A região serrana do Rio de Janeiro recebeu, nos dias 10 a 13 de março, a carreta solidária, uma unidade de atendimento móvel mantida pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). A ação aconteceu um ano depois da tragédia causada pelas chuvas, que vitimaram dezenas de pessoas na região e deixaram milhares de desalojados e desabrigados.

Durante os quatro dias da ação, a carreta percorreu Petrópolis, Mesquita, Nova Iguaçu e o centro do Rio de Janeiro, locais que ainda sofrem as consequências da tragédia. Mais de 240 voluntários se uniram à causa, ajudando na distribuição de aproximadamente três mil refeições (entre desjejum e almoço), na doação de mais de 1.600 peças de roupas e em cerca de 400 cortes de cabelo, além de assessoria jurídica e atendimentos médicos. Todos os serviços foram realizados gratuitamente, e beneficiaram mais de 4.400 pessoas.

Segundo o líder da ADRA Brasil, Fábio Salles, a ação é um testemunho do compromisso da ADRA em oferecer ajuda humanitária e apoio à comunidade carente. "Esperamos fazer a diferença na vida das pessoas que ainda sofrem as consequências daquela tragédia", pontua.

Um alívio para quem sofre

Voluntária, a médica Luciana Brotto ficou emocionada ao constatar a situação das pessoas que vivem nas ruas. “Sei que é um alívio momentâneo. A pessoa está com dor, damos o remédio que alivia ou lavamos e fazemos curativo naquele machucado que estava sujo. Isso leva a pessoa, de alguma forma, a agradecer a Deus a bênção de ter alguém cuidando dela naquele momento. São pequenas ações, mas que fazem a diferença, pois mostramos o amor de Deus por cada uma delas”, disse Luciana, que já participou de missões transculturais na Índia, Guiné-Bissau, Piauí e Rondônia.

De morador de rua a voluntário

"Estar aqui hoje, para mim, é uma alegria, pois ações assim fazem toda a diferença na vida dessas pessoas que estão nas ruas. Eu já passei por isso e sei que estamos fazendo muito mais do que apenas uma ação. Estamos mostrando acolhimento, que é o que elas mais precisam", destacou Cláudio Braga, que deixou as ruas ao conhecer o projeto Casa Esperança, organizado pela Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, e participou da ação da ADRA.

Altruísmo

A história de Claudiomar é um exemplo de dedicação e altruísmo. O resgatista foi um dos afetados pelas chuvas e deslizamentos que ocorreram em Petrópolis em 2022, mas não deixou sua profissão de lado. Depois de retirar sua família em segurança dos escombros e levá-la para um abrigo, ele retornou ao local dos fatos para ajudar as pessoas que haviam sido afetadas e feridas.

Foi durante essa missão, no ano passado, que Claudiomar viu a carreta da ADRA chegar com ajuda aos moradores. Ele se impressionou com a iniciativa e se colocou à disposição para ajudar. Neste ano, quando soube que a carreta voltaria à cidade, procurou os líderes da organização para ser voluntário novamente. Chegou ao local às 6h da manhã e permaneceu até o último momento, deixando claro o seu comprometimento com a causa e sua crença no poder da solidariedade em tempos difíceis.

A carreta solidária

O caminhão adaptado, de 45m² de área útil, está dividido em três compartimentos: o primeiro é uma cozinha usada para o preparo de refeições quentes, o segundo é uma lavanderia para a lavagem e secagem de roupas, e o terceiro é uma sala para atendimento psicológico.

Para mais informações, acesse o site da Adra.