Projeto leva atendimento psicológico virtual e gratuito em Rondônia e Acre
O "Ouvido Amigo" tem o objetivo dar apoio psicológico para pessoas e famílias abaladas pela crise do coronavírus.
Se pudéssemos escolher um sentimento para descrever a situação do país nesse momento de epidemia pela corona vírus, sem dúvida esse sentimento seria ansiedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) , o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno.
De acordo com os especialistas a ansiedade é considerada uma resposta habitual do ser humano ao meio em que vive e às situações que vivencia. Geralmente caracterizada por um sentimento de medo, tensão, desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Mas pode tornar um indicador de doença, quando os sentimentos se tornam excessivos, obsessivos, com preocupação intensa e persistente e medo de situações que interferem na vida cotidiana.
Com o País vivendo um momento de quarentena devido ao Covide-19, o medo, a incerteza tornam comuns nesse momento de crise, onde as pessoas estão cheias de dúvidas quanto ao que vai acontecer. As notícias cada vez mais alarmantes deixam as pessoas cada dia mais temerosas em relação ao futuro do nosso país. E com essa situação surge outra preocupação: a saúde mental dos confinados. Os profissionais da área da saúde reforçam a importância de prestar atenção nos sintomas e se for necessário, buscar por ajuda médica.
Nesse período podem surgir ansiedade, depressão e estresse, e, segundo psicóloga Reviane Bernardo é possível que muitas pessoas que estão vivenciando toda essa situação, possa apresentar sintomas de ansiedade que venha afetar a saúde mental como a física, podendo inclusive afetar a sistema imunológico. “Neste momento devemos cuidar das emoções e sentimentos, buscar ajuda, conversando com alguém mesmo que seja virtual, praticar exercícios, alimentar bem, ter confiança em Deus. Esses são hábitos que podem melhorar a qualidade de vida. ”
Reviane ainda oferece algumas dicas importantes para reduzir a ansiedade em tempo de quarentena como: “Equilibrar a vida profissional e a pessoal, dividindo honestamente o tempo entre a família e o trabalho. Buscar informações concretas e certificadas sobre a doença, aprendendo a filtrar algumas notícias do cotidiano, como da TV e redes sociais, além de estabelecer rotina, mesmo que seja dentro de casa. Os pais que têm filhos em idade escolar e estão realizando atividades durante esse período, não os deixar de pijama o dia todo. No momento das atividades escolares, coloque a farda da escola ou roupas confortáveis. A dica de tirar o pijama enquanto realizam as atividades, vale também para os adultos. Mesmo com o ensino a distância é preciso organizar um ambiente que os ajudem a comprometer com as atividades que estão realizando. Outra questão é ter paciência com os nossos idosos, oferecer a eles informações sobre a doença e os riscos, e repetir isso quantas vezes seja necessário. Precisamos criar laços com a família e amigos para nos aproximar e não criar pânico, fazer aquilo que dá prazer a família. E ter paciência,” concluiu a psicóloga.
Para ajudar famílias a enfrentar os medos e desafios, foi criado o projeto “Ouvido Amigo”, que tem como objetivo auxiliar pessoas sobre como manter a emoção estável em meio a crise. Até o momento mais de 50 pessoas foram atendidas e, a maior demanda de atendimentos tem sido de mães que buscam orientação sobre como trabalhar com os filhos neste momento de confinamento.
“São mães com filhos menores de 7 anos e adolescentes, que estão preocupadas com as emoções e o comportamento dos filhos. Os primeiros não compreendem a gravidade da situação e não querem ficar dentro de casa, e em relação aos adolescentes muitos pais têm dificuldade de manter uma comunicação bilateral com seus filhos”. Ela ainda explica com o é feito os atendimentos. “Hoje possuímos uma central de atendimento, onde as pessoas ligam e agendam um horário. Depois, o profissional com horário disponível é notificado para atender o solicitante da melhor forma possível, seja por vídeo chamada, áudio, ligação ou até e-mail.”
Os atendimentos são gratuitas e online e, envolvem profissionais nas áreas de psicologia, terapia familiar e psicopedagoga.
Para saber mais sobre a central de atendimento basta entrar em contato: (69) 99314-6478 e (69) 99379-5481. Você também pode enviar um e-mail para: [email protected]