Ações de solidariedade marcam quarentena no Rio Grande do Sul
Usando equipamentos de proteção, adventistas de todo o estado têm se mobilizado para ajudar os mais prejudicados pela pandemia
Nesta semana, o Rio Grande do Sul completa um mês de início do isolamento social, estratégia defendida pelas autoridades de saúde como a mais eficaz na contenção da pandemia de Covid-19. Serviços dos mais variados tipos foram fechados temporariamente para evitar a aglomeração de pessoas. No entanto, a pandemia tem causado a consequência nefasta de prejudicar o sustento de parcelas mais vulneráveis da população. A situação se torna ainda mais alarmante se levarmos em conta que o estado gaúcho fechou 2019 com mais de um milhão de pessoas em situação de pobreza, cerca de 13% da população.
Preocupados com essa parcela tão significativa da população, adventistas de todo o centro do estado têm se mobilizado em ajudar a levar alimentos, assistência e cuidados especiais. Em todas as regiões, as igrejas, que também estão temporariamente sem cultos presenciais, se tornaram pontos de coleta e preparo de alimentos. Usando luvas, máscaras e roupas especiais, jovens e adultos estão usando seu tempo para ajudar de alguma forma.
Voluntários entregam alimentos para caminhoneiros na Serra Gaúcha
Na Região das Missões, os jovens estão aproveitando o tempo para fazer serenata para idosos que vivem em um asilo, em Ijuí. Respeitando a distância recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), eles erguem cartazes para os moradores enquanto tocam violão e cantam. Segundo profissionais de saúde, isso ajuda a amenizar a sensação de isolamento que essas pessoas já são submetidas. Em outros horários, os adventistas também foram ao hemocentro da cidade e doaram sangue. A ajuda é bem-vinda e um momento em que os estoques estão tendo queda devido à diminuição de doadores.
Em Santa Rosa, na mesma região, os jovens estão levando um pouco de música para os enfermos no maior hospital da cidade. Eles têm tocado violino e levado um pouco de consolo espiritual. Segundo Letícia Perobelli, líder regional dos jovens adventistas das Missões, a motivação para esses trabalhos está na solidariedade. “Se nós, jovens, estamos nos sentindo presos, imagina quem pertence ao grupo de risco. Eles não podem sair, abraçar ou ver de perto as pessoas que amam. Por isso a gente não pode ficar parado e estamos fazendo o que podemos para melhorar e alegrar o dia a dia deles. Queremos levar amor e esperança”, explica.
Enquanto isso, na Região Metropolitana de Porto Alegre os jovens também não estão parados. No bairro Mathias Velho, em Canoas, jovens estão distribuindo alimentos, água, roupas e cobertores. Nos últimos quatro sábados eles monitoraram as necessidades dessa população e procuraram atender os problemas mais urgentes. Além disso, eles também têm feito serenatas para os membros mais idosos da igreja, com objetivo de que eles não se sintam sozinhos. Em resposta um das pessoas que receberam os jovens escreveu uma mensagem para eles. "Num momento muito complicado que estou passando, estes amados jovens fizeram a diferença,
cantando e orando no portão da minha casa. Muito obrigado, meus queridos e amados jovens, que nosso maravilhoso Deus abençoe ricamente vocês e suas famílias", publicou em uma rede social.
Já na capital, voluntários da IASD Moinhos de Vento distribuíram refeições para moradores de rua do bairro Floresta e do centro.