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Inclusão

Voluntariado inspira pessoas com deficiência a educar sociedade para cultura de inclusão

Voluntariado é caminho para despertar sociedade para a necessidade de ser inclusiva, seja na escola, trabalho e até na igreja.


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"A deficiência visual traz muitos desafios para seus portadores, mas com o suporte técnico, emocional e força de vontade, é possível alcançar os seus objetivos e viver sua vida plenamente." Andrea Bocelli (Foto: Reprodução Freepik)

Aos seis meses de vida, Islânia Oliveira foi diagnosticada com uma doença chamada retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular. A doença fez com que ela perdesse o olho direito. Dez anos mais tarde, sofreu uma queda, o trauma deslocou a sua retina e a deixou cega do olho esquerdo, fazendo com que perdesse totalmente a visão.

Islânia decidiu que seria advogada, área na qual trabalha hoje como funcionária pública. Ela queria colaborar em outras áreas e foi em busca de um trabalho voluntário onde pudesse desenvolver na sociedade a cultura de inclusão. Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, da qual é membro, decidiu organizar um grupo de estudos da Bíblia.

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O que a inspirou foi a integração que conseguiu experimentar na igreja, permitindo a pessoas com deficiência trabalhar voluntariamente em diversas atividades no templo. Ela conta que sempre sentiu ser parte daquela comunidade. 

Moradora de Vitória da Conquista, interior da Bahia, ela coordena, atualmente, uma classe de estudos para crianças. No templo que frequenta, encontra recursos adaptados à sua condição.

Islânia tornou-se adventista há sete anos, e exerce a função de advogada em uma instituição pública há 1 ano. (Foto: Reprodução)

“Muitas vezes, somos tratados de maneira distante e excessivamente cautelosa. Percebo que as pessoas têm medo de se referir a mim como cega. Mas eu lido com minha condição de maneira muito natural. Gosto especialmente de como as crianças tratam o assunto: de maneira natural, assim como eu”, conta Islânia, que encontrou ambiente acolhedor também na Educação Adventista, em que teve acesso a bolsa de estudos e ensino adaptado à sua condição.

Com as experiências vividas com os adolescentes, seu objetivo é conscientizar a sociedade para o fato de que a pessoa com deficiência é produtiva. “Eu gosto de lidar com crianças porque sinto que estou formando uma sociedade no futuro que vai ver com outros olhos. A igreja já é um âmbito muito legal, mas essas pessoas não irão conviver só na igreja. Gosto de pensar que quando esses adolescentes e jovens forem trabalhar lá fora, em outros lugares, com pessoas com deficiência, eles vão agir com naturalidade, e isso é o que faz sentido”, conclui.

Inclusão

Com a lei votada em 2005, o Dia Nacional da Pessoa Com Deficiência é lembrado a cada 21 de setembro, com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre inclusão e acessibilidade, e trazer à mente das pessoas a consciência de que as com deficiência devem ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e responsabilidades das pessoas sem deficiência

“Pessoas com deficiência precisam ser incluídas nas atividades sociais e econômicas. E com a atividade religiosa não é diferente. A Igreja Adventista do Sétimo Dia criou uma área para trabalhar a educação e conscientização desta acessibilidade. Para ajudar a sociedade a entender as capacidades diferentes das pessoas em seu envolvimento com serviços diversos da rotina religiosa, permitindo incluir, nos mais diversos serviços, da caridade à adoração. Com o nome de Ministério Adventista das Possibilidades (MAP), busca exatamente isso: reconhecer as capacidades das pessoas e ampliar possibilidades de inclusão”, ressalta o jornalista Heron Santana, responsável por esta área de inclusão no território da Bahia e de Sergipe.