Por Jenny Vieira

Não é de hoje que as igrejas evangélicas se preocupam com o alto índice de jovens que abandonam a fé, assim que começam a encarar novas fases da vida. Um estudo realizado pelo instituto Lifeway Research, constatou que 70% dos adolescentes que frequentam a igreja durante o Ensino Médio, abandonam a fé no período da faculdade. O caso não é particularidade de uma ou outra denominação, mas de igrejas cristãs em geral.

O assunto também foi tema do concílio de pastores adventistas da região Centro-Oeste do Brasil, que começou nesta segunda-feira, 17. Segundo Billy Nascimento, um dos oradores do evento, ainda existe muita resistência da parte dos mais velhos de aceitarem a participação dos mais novos, tanto dentro de casa, no âmbito familiar, quanto dentro das igrejas. “Isso acontece porque, naturalmente, são mentalidades e pontos de vistas muito diferentes”, afirmou.

Billy é neurocientista e explicou o processo de formação do cérebro e como isso interfere nas atitudes de um adolescente e, muitas vezes, no relacionamento entre as diferentes gerações. “A parte do cérebro responsável por nossas decisões, emoções e impulsos, só está completamente formada e madura, na maioria dos casos, por volta dos 30 anos”, enfatizou Nascimento. O fato explica porque muitas vezes o adolescente toma decisões de forma impulsiva e vive muito intensamente cada emoção. “Ele precisa ser direcionado. Precisa de um líder que seja companheiro. Pode ser o pai, a mãe ou mesmo um líder de confiança em sua igreja”, completou.

Foram mais de 300 pastores que participaram do evento que lançou a campanha que será norteadora das atividades da igreja para esta região no próximo ano. “Juntos” foi a palavra escolhida para intitular a campanha que tem o objetivo de incluir crianças, jovens, adultos e idosos nas atividades desenvolvidas pela igreja. “Não estamos preocupados com o instrumento, com a música ou com o formato da adoração. Nós estamos preocupados em incluir a nova geração nos serviços de adoração da igreja”, ressaltou o pastor Alijofran Brandão, líder da igreja para todo o Centro-Oeste.

Os participantes puderam compartilhar ideias e soluções para atrair as novas gerações. “Nós temos a tendência de achar que precisamos resolver tudo do nosso jeito e esquecemos de entrar no meio em que eles vivem. O segredo é nos relacionarmos com eles no meio em que eles vivem e não trazê-los para o nosso meio”, comentou Flávio Pereira Ramos, pastor na região do Tocantins.

O Concílio deve terminar na próxima quinta, 20. O objetivo é lançar o planejamento e as novas estratégias para o próximo ano. “Em 2019 nós daremos um passo gigantesco na adoração de nossas igrejas, tornando a nossa liturgia mais simples e inclusiva. Simplicidade na adoração e inclusão de todos”, concluiu, Brandão.