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Coluna | Paulo Coelho

Poupança e redução da Selic: como isso afeta meu investimento?

Entenda o que fazer diante da queda da taxa e que opções escolher para aumentar sua rentabilidade.


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Com a volatilidade na economia, investidor precisa procurar outras opções que sejam mais vantajosas (Foto: Shutterstock)

Seja por questões culturais, falta de educação financeira ou para não pagar Imposto de Renda sobre seus ganhos, o brasileiro gosta de investir na caderneta de poupança. E os valores depositados são altos: apenas em outubro deste ano, ultrapassaram 800 bilhões de reais.  

Existe uma regra simples para a remuneração no investimento da poupança, pois há somente duas variáveis envolvendo a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação de Custódia), instrumento criado e controlado pelo Banco Central para registrar as operações do Tesouro Nacional, e a Taxa Referencial (TR) de juros da economia brasileira, criada para tentar controlar a inflação. Desde setembro de 2017, ela está em 0% ao mês.   

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A regra é a seguinte: quando a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 6,17% no mesmo período, mais taxa TR. No entanto, se a Taxa Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança será de 70% da taxa Selic mais a TR.  

Para facilitar a compreensão, veja a simulação abaixo:  

  Regra 1  Regra 2 
Selic  8,60%  5% 
TR  0%  0% 
Investimento    R$1.000,00    R$1.000,00  
Juros no ano   R$61,70    R$35,00  
Montante Final   R$1.061,70    R$1.035,00  

 

Rentabilidade baixa  

Em 30 de outubro deste ano o Banco Central divulgou que agora a taxa Selic está definida em 5% ao ano e que há a expectativa de redução num futuro próximo. Diante deste cenário, surge a pergunta: a poupança ainda é um investimento interessante?  

Para responder ao questionamento, o investidor deve estar atento ao IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e utilizado oficialmente pelo governo brasileiro para medir a inflação das famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos. No site do Banco Central do Brasil, a meta de inflação para 2020 é de 4% ao ano, podendo flutuar de 2,5% a 5,5%.  

Com esses dados em mãos, podemos fazer algumas comparações, considerando a taxa Selic de 5% com os três possíveis cenários inflacionários dado pelo Banco Central. Ao verificar essas possibilidades e seus respectivos resultados estaremos mais aptos a definir o destino dos investimentos.  

  Cenário com   Cenário com   Cenário com  
  Inflação a 2,5%  Inflação a 4%  Inflação a 5,5% 
Selic  5%  5%  5% 
TR  0%  0%  0% 
Investimento   R$1.000,00    R$1.000,00    R$1.000,00  
Inflação  -R$25,00   -R$40,00   -R$55,00  
Juros   R$35,00    R$35,00    R$35,00  
Montante   R$1.010,00    R$995,00    R$980,00  

 

Os resultados do quadro acima apontam que apenas no cenário de inflação a 2,5% ao ano compensaria deixar o valor investido na caderneta de poupança. Nos outros dois contextos haveria perda no poder de compra. Sendo assim, o investidor precisa olhar para outras opções, tais como fundos imobiliários, Tesouro Direto com data de vencimento de longo prazo, fundos de crédito privado, mercado de ações, etc. 

Para proteger seu poder de compra será necessário sair da zona de conforto, buscar mais informações dos investimentos que o mercado financeiro oferece e manter as finanças em dia. 

Paulo Coelho

Paulo Coelho

Finanças em dia

Dicas, orientações e conselhos sobre como manter as contas pessoais em dia levando em conta a Bíblia.

Administrador, pós-graduado em Gestão Executiva em Fundos de Pensão, possui MBA em Gestão Financeira de Mercado de Capitais e mestrado em Liderança pela Universidade Andrews.