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Coluna | Diego Barreto

Eternidade à prova de falhas

Enquanto Jesus for eterno, eterna será a Paz. E Jesus é eterno. Seremos eternamente à prova de falhas!


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Enquanto Jesus for eterno, eterna será a Paz. E Jesus é eterno. Seremos eternamente à prova de falhas! (Foto: Shutterstock)

“Failproof” é uma palavra difícil de ser traduzida ao pé da letra, mas vamos tentar. É um termo utilizado para coisas ou situações que contém mecanismos que impedem o acontecimento de falhas. Define normalmente alguma coisa que está preparada para suportar qualquer adversidade que possa existir, sem fazer concessões a qualquer falha ou possibilidade de erro. Poucas coisas nesse mundo são realmente "Failproof", por isso, é até difícil citar exemplos. Seria algo em português como “à prova de falhas”.

Algo que sempre me intrigou é: como Deus pretende manter a liberdade por toda a eternidade e, ainda assim, o pecado não retornar à nossa realidade? Como Deus fará para impedir seres livres de escolherem errado mais uma vez?

Mastigue esses questionamentos, pois normalmente fugimos deles. E, na maioria das vezes, respondemos com "mágica". Ou seja, Deus vai fazer alguma mágica para que as coisas funcionem assim. No entanto, é um paradoxo intransponível até pela "mágica" pueril de nossos pensamentos. Se há liberdade, não há travas. Mas se não há travas, como o mal não se levantará novamente?

Duas respostas e duas motivações podem se apresentar. A primeira é bem lógica: quando pecamos pela primeira vez, o mal não passava de um conceito abstrato, do qual não conhecíamos as consequências. Hoje ainda podemos conceituá-lo, mas o conhecemos bem de perto, de maneira tangível. Sentimos os seus efeitos em nossa vida diária e social. O pecado agora é um conhecimento concreto. Vemos seus efeitos fatais. E, muitas vezes, irreversíveis. E esse conhecimento terrível permitirá que os seres humanos, devolvidos ao total controle de suas liberdades (perdemos esse controle no Éden após a queda), decidam-se livremente por jamais retornar ao pecado e ao distanciamento de Deus.

A segunda motivação, de se manter a pureza na liberdade depois do pecado, não tem a ver conosco. Está na percepção de Deus em Si. Perceberemos que uma das mais terríveis consequências de nosso pecado foi perpetrada sobre o próprio Deus. Quando Jesus morre na cruz para nos salvar da nossa condenação, somos tomados de assalto por um duplo espanto:

  1. O que fizemos com Deus!
  2. O que Deus fez por nós!

Acredito que esse seja o real motivo pelo qual o "mal nunca mais se levantará" (Naum 1:9). E é, também, o melhor motivo, visto que o primeiro repara apenas no que o mal causou a mim e o segundo repara no que o mal causou a Deus.

O primeiro espanto é egoísta, o segundo é altruísta. Somos conduzidos pela reflexão da cruz do nosso pensamento no EU para o pensamento em DEUS. Por isso, quando reparamos no que o mal causou em Deus, o que fica realmente como palavra final é o que Deus foi capaz de fazer por nós. O amor rouba a cena que o pecado dirigiu.

Com isso eu concluo que Jesus Cristo é a trava de segurança da eternidade, o "mecanismo" que garante que o céu será à prova de falhas. E é por isso que a mais importante das transformações é sermos transformados em pessoas que "negam-se a si mesmos" (Lucas 9:23) e "amam a Deus de todo o seu coração". Por isso, o que realmente importa é desenvolver uma profunda fidelidade com Deus a ponto de negar a si mesmo, a ponto de amar como Ele amou. A mais importante decisão da vida é essa. Quem vive assim está pronto para o céu. Quem vive assim tem o direito de receber de volta sua liberdade perfeita. Quem vive assim, ama. Somente pessoas assim podem construir a sociedade eterna. A sociedade do céu.

O que garante, de verdade, que a eternidade será perfeita e sem falhas são os seres livres que amam a Deus de todo o seu coração e não colocam seus próprios interesses no caminho. A presença d’Aquele que é amado por todos é o último e único argumento necessário para o completo bloqueio da “re-entrada” do pecado.

Enquanto Jesus for eterno, eterna será a Paz. E Jesus é eterno. O “Failproof” é eterno. Esse conhecimento afeta minha vida agora. Hoje não podemos ser perfeitos, mas quanto mais amarmos a Jesus de verdade e de coração, quanto maior for a nossa fidelidade e dedicação a Ele, e quanto menos priorizarmos o nosso eu, mais iremos estar seguros no Eterno. Mais paz já iremos sentir. Menos mal causaremos, pois Jesus é a nossa motivação absoluta.

Toda vez que eu me nego e o amo mais, preparo meu caráter para uma vida eterna. Jesus é a nossa segurança! Ele é a nossa cura.

Diego Barreto

Diego Barreto

O Reino

Vivendo já o Reino de Deus enquanto Ele ainda não voltou. Um olhar cristão sobre o mundo contemporâneo.

Teólogo, é co-autor do BibleCast, um podcast sobre teologia para jovens, e produtor de aplicativos cristãos para dispositivos móveis. Atualmente é pastor nos Estados Unidos.