Alunos produzem e doam álcool em gel para idosos
Mesmo sem aulas, grupo de estudantes foi à escola de forma voluntária para produzir quase 3 mil embalagens de álcool em gel.
Mesmo com a suspensão das aulas, alguns alunos do ensino médio do Colégio Adventista de Maceió continuam a rotina de ir para a escola, só que agora de forma voluntária. No entanto, nada de ficar em sala de aula. Adotando os devidos cuidados com a higienização, esse grupo passa um período do dia no laboratório, produzindo álcool em gel 70%. Tudo com supervisão dos professores Paulo Mendes e Stephano Sousa, responsáveis pelas aulas de Biologia e Química, respectivamente.
Com estampa personalizada, o material já foi disponibilizado para alunos, professores e funcionários - o álcool em gel utilizado pela escola foi produzido pelos estudantes. Além disso, está programado para esta quinta, 19 de março, a entrega de ao menos mil embalagens de álcool em gel para três casas de idosos, faixa etária que mais sofre com a pandemia do coronavírus (Covid-19).
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Mendes conta que a iniciativa surgiu em sala de aula, após explicação sobre o tema do coronavírus que, na época, ainda não havia chegado ao Brasil. Do debate entre os alunos surgiu a ideia de produzir o álcool em gel 70%. Os professores de Química e Biologia se uniram para dar a explicação teórica e nesta semana começaram a produção. Foi quando surgiu a notícia de suspensão das aulas, que entrou em vigor nesta quarta, 18 de março. Contudo, os próprios estudantes se organizaram e solicitaram à coordenadora que liberasse o laboratório para que eles continuassem produzindo. "O resultado é muito gratificante. Eles viram que o conteúdo de sala de aula pode ser usado no vida cotidiana para ajudar outras pessoas", destaca Mendes.
Aprendizado solidário
O laboratório foi transformado em uma pequena linha de produção: uns trabalham fazendo o gel, outros colocando a etiqueta nas embalagens e um terceiro grupo tem a responsabilidade de envasar o produto. A estimativa é de que cerca de 3 mil embalagens sejam produzidas, sendo que pelo menos mil delas vão ser doadas para três diferentes casas de idosos. Após participar do primeiro dia de produção do álcool em gel, Samara Ellen, aluna do primeiro ano do ensino médio, fez questão de voltar à escola nesta quarta, 18 de março. "Achei muito boa essa iniciativa, e divertida também. A gente consegue adquirir conhecimento e acaba se divertindo", destaca.
Mendes, no entanto, adverte que o experimento não deve ser reproduzido em casa. "Aqui no laboratório eles têm os equipamentos certos, o protocolo de segurança e a orientação de profissionais. Esse tipo de experimento não deve ser feito em casa, principalmente por pessoas que se baseiam em vídeos do YouTube", alerta.
Com a pandemia do coronavírus, a demanda por álcool em gel 70% cresceu vertiginosamente. Há estabelecimentos em que o estoque já acabou e outros que, com o aumento da procura, subiram os preços. Assim como em 2016, quando o surto H1N1 popularizou a higienização com álcool em gel 70%, o professor de biologia Paulo Mendes mobilizou o Colégio para comprar os insumos para a produção própria de álcool em gel.