Movidos por princípios: a adoração verdadeira
Adorar a Deus da maneira como se deseja pode ter os mesmos resultados de fazê-lo da forma como Ele pede?
Sempre que estou viajando, peço a Deus que coloque no meu caminho pessoas com quem eu possa conversar e apresentar o amor de Cristo. Sempre que inicio uma conversa com elas, chegamos a um tema espiritual. Vou falando, falando e logo surge a pergunta: "Você é religioso?"Respondo positivamente. Em seguida, a curiosidade é sobre a Igreja à qual pertenço, e digo que sou adventista do sétimo dia. Isso gera outras indagações: "Como é a Igreja Adventista? Como ela funciona?" Já respondi a isso de diversas maneiras, mas há algum tempo tenho dito o seguinte: "A Igreja Adventista do Sétimo Dia é movida por princípios bíblicos. Tudo o que fazemos e cremos precisa estar baseado na Palavra de Deus".
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E sabe por que os princípios são importantes? São eles que confirmam a verdadeira adoração. Você só pode saber se está adorando da maneira correta se ela está baseada em princípios bíblicos. A vontade de Deus não é o que você pensa ser o melhor, nem o que acha mais fácil, e sim o que a Bíblia orienta. É por isso que nós não guardamos a quarta-feira ou o domingo como dia de adoração; guardamos o sábado por causa do princípio bíblico. Observe alguns exemplos:
A oferta de Saul
Você pode ver isso na história de Saul, quando Deus o orientou por meio do profeta Samuel. Estava claro que o rei deveria destruir completamente os amalequitas, todas as pessoas e animais. Após a batalha, o profeta se aproximou de Saul, ouviu o barulho de alguns animais e perguntou: "Saul, que barulho é esse que eu estou ouvindo?" E Saul, enchendo o peito, disse: "Ah, você vai até me parabenizar! Eu guardei o melhor dos animais para oferecer a Deus em adoração!" A Bíblia diz que a resposta do profeta foi: “Obedecer é melhor do que oferecer sacrifícios” (I Samuel 15:22). Em outras palavras: o que Deus espera do homem não são, simplesmente, sacrifícios e adoração, mas sacrifícios e adoração baseados em princípios bíblicos.
Adoração é o centro do grande conflito
A principal questão envolta no grande conflito é a quem e como vamos adorar. Satanás não quer que você adore a Deus, mas se você decide fazer isso, o inimigo tentará te levar a fazê-lo da maneira errada. Ele sabe que adorar a Deus da forma contrária ao que foi revelado é o mesmo que não adorar. Por isso os princípios que movem a adoração são tão importantes.
Princípios financeiros de adoração
Biblicamente, dizimar e ofertar são atos de adoração. “Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos” (Provérbios 3:9). Por isso, o que fazemos e como fazemos na devolução dos dízimos e ofertas deve estar fundamentado em claros princípios bíblicos.
Assim que a Igreja Adventista foi fundada, não existiam orientações específicas sobre a devolução dos dízimos e ofertas. Diante disso, os membros começaram a perguntar como deveria ser a adoração financeira da denominação. Uma comissão de estudos foi formada para responder a essas perguntas. Ela era composta por cinco pastores: Thiago White, D. M. Canright, S. N. Haskell, J. N. Andrews e Uriah Smith. Após meses estudando os trechos bíblicos sobre este tema, eles escreveram um livro sobre aquilo que encontraram. Muito do que fazemos até hoje como Igreja está baseado nas descobertas que esse grupo fez. Veja algumas delas:
Recursos para o ministério e o uso do dízimo
Eles descobriram que a fonte de pagamento para os pastores deveria ser o dízimo. "Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro” (Números 18:21). Essa passagem diz que o dízimo pertence ao Senhor, e Ele estabeleceu que deveria ser usado para a manutenção dos levitas. Então, a comissão decidiu que os pastores adventistas, assim como os levitas, deveriam ser mantidos com recursos do dízimo.
Média da riqueza e pobreza de Israel
Outro princípio encontrado pelos pioneiros está em Números 18:20. “Disse ainda o Senhor a Arão: Você não terá herança na terra deles, nem terá porção entre eles; Eu Sou a sua porção e a sua herança entre os israelitas”. Aqui há uma coisa belíssima para entendermos: não havia nenhum problema em alguém ser muito rico em Israel, mas a maneira de tornar-se rico naquele contexto era recebendo um pedaço de terra para criar animais, plantar, etc. Onze tribos tinham a sua herança, a sua porção da terra de Canaã. No entanto, a tribo dos levitas não recebeu nenhuma terra. Deus havia dito: "Eu Sou a riqueza de vocês!" Recebendo dos dízimos, eles nunca poderiam chegar a ser os mais ricos da Israel, tampouco eram os mais pobres. Mas viviam na média de 10% (dízimo) da riqueza e da pobreza de Israel.
A Igreja Adventista viu, nesse princípio, que os seus pastores deveriam ganhar do dízimo, mas não ao ponto de enriquecerem com isso. Falando de maneira clara, os tantos casos que vemos em diversas denominações, de pastores multimilionários, são uma aberração sob a perspectiva bíblica. Se um adventista deseja enriquecer, não há nenhum problema, desde que não receba o seu salário da denominação.
Tudo o que vimos até aqui mostra a base bíblica para as questões financeiras da Igreja. Mas há, ainda, outras questões que circulavam entre os primeiros membros: "Como os dízimos e ofertas deveriam ser recolhidos? Como seria o processo de pagamento dos pastores? Cada templo deveria pagar o seu próprio pastor?" Essas perguntas também têm uma forte base bíblica, e veremos as respostas no próximo artigo.