“Beber está saindo de moda”. Este foi o título de um dos artigos da edição especial do jornal The Economist, que aponta tendências para 2020 (veja todos os textos da edição, em inglês). De acordo com a publicação, a principal causa para a queda no consumo de bebidas alcoólicas é a mudança no comportamento de jovens, que leva em consideração um estilo de vida mais saudável.

A diminuição do consumo de álcool é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto que a Igreja Adventista incentiva um estilo de vida de abstinência às bebidas alcoólicas.

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“Para eles [mais jovens], a moderação faz parte de um estilo de vida mais saudável e esta parece ser uma tendência dominante, não um mero capricho”, aponta a publicação.

O periódico ainda relembra que o álcool é cancerígeno, mesmo em pequenas quantidades (veja mais detalhes aqui). A consciência sobre os malefícios do consumo de bebidas alcoólicas para a saúde é um dos motivos que tem levado jovens a começarem a consumir o álcool tardiamente.

O The Economist ainda aponta outros fatores que influenciam na abstinência de bebidas alcoólicas, como uma família estruturada e a tendência de sociabilidade online – novas gerações tem mais contato com amigos de forma virtual quando comparado com as interações presenciais.

Alertas ao consumidor

“Os principais clientes do setor de bebidas alcólicas atualmente são os adultos de meia idade e mais velhos”, destaca o jornal. De olho no novo comportamento do consumidor, empresas do ramo têm desenvolvido bebidas com versões sem teor alcoólico.

Complementando o cenário que permite apontar a tendência de queda no consumo de bebidas alcoólicas está o fato de que diversos países desenvolvidos já discutem inserir informações sobre os malefícios do álcool nas embalagens de bebidas. Outras iniciativas legislativas também contribuem para desestimular a venda de bebidas, como a lei seca.
Confira um documentário sobre o consumo de bebida alcoólica:

Cenário brasileiro
No Brasil, uma de cada cinco pessoas adota a abstinência de bebida alcoólica como estilo de vida. No entanto, o número ainda é modesto quando comparado com o cenário mundial. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que 44,5% da população do planeta nunca tenha consumido bebidas alcoólicas.

Outra estatística que coloca o Brasil acima da média global no uso de bebidas alcoólicas é o consumo médio. De acordo com o Centro de Informações sobre Álcool e Saúde (CISA), o consumo per capta do brasileiro é de 7,8 litros de álcool puro por ano, enquanto a média mundial é de 6,4 litros.

Apesar da tendência de queda no consumo geral de bebidas alcoólicas, dados do Ministério da Saúde ainda apontam para uma alta no consumo abusivo de álcool, principalmente entre as mulheres. Um relatório publicado no ano passado revela que 17,9% da população consumiu álcool de forma abusiva em 2017.

A pesquisa também alertou que 1,4% das mortes entre 2000 e 2017 foram em decorrência direta do consumo exagerado de álcool, como doença hepática alcoólica. A estatística não considera a participação indireta, como acidentes de trânsito provocados por motoristas embriagados.

Qual a posição dos adventistas?

A posição oficial da Igreja Adventista vai além de promover a abstinência de bebidas alcoólicas como um estilo de vida. Ela é baseada no livro de Provérbios 20:1; 23:20, 30 e 31. Além disso, a Bíblia apresenta histórias de personagens que, sob o efeito do álcool, tiveram atitudes que desagradaram a Deus.

Para a denominação, o consumo de bebidas alcoólicas pode se tornar um vício e, como consequência, uma doença que, sim, pode ser curada a partir da aceitação da dependência divina. Confira o que os adventistas pensam sobre o consumo de bebidas alcoólicas no vídeo a seguir.