Dia do Homem: histórias de quem protege os cidadãos e ressocializa os encarcerados
Conheça duas pessoas que, em suas áreas de atuação, se dedicam a mudar a realidade de sua comunidade.
Aos 18 anos, ele era apenas um jovem desempregado que precisava de dinheiro para se sustentar. Aléxon Rodrigues de Oliveira imaginava que ingressar na Polícia Militar (PM) resolveria a situação. Prestou o concurso em 1994. Foi aprovado. Vinte e cinco anos se passaram e o jovem se tornou um adulto experiente. Aos 43, carrega no uniforme a patente de sargento. E no coração, histórias de coragem e bravura.
Oliveira trabalha na área operacional do 6º Batalhão da 1º Companhia da PM de Belo Horizonte, capital mineira. Ele atua nas ruas, mais especificamente na área central da cidade, onde estão localizados os shoppings populares, com intenso tráfego de pessoas e veículos. O local registra inúmeras ocorrências de assaltos à mão armada e até homicídios.
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Foi em um caso de tentativa de homicídio contra um homem que Oliveira precisou agir rápido. Ao chegar ao local do crime, próximo à rodoviária, a população deu a vítima como morta. “Eu olhei bem, vi ele soltar um pouco de ar pelo nariz na poça de sangue. Olhei pela segunda vez. Percebi que estava vivo. Pedi para colocá-lo na viatura urgentemente. Fomos para o Hospital João XVIII. Deu tempo de socorrê-lo. Se fôssemos esperar a ambulância, não teria dado tempo. Deus foi honrado ali e ainda deu àquele homem uma nova oportunidade de acertar a vida”, narra o policial.
Guardião da sociedade
Com o passar dos anos, Oliveira começou a olhar para si e para a profissão que escolheu como um chamado de Deus para promover o bem. “Eu entrei porque estava desempregado. Hoje, me vejo como um guardião da sociedade, uma pessoa que é capaz de fazer o bem para o outro numa situação de adversidade. Procuro olhar muito o lado humano”, reflete.
No dia a dia, Oliveira também atua como ancião e diretor missionário da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) da Nova Pampulha. Ele é líder distrital do Clube de Desbravadores e acompanha o filho, Josué Rodrigues, 10 anos, nas atividades. A vida espiritual que ele cultiva dentro do lar e nas atividades da denominacionais é levada para dentro do ambiente de trabalho. Antes de sair para as operações diárias, chama os companheiros de farda para meditar em um verso bíblico e orar.
Para ele, o verso 1 do Salmo 127 retrata a necessidade que os policiais têm da proteção de Deus durante o expediente. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.”
“Conversei com eles e perguntei se aceitariam ler a Bíblia e orar para que Deus abençoasse nosso turno de serviço. Eles aceitaram. Hoje, mesmo quando não estou, sempre tem alguém que ora, até mesmo com o nosso comandante. Se nós estivermos bem com Deus, Ele vai nos usar nos lugares certos e na forma correta”, assegura.
Reconhecimento
O militar já teve o trabalho reconhecido diante da instituição. Ele foi condecorado como Destaque Operacional do Batalhão por ter contribuído com o crescimento de detenções diante dos altos índices de criminalidade na região do centro de Belo Horizonte, além de Destaque Operacional da 6º Companhia por 20 anos de trabalho sem nenhuma punição.
Esperança dentro dos presídios
Enquanto o militar inibe a criminalidade nas ruas e direciona os infratores à reclusão, quem está dentro dos cárceres para trabalhar com a ressocialização desses presos é um grupo de voluntários do Ministério das Prisões, coordenado pelo pastor Alexandre Rodrigues Carneiro.
Há 15 dias, o pastor e a equipe que o acompanha realizaram o primeiro batismo dentro do presídio de detentas da Unidade Materno Infantil.
Carneiro também atua no Complexo Penitenciário do Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde compartilha os ensinos bíblicos e realiza cultos. “Para mim, o Ministério das Prisões é um refrigério porque a gente vê Deus de perto atuando nessas pessoas”, pontua.
Para acessar as unidades prisionais, ele conta com a parceria da administração desses locais, assim como o apoio de outras denominações religiosas que ajudam a realizar o trabalho social com os encarcerados.
A próximo iniciativa do Ministério das Prisões é promover “A Escola de Crochê”, para que as detentas adquiram habilidades manuais e assim, ao saírem da reclusão, possam ter opção de renda para se sustentarem.
“Todos que estão presos um dia vão sair, e como vão ficar? O papel da Igreja é levar o evangelho. O único que liberta é Jesus. Não é só questão de salvação para essas pessoas, é também de transformação social”, enfatiza Carneiro.
Dia Nacional do Homem
A data foi inspirada no Dia Internacional do Homem, 19 de novembro, e tem como objetivo conscientizar a população masculina sobre os cuidados que devem tomar com a sua saúde, assim como valorizar e reconhecer o papel positivo do homem na sociedade. No Brasil, esse dia foi iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores e é comemorado desde 1992.