Projeto Cantando e Contando Histórias de Jesus comemora 11 anos em Sapiranga
Programa já atendeu milhares de crianças em escolas públicas estaduais e municipais no Rio Grande do Sul
O Cantando e Contando Histórias de Jesus surgiu há 11 anos em Sapiranga, Sul do Brasil. Tudo começou quando Rosa Ceconi e suas amigas, Sueli Spies e Loreni Grasel decidiram se unir para contar histórias da bíblia para crianças, nas escolas públicas da cidade.
UM ESPÍRITO MISSIONÁRIO
No último mês, em agosto, foi celebrado os 200 anos do Quebrando o Silêncio (QS). O projeto Cantando e Contando Histórias de Jesus esteve presente nas escolas estaduais e municipais para falar sobre o tema do ano: violência psicológica e abuso.
Através de encenação teatral, histórias e músicas, o trio orientou e informou os pequenos estudantes sobre a temática. Apenas no mês de agosto, mais de 400 crianças assistiram suas palestras.
Mesmo após a data do QS, as contadoras de histórias continuam realizando o projeto de alerta à violência psicológica e abuso durante todo o ano de 2022 nas escolas da cidade.
Uma das visitas escolares ocorreu no Instituto Estadual Professora Nena CIEP. Segundo a professora Margit Sintia Schwingel, “a Dona Rosa é uma pessoa muito querida e sempre muito bem-vinda em nossa escola! Ela já é de casa. Os alunos a conhecem e adoram os teatros e as músicas que aprendem com ela e sua equipe maravilhosa.”
Para ela “a temática abordada sobre proteção, abuso e violência, foi apresentada para as crianças de uma forma leve e respeitando a individualidade de cada um. Deixando as crianças à vontade para tratarem sobre esse assunto tão delicado.”
E que “todas as crianças deveriam ter acesso a esse acolhimento e se sentir com confiança para denunciar todo tipo de abuso. Nossa gratidão pelo trabalho da dona Rosa e toda sua equipe!”, enaltece.
Todas as turmas receberam a revista do QS infantil deste ano ‘Palavras que marcam’ para que os professores continuem trabalhando o tema em sala de aula, junto com as músicas infantis do projeto. A programação foi oferecida aos adolescentes com outra abordagem, apropriada à idade deles.
FAZER O BEM É MELHOR DO QUE RECEBER
Além do Instituto Estadual Profª Nena CIEP abrir as portas ao projeto Cantando e Contando Histórias de Jesus, a escola também disponibiliza suas dependências para que o Clube de Desbravadores e Aventureiros realizem suas atividades semanais.
Como forma de agradecimento, os desbravadores e aventureiros cortam a grama e pintam o pátio da escola todos os anos.
Alguns alunos passaram a frequentar o Clube de Desbravadores e Aventureiros após conhecerem o projeto de Rosinha e suas amigas. Uma professora que assistia o projeto passou a frequentar a igreja adventista e decidiu se batizar.
UMA VIDA COM PROPÓSITO
Antes mesmo de se unir a suas amigas, Rosa Ceconi já exercia o ministério de cantar e contar histórias para crianças desde a juventude. Hoje com 67 anos, ela conta como tudo isso começou. Relata que “desde criança queria estar perto de Deus”. A missão de falar sobre o Jesus, já pulsava em suas veias.
Rosa andava quilômetros para estar na igreja e ajudar o padre nas atividades da capela. Aos 22 anos, conheceu a Igreja Adventista e passou a trabalhar em prol das pessoas a seu redor.
Pela afinidade que seu histórico de professora, durante 5 anos, lhe trouxe, decidiu investir nas crianças, aqueles que poderiam no futuro se tornar adultos melhores.
De vez em quando, a professora Rosinha, como é conhecida, é impressionada nas ruas ao ouvir algum adulto chamar seu nome e dizer que já ouviu suas histórias na infância.
Para ela, é um privilégio trabalhar em uma causa tão nobre. “Eu faço pelas crianças, eu amo as crianças. Isso também me alegra e me deixa feliz. Eu sinto uma sensação de trabalho realizado”, enfatiza.
