Paixão de Cristo organizada por voluntários atrai multidão em Petrópolis
Encenação realizada pelo terceiro ano consecutivo despertou a atenção da imprensa local.
Os ombros não suportavam carregar a cruz, que por várias vezes foi ao chão. Vestes rasgadas, corpo ensanguentado. Gritos de dor que atraiam cada vez mais chicotadas.
O público de cerca de mil pessoas permanecia atento. Para o aposentado Manoel Gonçalves foi como se tivesse contato com aquela história pela primeira vez. “A Paixão de Cristo mexe muito com a nossa vida, nos faz refletir”, comenta o idoso que percorreu 30 km para ir assistir à encenação realizada na noite da última sexta-feira, 19, na Praça de Nogueira, em Petrópolis, região serrana do Rio e Janeiro.
Logo a comoção da plateia dá lugar à alegria, ao ver que aquele Cristo crucificado ressuscita, com vestes limpas e intactas. As palmas são inevitáveis.
“Eu assisti no ano passado, gostei muito e estava preocupada porque não sabia a data que a encanação seria feita neste ano. Por acaso, encontrei um anúncio no Facebook e consegui vir assistir. É emocionante”, comenta Maria Glória.
Este é o terceiro ano consecutivo de realização do espetáculo que tem duração aproximada de uma hora e meia e conta com dez cenas. Tudo é feito por um grupo de 50 voluntários, incluindo elenco e equipe de produção, que, a partir de doações, confecciona cenários e figurinos, aluga equipamentos de som e de iluminação.
Após a encenação, quem esteve na praça ainda recebeu, gratuitamente, exemplares do livro missionário de 2019, Esperança para a Família, e foi convidado a fazer um lanche na sede da Igreja Adventista em Nogueira.
Assista ao espetáculo na íntegra:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=FBOMzHWdSwk?start=203]
Voluntários abriram mão de descanso no feriado para organizar encenação
O feriado da sexta-feira da Paixão começou cedo para quem estava envolvido com o projeto. Antes das 8h da manhã, o técnico em manutenção Edson Dias já estava na praça com a missão de ajudar a montar todo o cenário. Aos poucos, o espaço começou a remeter à Jerusalém dos tempos bíblicos, com direito ao Jardim do Getsêmani, Sinédrio, Palácio de Pilatos e Calvário.
Mas o trabalho começou bem antes. Os ensaios iniciaram há cerca de dois meses e junto à produção de alguns figurinos e elementos que seriam utilizados em cena. A artesã Mirian Fernandes, por exemplo, confeccionou cinco capacetes para compor o figurino dos soldados romanos. Mirian buscou inspirações de modelos na internet e utilizou a técnica de cartonagem, com a qual trabalha, para fazer o acessório. “É uma alegria poder aproveitar a minha arte para ajudar a fazer esta encenação acontecer”, comenta.
Espetáculo integra diferentes gerações
O elenco envolve de crianças a idosos. Manoel de Medeiros, de 81 anos, e sua esposa, Maria Helena, de 77, atuaram pela primeira vez no espetáculo fazendo parte grupo de pessoas que acompanha Cristo na maior parte das cenas. “Por causa dos problemas de saúde, a gente não pode fazer muito, mas isso a gente consegue fazer e tem sido muito bom”, destaca Maria Helena.
O papel de Jesus é interpretado pelo auxiliar de departamento pessoal Uenderson Gonçalves, que nas horas vagas dividia o tempo entre os ensaios da peça e a atividade de motorista de aplicativo. Uenderson é um dos idealizadores e garante que abrir mão de algumas horas para se envolver no projeto vale a pena. “O que me move é a missão de divulgar o amor de Deus, não podemos guardar o que Jesus fez só para nós, precisamos espalhar para que outros saibam”, afirma.
A encenação despertou a atenção da imprensa local. Os principais veículos impressos Tribuna de Petrópolis e Diário de Petrópolis, divulgaram alguns dias antes ao evento, o que, segundo organizadores, chamou atenção de moradores e turistas da cidade durante o feriado. A Rádio Itaipava fez uma entrevista com um dos atores, Márcio Azevedo.
Mais fotos da encenação: