Movidos por princípios: as finanças e a unidade da Igreja
A centralização dos dízimos para sua posterior redistribuição foi um plano de Deus para manter a unidade do Seu povo, e vale para a Sua Igreja ainda hoje
Vimos nos dois artigos anteriores a maneira bíblica de lidar com os recursos para a manutenção do ministério pastoral adventista. A questão a ser respondida é: o povo de Deus sempre reuniu os recursos em um único lugar para depois pagar os levitas de maneira igualitária? A resposta é dupla: sim, quando estavam andando nos caminhos do Senhor; e não, quando se afastaram destes.
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Quando o princípio de Deus foi obedecido
Vejamos alguns exemplos de quando o povo era fiel aos princípios do Senhor, levando os dízimos para um só lugar, de onde eram distribuídos:
- Durante o reinado de Joás: “Deu o rei ordem e fizeram um cofre e puseram do lado de fora na porta da Casa do Senhor em Jerusalém” (II Crônicas 24:8).
- Durante o reinado de Ezequias: “Então ordenou Ezequias que se preparassem depósitos na Casa do Senhor em Jerusalém. Uma vez preparados, recolhiam neles fielmente as ofertas e os dízimos e as coisas consagradas”. (II Crônicas 31:11-12)
- No tempo de Neemias: “E todo o povo de Judá trouxe os dízimos do trigo, do vinho novo e do azeite aos depósitos”. (Neemias 13:12)
- No tempo de Malaquias: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro” (Malaquias 3:10).
Quando o princípio de Deus foi rejeitado
Houve um tempo em que o sistema estabelecido por Deus foi desobedecido: durante o reinado de Jeroboão. A história está registrada em I Reis 12:26-28.
Você se recorda de que os reis Roboão e Jeroboão dividiram o reino de Israel? Roboão era neto de Davi, mas se desentendeu com algumas tribos do norte, que decidiram que a família de Davi não deveria mais governá-las. Ele passou a reinar apenas sobre as tribos de Judá e Benjamim, enquanto as dez tribos do norte escolheram como rei a Jeroboão. Jerusalém, aonde todo o povo de Deus deveria levar os dízimos, estava na região do reino do sul. Logo, o povo do norte deveria atravessar a fronteira e devolver os dízimos e as ofertas na casa do tesouro, como sempre havia feito.
No entanto, Jeroboão pensou assim: se o povo continuar indo para Jerusalém devolver os seus dízimos e ofertas, vai acabar se reunindo com o povo do sul, e ambos voltarão a ser um. Por isso, ele fez altares nas cidades de Dã e Betel onde o povo, pela primeira vez, iria descentralizar os recursos da causa de Deus. O seu primeiro decreto como rei não foi para que o povo parasse de guardar o sábado, mas para que deixasse de levar os dízimos para Jerusalém.
Uma estratégia para desunir a Igreja
A verdade é que, quando Satanás quer separar o povo de Deus, a primeira coisa que faz é descentralizar suas finanças. Desta forma, cada um lida com os recursos de Deus como quer, e a unidade do Seu povo é ameaçada. A partir daqueles tempos, nunca mais o povo de Israel foi um.
Você entende agora o perigo de alguém dizer que vai devolver o dízimo, mas só se ele ficar na igreja local? Como Adventistas, não somos um único templo, e sim uma família espalhada por toda a Terra. Temos uma missão mundial, e não local. Sendo assim, Deus planejou que os dízimos e as ofertas pudessem ser usados para atender todo ao Seu povo ao redor do mundo.
Espero, sinceramente, que você, caro leitor, tenha entendido que a maneira como a Igreja Adventista lida com os recursos não está baseada em uma invenção humana, e sim em um claro “assim diz o Senhor”. Essa é uma das maneiras de nos mantermos unidos como povo. Ellen White afirma: “A unidade é a força da igreja. Satanás o sabe, e emprega toda a sua força para introduzir dissensão. Ele deseja ver falta de harmonia entre os membros da igreja de Deus. Deve ser dada maior atenção à questão da união” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, 159-160).
Você deseja adorar a Deus através dos dízimos e ofertas? Então tome a decisão de fazê-lo não como você quer, não como acha melhor, mais lógico ou mais fácil, e sim de acordo com os princípios e orientações bíblicos. Deus e a Sua palavra são a única base segura para a nossa adoração.