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Irmãos se voluntariam para ensinar música em projeto apoiado pela FE

Os cinco músicos trabalham com personalidades nacionais e internacionais, e oferecem aulas gratuitas a crianças carentes no Rio de Janeiro.


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Ênio, um dos professores, conversa com os alunos durante uma das aulas (Foto: Divulgação)

Os finais de semana ganharam um novo sentido para 40 crianças carentes da região central do Rio de Janeiro. Isso porque agora elas têm a oportunidade de ter aulas de música, sem custo algum, graças ao projeto Música Esperança, realizado na sede do Casa Esperança, ministério apoiado pela Federação dos Empreendedores Adventistas (FE).

O local auxilia famílias carentes com banho, corte de cabelo, atendimento médico e estudos bíblicos. A sede funciona também como templo adventista, chamado de Grupo Esperança.

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A iniciativa começou quando a musicista e professora Gaby Antunes assistiu, de forma virtual, a um culto da igreja adventista da Barra da Tijuca. O sermão a inspirou a iniciar um trabalho social. No mesmo dia, o pastor Jonas Pinho, que havia apresentado a mensagem, falou com os coordenadores do Casa Esperança sobre o desejo de Gaby. Dessa forma, o projeto social e cultural com crianças carentes teve início.

Mesmo residindo no Novo México, nos Estados Unidos, ela tomou todas as providências para viabilizar o projeto o mais rápido possível. Por meio do estúdio Vocello Music, de propriedade da professora, foi realizada a compra dos instrumentos, o que resultou na doação de 40 violinos e 20 ukuleles novinhos para dar início às aulas. Ela confessa que seu propósito é “ajudar as crianças a conhecerem Jesus através da música. É uma forma de lembrar da memória de meu pai, que era músico, e de minha mãe”.

Mesmo à distância, Gaby participa ativamente do processo de ensino (Foto: Reprodução)

Paixão familiar

Proveniente de uma família de músicos adventistas, Gaby convidou seus cinco irmãos para ajudá-la nas aulas. Todos eles são voluntários: ela, Ênio, Nema, Marly e Elsaby. Os irmãos têm renome internacional e trabalham com grandes músicos e artistas no Brasil e no exterior.

Assim que Nema retornar de uma turnê na Europa, começará as aulas de baixo elétrico e acústico com as crianças. Para Ênio, é uma grande oportunidade de troca de conhecimento. Ele ensina, mas diz que também aprende muito com seus alunos. O maestro reside em Vinhedo, interior de São Paulo, e vai quinzenalmente para a cidade do Rio de Janeiro exclusivamente para ministrar aulas. “Somos cinco filhos, e através da música e do estilo musical de cada um, estamos compartilhando com o outro o conhecimento que temos”, sublinha Ênio Antunes, formado em violino e regência em instituições no Brasil e na Alemanha.

A aula inaugural, realizada na sede do Casa Esperança, ensinou conceitos básicos de música para a criançada de maneira lúdica, ministrada por Ênio. Para ele, "a música trabalha competências cognitivas educacionais e emocionais”. E a distância não impediu a professora Gaby de ensinar. Por meio da tecnologia digital, ela dá as suas aulas de ukulele e música aplicada com matemática e outras competências de forma online.

“Estamos trabalhando a correlação e descobrindo os conceitos do tempo. Fizemos exercícios com a rotação no próprio eixo e a função da potenciação na música”, explica. Uma das aulas teve como convidada a cientista Pnina Miller, que tratou sobre terremotos. Como resultado, as crianças fizeram um sismógrafo. O intuito é “ensiná-las a ativar o pensamento crítico analítico”, afirma Gaby.  

É só o começo

O Música Esperança está sob a coordenação de Marcello Boggi e conta com o apoio de uma equipe para atender as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade, que além das aulas de música também ganham almoço e lanche no local. De acordo com o coordenador geral do Casa Esperança, Edélcio Luduvice, "o objetivo é promover o desenvolvimento da criança de forma lúdica, tendo a música como instrumento de integração, socialização e capacitação, dando a elas um novo sentido de vida”.

Iniciativa também ajuda no desenvolvimento social. (Foto: Divulgação)

Em breve, o projeto vai ganhar aulas de outros instrumentos musicais, como flauta doce, ocarina, baixo elétrico/acústico e violoncelo. “O plano é ter uma orquestra, se Deus quiser”, almeja a professora Gaby.


Charlise Alves é jornalista e assessora de comunicação da Federação dos Empreendedores Adventistas.