Cinco irmãs são batizadas pelo pastor e professor faixa preta em jiu-jitsu
Elas foram batizadas no Dia Mundial do Desbravador, pelo pastor Paulo Venâncio, que também é professor faixa preta no esporte.
A mãe das meninas, Paloma Bispo Honorato tem seis filhos, um rapaz de 17 anos, David Bispo da Silva e as cinco meninas: Stephany Bispo dos Santos Florêncio (14), Roselly Bispo dos Santos Florêncio (13), Lauany Eduarda Bispo dos Santos Florêncio (12), Yasmim Bispo Viana da Silva (9) e Eloha Bispo Viana da Silva (8).
Ela conta que os filhos sempre frequentaram alguma denominação religiosa, portanto, já tinham contato com as histórias bíblicas e os ensinos cristãos. Paloma conheceu a igreja adventista através do Alessandro Elisiário Barros, diretor do Clube de Aventureiros no Espaço Novo Tempo Paraíba do Sul e monitor na creche Olga Benário Prestes, onde os filhos estudavam, quando menores.
A decisão das meninas pelo batismo teve influência através dos Clubes de Aventureiros e Desbravadores, das aulas de jiu-jitsu e do Pequeno Grupo de Jovens que acontece toda sexta à noite, no Espaço Novo Tempo de Paraíba do Sul. Quando a mãe perguntou o motivo para todas quererem ser batizadas juntas no mesmo dia, ouviu um coro feminino: “foi por causa da presença de Deus, mãe!”.
“Estou muito feliz pela decisão delas, afinal, o mundo está completamente perdido, não tem opção boa para ninguém. Eu que cresci sem nenhuma orientação religiosa, tive experiências muito ruins e agradeço a Deus pela oportunidade que elas têm”, relata Paloma.
O ancião do Espaço, Roberto Cunha, menciona que “a possibilidade de conseguir uma casa para eles e levar toda família a Jesus, me comove muito”.
Um milagre na vida das irmãs
Felizmente, um milagre aconteceu na vida das meninas após um incêndio que aconteceu no dia 24 de junho deste ano. A falta de energia fez com que uma das meninas acendesse uma vela dentro de casa e David, que estava cuidando das irmãs, pegou no sono.
Ao acordar, as chamas tomavam conta da sala e ele até tentou abafar o fogo com uma toalha molhada, inutilmente. Então, ele começou a retirar as irmãs que dormiam nos quartos da casa. David teve queimaduras leves no nariz e nas orelhas, mas suas irmãs não sofreram nada, graças a ele.
Numa entrevista ao telejornal local, Cidade em Foco, ele contou: “eu percebi que não poderia controlar o incêndio e comecei a tirar minhas irmãs lá de dentro. Eu senti alívio por conseguir salvar minhas irmãs, e ao mesmo tempo, desespero por ver a casa da minha mãe em chamas”. David também faz aulas de jiu-jitsu no Espaço Novo Tempo de Paraíba do Sul com suas irmãs.
“A igreja é a minha família”
Quando aconteceu o incêndio, as meninas já estavam frequentando as reuniões do ENT e as aulas de jiu-jitsu. No dia do incêndio, Paloma avisou que elas não poderiam ir e explicou o motivo. Ao tomarem conhecimento, membros da igreja fizeram um mutirão para reconstruir a casa. Pastor Paulo Venâncio visitou a família e Paloma, a princípio, levou um susto.
“Eles têm muito amor pelos meus filhos. Levaram apenas três dias para arrumar os dois quartos e o banheiro, eu simplesmente não acreditava no que estava acontecendo! Eles parecem que são da nossa família, nos ajudam muito! Se não fosse por eles, a gente não conseguiria voltar para casa”, relembra a mãe, emocionada e completa: “durante o mutirão, eu sentia amor e felicidade no sorriso deles, faziam tudo por gratidão, não por obrigação, e sem querer nada em troca”.
Paloma está estudando a Bíblia em casa com membros do Espaço Novo Tempo, toda quinta-feira. A mãe dela, vendo o exemplo das netas, está mais flexível em relação à religião, pois era veementemente contra os ‘crentes’ antes do batismo das meninas.
A mãe das meninas já viveu muitas experiências difíceis e hoje ela diz que é uma prova viva de como Deus não a abandonou. “A igreja adventista nos acolheu como uma família. Ainda estamos nos recuperando do susto, tanto pela perda dos bens materiais quanto das emoções. Sei que Deus está ao meu lado e por menor que seja minha fé, sei que vou conseguir. Sempre quis ter uma família me acolhendo e ajudando e Deus está me dando isso agora. Eu me sinto parte desta família adventista e não vou desistir”, finaliza Paloma.
Uma rotina pastoral repleta de atividades
O pastor Paulo Venâncio pratica o jiu-jitsu há 20 anos e é faixa preta. Seu chamado ministerial veio há 16 anos, quando o jiu-jitsu já fazia parte da sua vida. Assim, ele sempre acalentou o sonho de fazer um projeto social na igreja através deste esporte.
“Um dia resolvi fazer o projeto e ver como seria o resultado na igreja. A aceitação e apoio me surpreenderam. Dar aula passou a ser um evangelismo pessoal pois, no tatame, consigo lidar com pessoas de todas as classes sociais. Para mim, é muito prazeroso contribuir para a igreja com meus dons”, destaca o pastor e professor Paulo Venâncio.
O pastor relata que seus dias são muito corridos, mas ele sente muita alegria em ajudar a igreja de todas as formas possíveis. “Começo o dia com meus estudos, faço atendimentos no Espaço NT de Paraíba do Sul e de Três Rios na área de constelação familiar e aulas de jiu-jitsu. Além disso, tenho as visitas semanais e, às vezes, também me envolvo (colocando a mão na massa) com a reforma patrimonial do distrito”, encerra.
A família de Paloma — ela, o esposo Omar Viana da Silva Neto, mais conhecido por Mazinho, e os filhos — ainda precisam de ajuda, pois perderam muitos móveis e pertences pessoais. Para saber como ajudar, entre em contato através do telefone: (24) 99311-3744.
