Um princípio fundamental apresentado pela Escritura a respeito de si mesma é o de que Somente a Bíblia (sola Scriptura) é a norma final da verdade. O texto clássico que exprime essa premissa básica é Isaías 8:20: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem de acordo com esta palavra, não terão a luz da manhã” (NVI).

Foi o célebre teólogo Martinho Lutero quem “desenvolveu quatro princípios de interpretação das Escrituras. A primeira foi a sola Scriptura, ‘somente a Escritura’, como a autoridade final sobre a tradição e a filosofia humana. Lutero, é claro, não inventou esse princípio bíblico, mas o aplicou poderosamente.”^[1]

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• Sola Scriptura

Uma característica hermenêutica do princípio da sola Scriptura é sua auto-interpretação; ou seja, não é a tradição, a razão humana ou a experiência religiosa, a cultura ou o veredicto de estudiosos e líderes que é a fonte e a norma para a interpretação das Escrituras. Somente a Escritura é a chave que desbloqueia a Escritura. Ela não precisa do aval e nem da legitimação de qualquer outra fonte.

Entretanto, precisa fica claro que entender a sola Scriptura nesse sentido, não exclui a realidade das influências culturais ou a realidade da experiência religiosa. Afirmar que as Escrituras interpretam as Escrituras não nega ou rejeita a visão e contribuição de outros campos de estudo, como arqueologia bíblica, antropologia, sociologia ou história, que podem iluminar alguns aspectos bíblicos e o contexto de passagens das Escrituras, contribuindo para uma melhor compreensão do significado do texto bíblico.

Também não exclui a ajuda de outros recursos na tarefa de interpretação, como léxicos bíblicos, dicionários, concordâncias e outros livros e comentários. No entanto, na interpretação adequada da Bíblia, o texto das Escrituras tem prioridade sobre todos os outros aspectos, ciências e ajudas secundárias. Outros pontos de vista devem ser cuidadosamente avaliados do ponto de vista das Escrituras como um todo.^[2]

Devemos ser gratos a Deus por termos Sua Palavra, regra de fé e prática.

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Referências:

^[1] Dederen, R. (2001). Handbook of Seventh-Day Adventist Theology (electronic ed., Vol. 12, p. 89). Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association.

^[2] Hasel, F. M. (2006). Presuppositions in the Interpretation of Scripture. In G. W. Reid (Org.), Understanding Scripture: An Adventist Approach (Vol. 1, p. 36). Silver Spring, MD: Biblical Research Institute.