Ex-aluno oferece curso gratuito para melhorar oratória de estudantes
Usando as técnicas adquiridas no curso, estudantes se apresentaram em um júri simulado ao público no auditório da escola
No início deste ano, um portal jornalístico publicou uma reportagem onde foi ouvida uma empresa de recrutamento. A entrevista resultou em uma lista de profissões em alta para o mercado de trabalho em 2018. Na descrição de cada uma delas, entre atribuições e objetivos da função, constava ainda o item "perfil da vaga" onde as características predominantes eram: profissional multitarefa com experiência em negociação, gestão de equipes e capacidade gerenciar indicadores de desempenho. O salário: R$ 15 mil a R$ 22 mil.
Falar bem em público, sem dúvidas, abre portas em qualquer circunstância, seja na área profissional ou social de qualquer pessoa. Esta premissa foi o objetivo central de dois professores, um deles ex-aluno da Escola Adventista de São Brás, em Belém no Estado do Pará, que levaram à instituição um curso gratuito de oratória. "Nosso projeto, chamado "Direito Paid'égua" tinha como propósito inicial trabalhar com dicas e propostas para concursos públicos e para o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e com essa experiência de sala de aula, pensamos em expandir para a educação básica, por meio de palestras e aulões", explicou o professor de história e bacharel em direito, Gessandro Vitorino.
Ele, junto do amigo também professor Rodrigo Amorim ofereceram em caráter inédito, a parceria com a escola para que alunos participassem do curso de oratória com um mês de duração, sendo as aulas semanais de duas horas cada. "Tivemos dois grandes desafios: trabalhar a linguagem e o conhecimento jurídico com alunos do ensino fundamental, e ainda, lidar com a timidez da maioria nas primeiras aulas. Mas durante o curso percebemos a evolução deles, que inclusive, hoje estão aqui apresentando teses persuasivas com excelência", elogiou Rodrigo.
Na noite da última terça-feira, 20, treze alunos foram certificados, mas antes, apresentaram ao público presente no auditório da escola, um júri simulado onde um caso foi proposto e então, após estudos constantes, quatro alunas participaram da audiência apresentando suas teses para convencer os jurados. Houve promotoria, defesa, jurados, exatamente como num júri real. O professor Rodrigo foi o juiz do caso. "Eu fiquei impressionado com a desenvoltura das meninas, pois algumas delas iniciaram o curso sem quase conseguir falar seu nome em público, e então defenderam bravamente suas teses para convencer o júri. Eu estou realmente muito satisfeito", elogiou Rodrigo.
Assistidas por familiares e amigos, as estudantes foram bastante aplaudidas após a apresentação, e na ocasião, foram reconhecidos ainda os alunos destaque e revelação conforme o desempenho no curso. "Em todas as carreiras que formos seguir, a oratória vai ser muito importante. Eu, por exemplo, quero fazer medicina, e é muito importante que eu saiba me expressar bem para poder atender meus futuros pacientes da melhor forma possível, no momento em que eles mais precisarão de apoio. Eu estou muito feliz e lisonjeada por tudo isso", orgulhou-se Luany Prata, 14, que foi eleita a melhor oradora da turma.
"Essa experiência foi algo novo e muito especial, com certeza será algo que levarei pra toda minha vida", afirmou Letícia Giovana Guerreiro, 13, que participou representando a promotoria no júri simulado de encerramento do curso.
"O resultado desse curso foi muito positivo, uma vez que, até os pais desses alunos notaram e vieram relatar sobre a melhora de relacionamento deles no convívio tanto do lar, quanto na sociedade em geral. Isso também agrega muito ao desempenho destes alunos nos estudos, pois eles se sentem mais motivados e mais seguros para expressar-se, auxiliando no aprendizado. Nós estamos muito satisfeitos e pretendemos seguir com o projeto no próximo ano", garantiu Grace Pastana, diretora da escola.