Novo Hinário Adventista dá continuidade ao legado musical da Igreja no Brasil
Publicação do primeiro hinário adventista aconteceu em 1914.
O novo Hinário Adventista apresenta inovações e recursos inéditos. No entanto, a obra dá continuidade ao legado musical da Igreja Adventista no território nacional. A prática de usar um Hinário para entoar louvores nos cultos – seja no lar ou em um templo – já era comum entre os pioneiros antes mesmo da publicação da chegada da edição adventista em língua portuguesa.
Os primeiros adventistas no Brasil pertenciam majoritariamente a famílias alemãs. Antes mesmo da tradução de hinos para o português, o que aconteceu no início dos anos 1900 por Guilherme Stein Jr., eles já utilizaram o Zions Lieder (Cânticos de Sião, em alemão).
Leia também:
- Hinário ajudará novas gerações a entenderem temas bíblicos
- Identidade doutrinária adventista será reforçada no novo Hinário Adventista
O crescimento da Igreja Adventista no Brasil e o surgimento de instituições como a Casa Publicadora Brasileira (CPB) possibilitaram o lançamento do primeiro Hinário Adventista no País, em 1914. Chamado de Cantae ao Senhor - Hymnos para Cultos e Solemnidades Religiosas, reunia 104 músicas.
Hinário Adventista
O nome Hinário Adventista só viria a ser adotado em 1933. Além de trazer hinos inéditos, apresentava, pela primeira vez, as partituras (música), trazendo alterações nos cânticos em comparação às versões anteriores que indicavam como referência melodias em outros hinários evangélicos.
Com o primeiro Hinário Adventista oficialmente com este nome veio o fomento para a organização de pequenas classes de músicas nas igrejas. Ter hinos com partituras para a igreja cantar e tocar impulsionou a adoração musical nos cultos e atraiu inúmeros adventistas a fazerem parte do ministério da música nos templos locais.
Mudanças de nome
Nas décadas seguintes, o Hinário Adventista ganharia complementos de novos hinos até que, em 1963, após sete anos de preparo, o projeto ganhou o nome de Cantai ao Senhor. Reunindo mais de 300 novos hinos, tinha 620 com novidades como indicações de andamento, fraseologia, intensidade, expressão, articulação e outros materiais complementares, como as leituras responsivas. Esta versão foi usada de forma oficial pela Igreja Adventista ao longo de 36 anos.
Lançado oficialmente em 1996, o então Hinário Adventista do Sétimo Dia resgatou alguns hinos do Hinário Adventista de 1933 e incluiu hinos para crianças, jovens e adultos. Outra inovação foi a produção de mídias eletrônicas (CD e posteriormente DVD). Pela primeira vez, o Hinário Adventista teve gravações com orquestrações e vocal para todos os hinos.
Participação de compositores brasileiros no louvor
Em 2022, o Hinário Adventista vai ganhar uma nova versão, com repertório que reúne 600 hinos em um projeto editorial contemporâneo, além de recursos inéditos. Nele estarão 196 hinos com composição de adventistas brasileiros e 238 hinos com a letra escrita por autores nacionais.
Como comparação, o atual hinário, lançado em 1996, tem 30 hinos de autores do País. Portanto, a nova versão terá mais de cinco vezes a quantidade de melodias criadas a partir das vivências cristãs nas diferentes regiões do Brasil. “Nossa expectativa é de que haja um reavivamento no louvor congregacional”, destaca o maestro José Newton, um dos integrantes da Comissão Organizadora.
O objetivo foi aproximar os hinos do cotidiano de todos os membros da Igreja Adventista no território nacional, principalmente das novas gerações. Por isso, foi importante buscar o equilíbrio entre melodias tradicionais e muito conhecidas entre os adventistas de longa data com hinos mais recentes.
Os 196 hinos de autoria brasileira se tornarão conhecidos no lançamento do Novo Hinário Adventista, marcado para o dia 8 de julho de 2022, às 19h, pelas redes sociais da CPB e na TV Novo Tempo.
Lucas Rocha é jornalista e editor web na Casa Publicadora Brasileira (CPB).