Voluntários arrecadam seis toneladas de alimentos no Rio Grande do Sul
Organizados em equipes com multitarefas, os voluntários têm assistido dezenas de famílias durante a quarentena
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Sul é segundo estado com menor quantidade de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema. São cerca de 218 mil pessoas nesse contexto (1,9% da população). Apesar disso, o Estado aparece na lista das cinco unidades da federação que tiveram o maior aumento de pessoas vivendo com menos do que o necessário para viver. Essa situação se agravou com a pandemia do novo coronavírus e a paralização das atividades econômicas, que levou muitos gaúchos ao desemprego ou a diminuição de renda.
Na quinta maior cidade do RS, Santa Maria, a situação não é nada diferente. A sequência de meses de quarentena piorou ainda mais a vida de quem fazia qualquer tipo de trabalho para poder chegar em casa com o alimento familiar. Preocupados com essa calamitosa situação, um grupo de voluntários resolveu criar uma verdadeira estrutura permanente de assistência social e não deixar faltar comida na mesa dessas pessoas.
Solidariedade é destaque no Sábado Missionário da Mulher Adventista
Liderado por Elaine Wottrich, diretora da Ação Solidária da igreja adventista Central de Santa Maria, o grupo contou com a parceria do Banco de Alimentos, uma entidade filantrópica que já executa esse trabalho. Jovens da IASD Central e mulheres que atuam na Ação Solidária Adventista (ASA) também estiveram envolvidos. “Participar de um projeto como esse é algo que nos enche de alegria. Cada vez que entregamos uma cesta, uma peça de roupa ou mesmo um pouquinho de atenção, gera um sentimento de profunda felicidade. Algo que não tem como explicar”, conta.
O trabalho começou ainda em março, com uma campanha emergencial bem no início da quarentena. “Nosso trabalho começou com o recebimento de 60 cestas, que foram entregues nos bairros Água Negra, Bela União, Medianeira e Salgado Filho. Nós orávamos muito para que Deus abrisse as portas e pudesse fazer crescer o nosso projeto. Foi então que mais gente apareceu para ajudar. Várias mulheres começaram a confeccionar sapatinhos e roupinhas para as crianças carentes, jovens começaram a arrecadar alimentos nos supermercados e a nos ajudar a montar as cestas”, conta detalhadamente.
Os voluntários criaram uma rotina semanal de arrecadações, divisão das cestas básicas e cadastros de famílias carentes. Eles montaram um centro onde os beneficiados recebem as doações obedecendo as regras de distanciamento social. “Todo o trabalho solidário dos adventistas constitui o cumprimento ao mandamento de Jesus, que pede para amarmos nosso próximo. Devemos ser sensíveis às necessidades daqueles que estão ao nosso redor", finaliza o pastor Janeylson Santana, responsável pelos adventistas de Santa Maria.