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Fragmentos de manuscrito descoberto na Judeia lançam luz sobre a Bíblia

Fragmentos de textos dos livros dos profetas menores do Antigo Testamento, Naum e Zacarias, animam arqueólogos atentos aos materiais bíblicos.


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Seções do pergaminho do Livro dos Doze Profetas Menores descobertos na expedição ao Deserto da Judéia antes de sua conservação. (Foto: SHAI HALEVI / ISRAEL ANTIQUITIES AUTHORITY)

Foi revelada nesta terça-feira, 16, a localização de fragmentos de um pergaminho bíblico datado com pelo menos dois mil anos. O anúncio oficial dos achados foi da Autoridade de Antiguidades (IAA), de Israel. Segundo a imprensa mundial, arqueólogos israelenses revelaram que as dezenas de fragmentos recém-descobertos se baseiam em uma coleção de antigos manuscritos religiosos judeus encontrados pela primeira vez há 60 anos. São os chamados Manuscritos do Mar Morto.

Há cerca de 1.900 anos, refugiados judeus que fugiam dos romanos seguiram para o deserto da Judéia. Entre os pertences que carregavam consigo, havia pergaminhos com os livros bíblicos de Zacarias e Naum.

Relevância notável

“Mais de 80 fragmentos de tamanhos diferentes foram descobertos, alguns deles carregando texto, outros não”, disse o doutor Oren Ableman, da Unidade de Manuscritos do Mar Morto da IAA ao The Jerusalem Post. “Com base no roteiro, datamos do final do primeiro século antes da era comum, o que significa que, quando foi trazido para a caverna, o pergaminho já tinha um século.”

O teólogo, professor e doutor em Arqueologia Clássica, Rodrigo Silva, considera o achado fascinante. Ele explica que esta porção de alguma tradução grega do Antigo Testamento é uma evidência muito interessante da abrangência de documentos históricos. É prova de que a biblioteca da região de Qumram é muito mais ampla do se pode imaginar. “A arqueologia ainda pode nos oferecer muitas surpresas. Apenas 50% das cavernas do deserto da Judeia foram exploradas até hoje. Há tesouros ainda não descobertos”, comenta o especialista.

Veja mais detalhes sobre os Manuscritos do Mar Morto com o doutor Rodrigo Silva:

Futuros achados

Na avaliação de Silva, há dois desafios que preocupam os arqueólogos e profissionais envolvidos com escavações naquela região. São os ladrões de antiguidades e os falsificadores. Ele comenta que alguns museus, muitas vezes, adquirem por uma grande soma de dinheiro materiais que são falsos.

Mesmo assim, o arqueólogo, que é professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) e apresentar do programa Evidências, da TV Novo Tempo, acredita que novos achados importantes ainda serão anunciados.

A caverna ofereceu várias outras descobertas únicas, incluindo o esqueleto de uma criança com cerca de 6.000 anos. “Ao mover duas pedras planas, descobrimos um poço raso intencionalmente cavado abaixo delas, contendo o esqueleto de uma criança colocada em posição fetal”, disse o pré-historiador Ronit Lupu, da IAA, em um comunicado à imprensa.

Rodrigo Silva se sente muito agradecido por escavações como estas, realizadas de forma organizada e controlada. “Deus ainda permite coisas que ajudam a corroborar com o estudo da Palavra de Deus”, ressalta.