Aluna da Educação Adventista é aprovada em 13 universidades de 4 países
Além do Brasil, Laura tem a possibilidade de cursar o ensino superior no Canadá, Estados Unidos ou Portugal
A conclusão do ensino médio é uma fase de decisões para os adolescentes, e a principal delas talvez seja a escolha da faculdade. Laura Gonçales Sant'Ana já decidiu que fará Pedagogia, só falta saber em qual país. A jovem de 17 anos foi aprovada em 13 universidades, 12 delas fora do Brasil.
Ela ficou em primeiro lugar no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Processo de Avaliação Seriada (PAS). Em 2019 ela já havia conseguido a quarta colocação como treineira. Porém, o sonho de infância era estudar em outro país. "Desde que me entendo por gente, meu sonho é ver o mundo, e enquanto fui crescendo, o sonho cresceu comigo", afirma.
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Nascida em Umuarama, no Paraná, Laura se mudou para Maringá aos 8 anos, em 2011. A vontade de ir para o exterior começou cedo e a prioridade eram os Estados Unidos. No 9º ano, a aluna do Colégio Adventista de Maringá já havia decidido que iria para fora do Brasil e começou a pesquisar os possíveis destinos. Durante o ensino médio, teve a oportunidade de ingressar em um programa de High School (nível escolar norte-americano equivalente ao ensino médio) da Cultura Inglesa, no qual estudava no contraturno as matérias americanas para complementar currículo.
Os destinos de Laura
A estudante foi aprovada em todas as universidades para as quais concorreu. Além da UEM, ela tem vaga em sete instituições nos Estados Unidos: Andrews University, Caldwell University, Miami University, Pacific Union College, Southwestern University, Union College e Walla Walla University; três no Canadá: Burman University, Quest University e St. Thomas University; e duas em Portugal: Universidade dos Açores e Universidade do Algarve. Laura deixou de se inscrever em várias, como as famosas Harvard e Yale, porque em 2020, em decorrência da pandemia, alguns prazos foram perdidos devido à mudança de data da prova de proficiência em língua inglesa, que é requisito para estudar em muitos países.
Para as universidades de Portugal, ela conseguiu usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Já no Canadá e Estados Unidos, o processo avaliou o desempenho no ensino médio e atividades extracurriculares, como voluntariado e interesses pessoais, além do histórico escolar, exame de proficiência em língua inglesa, currículo e dois textos sobre o interesse dela no curso.
Por que Pedagogia?
A escolha do curso vem das influências de casa e do círculo social. “Sempre gostei muito de ler e estudar, passava as tardes na biblioteca e sempre gostei muito de crianças. Então, sempre quis ser professora, desde pequena. Quando cheguei ao ensino médio, entendi que há muitas áreas nas quais posso atuar ao fazer Pedagogia. Eu poderia trabalhar em organizações que levam educação mais acessível e de melhor qualidade ao redor do mundo, e esse também é um interesse que eu tenho”, explica Laura.
Ela conta que é questionada pela decisão, pois muitos a consideram apta para outras formações. Mas a futura pedagoga tem a resposta. “As pessoas costumam desmerecer o curso de Pedagogia, me dizendo que é um ‘desperdício’ eu querer ser uma pedagoga por causa da cultura de desvalorização do professor. Mas meu pai e minha mãe trabalharam em universidade, então eu tive a oportunidade de crescer nesse meio, com professores sensacionais, amigos dos meus pais que me deram muito apoio e sempre disseram que o mundo precisa de professores e educadores que não só gostem de crianças, mas se interessem pela educação e pela transformação que ela pode trazer. Isso me motivou e me ajudou a manter o interesse e prosseguir no meu sonho”, detalha.
Para alcançar esse sonho, Laura se candidatou a cursos no exterior que equivalem à Pedagogia no Brasil. Em Portugal, a formação é em Educação Básica. Em algumas universidades na América do Norte a faculdade é de Elementary Education (Educação Primária). Já em outras não foi preciso indicar o curso porque há tolerância de dois anos para a escolha, já que nesse primeiro período da graduação as disciplinas são gerais.
Definição depende de questões financeiras
Laura ainda não sabe para onde vai, pois depende das respostas para solicitações de bolsas estudantis. “A questão financeira pesa muito nessa decisão porque, seja universidade pública ou privada nos Estados Unidos e Canadá, ambas são pagas, e mesmo conseguindo ótimas bolsas de estudo, ainda há muito custo”, esclarece a jovem, que conseguiu uma bolsa de 20 mil dólares por ano, mas ainda assim os demais custos são altos.
As aulas iniciam em setembro e o prazo para inscrição na maioria das universidades é entre final de maio e começo de junho. Enquanto isso, a paranaense aguarda os resultados dos pedidos para bolsa de estudo. Ela pediu prorrogação do prazo – algumas concederam, outras não. Laura afirma que está aberta a receber apoio financeiro para custear os estudos.
“Noites mal dormidas, muito estudo e muitas lágrimas valem a pena ao olhar esse resultado. Sou extremamente grata à minha família, amigos e professores, que me apoiam desde o início e que acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava em mim mesma. Se você tem um sonho, não desista, porque vale a pena!”, publicou a futura acadêmica em uma rede social.