a bandeira missionária como um propósito de todo Cristão, bem como a compreensão detalhada dos processos que elaboram essas missões. Isso foi muito positivo”, acrescenta.
Membros motivamos preparam-se para a missão
Ânderson Magno está se preparando para uma missão transcultural que vai acontecer em janeiro de 2024 em Gnebsal, na África. Essa convocação aconteceu no Congresso de Missões Ekballo e foi marcante para o jovem. “Foi a primeira vez que vi algo assim acontecer em uma igreja local, e fico feliz que tenha sido a minha. Se senti impactado, pois nos apresentarem a importância da missão num aspecto global. A gente só conhece por vídeo e informativos mundiais no sábado, né? Então ouvir testemunhos de pessoas reais perto de você faz com que a gente sinta vontade de fazer parte disso”, descreve. Handerson também salienta a importância de participar de missões para cumprir a profecia que está na bíblia, no livro de Mateus, capítulo 24.
Eloiza Moraes também foi marcada pelo congresso. “Ouvir as histórias de outros missionários me motivou bastante a voluntariar para uma missão”, conta. Ela revela que ficou atenta aos conselhos sobre choques culturais: “o meu maior medo quando eu fui me voluntariar foi a diferença cultural em relação à comida. Mas eu aprendi também que obstáculos sempre vão existir, mas temos que enfrentá-los, porque o nosso objetivo é cumprir o que está na Bíblia e esse é o nosso maior anseio, né?”, questiona. Ela se voluntariou para participar da Missão Amazonas.
Adriana Foronda Fernández é boliviana, e mora há 10 anos no Brasil. Sua relação com a missão é antiga, pois conheceu a igreja adventista por meio do programa Bíblia Fácil, na Novo Tempo. “Lembro que liguei a TV e li o pastor Arilton respondendo perguntas sobre o apocalipse. Nunca tinha ouvido falar sobre o assunto e fiquei impressionada”, conta. Ela explica que, na sua cultura, não se fala sobre a mensagem de salvação e por isso ela ficou curiosa e decidiu fazer estudos bíblicos. “Solicitei os estudos pelo telefone e quando comecei a ler tudo aquilo, meus olhos se abriram”, exclama. Apaixonada pelo que descobria da palavra de Deus, Adriana procurou a igreja adventista mais próxima para ser batizada (até naquele momento ela morava em Brasília). Entretanto, um problema impedia o ato: “por ser estrangeira e não ter curso superior, não conseguia achar um emprego em que pudesse guardar o sábado”, conta.
Essa desilusão motivou que Adriana largasse tudo em Brasília e viesse morar em Cuiabá, Mato Grosso. “Isso foi em 2017 e mesmo não tendo conseguido novamente trabalhar em um lugar onde pudesse guardar o sábado, nunca desisti do caminho”, confessa. Ela começou a frequentar os cultos de uma igreja adventista perto de sua casa e, mesmo não sendo batizada, atuava ajudando os ministérios. “Orava fervorosamente para que Deus tocasse no coração das pessoas do trabalho para me liberarem no sábado e depois de muito tempo, tive essa graça”, exclama. Depois disso, foi questão de tempo para que ela realizasse o sonho de se tornar adventista do sétimo dia.
Depois de tantas bençãos, não teve um dia que Adriana não pensasse em retribuir ao senhor o seu amor por meio do trabalho dedicado a obra. “Deus me permitiu ficar trabalhando no mesmo lugar para testemunhar para ex - adventistas e amigos que viram o meu desenvolvimento no local”, explica. Ela é a única funcionária que não trabalha aos sábados em uma rede de 10 lojas. Por isso, ao receber o chamado no Congresso de Missões Ekballo seu coração se encheu de alegria.
“Preciso compartilhar a mensagem que tanto me surpreendeu e mudou a minha vida!” anseia Adriana. No evento, ela conta que entendeu que precisava ir mais além na pregação do evangelho. “Sempre tive no coração que eu precisava falar de Deus para o meu povo. Falar que Jesus vive, que ele virá nos buscar e que precisamos nos preparar”. É por isso que nas próximas férias, Adriana fará a missão Bolívia. “Estaremos na cidade de Santa Cruz e por ser uma comunidade carente, há tanta coisa a ser feita! E se tenho a dizer sobre a missão e programas de treinamento para missionários é que com toda a certeza, eles mudam vidas”, finaliza.