UM GRANDE DESAFIO A SER SUPERADO
Mesmo com uma condição rara e autoimune que a acompanha há 43 anos, a doença de Crow, Rosa Ceconi insiste em continuar a pregação do evangelho por onde passa. Foram vinte cirurgias e um ano de internação tentando lhe atrapalhar, mas ela preferiu usar seus dias por uma causa tão nobre quanto a vida, apresentar Jesus para os pequeninos.
Rosinha conta que um médico chegou a afirmar que ela poderia escolher morrer trabalhando ou morrer em casa sem fazer nada, devido a condição de sua doença. Logo, Rosa preferiu trabalhar para quem, segundo ela, lhe deu a vida, se referindo a Jesus.
“Embora eu só vá terminar meu trabalho quando eu morrer. Sinto uma ansiedade de saber que muitas crianças não conhecem a Deus e ficam à mercê de abusos e são tristes.
Isso (o projeto) me satisfaz, me dá alegria. Sinto que Deus quer que eu faça isso por eles (as crianças). Me sinto com meu dever cumprido,” ressalta a missionária.
IMPECILHOS NO MEIO DO CAMINHO
Através de cenários construídos e decorações idealizadas por ela mesma, utiliza-se dos recursos que possui para realizar o teatro bíblico da melhor forma possível. Os alunos se transformam em personagens e a história contada cria vida dentro da sala de aula.
“É incrível ver o comprometimento e a satisfação com que assumem o papel no teatro. Uma vez um menino me disse ‘Eu não conhecia esta história de Davi. Vou contar para meu avô que hoje fui o Davi da história’.”, relembra.
Antes da pandemia, Rosa atendia as escolas uma vez por semana e em datas comemorativas. Hoje, tenta se dedicar ao projeto pelo menos uma vez ao mês. Para atingir o objetivo de transmitir uma mensagem eficiente, ela reescreve a história da bíblia de forma que a criança compreenderá e faz perguntas para comprovar a compreensão.
Em suas palestras é ensinado princípios de fidelidade e amor, autoestima e compaixão, com aplicação para o contexto e vida das crianças. Rosa lembra que em muitas vezes, algumas crianças se emocionaram ao se enxergarem nas histórias.
“Fico cansada e esgotada, mas na outra semana estou de volta. É o que me mantém viva”, conta.
Rosa não tem dimensão de quantas crianças já assistiram sua programação, mas lembra que em 1996, aos seus 23 anos, uma escola pediu que ela cantasse histórias da Branca de Neve, porque temiam ela estar cantando sobre sua igreja. Caso ela não fizesse, seria impedida de cantar e contar suas histórias. Ela se recusou e disse que só cantaria se fosse sobre a bíblia.
Devido a sua recusa não poderia mais realizar suas apresentações. Porém, quando os alunos souberam, fizeram um protesto em frente à escola com o lema “queremos historinha, queremos professora Rosinha”. Desta forma, a escola aceitou as histórias de Jesus que Rosa contava e disse que se responsabilizaria com os pais.
PREGANDO O EVANGELHO DE CRISTO
Através do projeto Cantando e Contando Histórias de Jesus, rosa e suas amigas, tiveram a oportunidade de ver crianças com esperança e professores entusiasmados. Rosa destaca que se apresentam como as professoras de Jesus que falam de princípio bíblico, sem mencionar nome de igreja.
Elas oram com os alunos e professores e recebem a devolutiva das crianças, de que estão orando e lendo a Bíblia em casa. Elas também realizam programas especiais aos professores, como a Páscoa, e aos alunos adultos do ensino médio.
Pastor o pastor da igreja adventista de Sapiranga, Leonir Rellinger, “esse projeto que ela faz com as crianças a motiva a continuar vivendo e estar sempre ativa fisicamente, mentalmente e espiritualmente. E estar com crianças sempre nos contagia.
A escola nos recebe de braços abertos sempre. A diretora disse que a irmã Rosa é um anjo, por trazer essas mensagens para as crianças. Eu tenho certeza de que quando eles (crianças) saem dessas programações, eles saem felizes e chegam em casa e compartilham essa felicidade.
Com isso a gente pode testemunhar e falar do amor de Jesus para as crianças, professores e, de tabela, aos pais”, conclui o pastor. A vida de Rosa é um verdadeiro milagre, e ela utiliza seus dons para anunciar a volta de Jesus a todos. Quer você fazer o mesmo hoje?