Quebrando o Silêncio entra para o calendário de Imperatriz, no Maranhão
O dia de ênfase ao combate à violência permanece o mesmo sugerido pela Igreja no território sul-americano
Por Simone Joe
A Igreja Adventista tem mostrado sua relevância na cidade de Imperatriz, no sul do Maranhão, através da coordenação de projetos que beneficiam a comunidade em geral. O Poder Legislativo municipal tem reconhecido e apoiado o trabalho social da denominação e isso tem garantido ainda mais credibilidade diante da sociedade. Uma dessas demonstrações ocorreu na manhã desta terça-feira, 26 de junho, quando foi aprovado, por unanimidade, um Projeto de Lei que combate a violência em todas as suas formas, especialmente a doméstica. Trata-se do Quebrando o Silêncio, que agora tem uma data no calendário oficial do município.
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A proposta foi apresentada pelo vereador João Silva, membro batizado há quase um ano após ceder sua escola para a realização do evangelismo da Missão Calebe. Silva exaltou o fato da Igreja ter várias frentes missionárias e sociais, destacando o combate à violência. “Casou certinho com minha ideia. Desde criança eu sempre tive um cuidado com os mais fracos. Gostei do projeto, me envolvi e estou aqui não só a serviço da sociedade, mas também a serviço de Deus. Quero fazer tudo o que agrada a Ele e cuidar dos menos favorecidos”, frisou o vereador, acrescentando que o projeto deveria tomar proporções mundiais.
O líder geral da Igreja Adventista para essa região, pastor Alexandre Meneses, usou sua fala para agradecer o Legislativo pelo apoio e destacou a importância da campanha para o bem estar de todos.
Em 2017, o Quebrando o Silêncio combateu o abuso sexual e neste ano, cujo dia de ênfase é sempre o quarto sábado de agosto, alerta sobre o suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a 17ª principal causa de mortes em todo o mundo, com 800 mil vítimas anuais. Isso equivale a um óbito a cada 40 segundos. Os motivos que levam ao suicídio são variados e complexos. Podem ser decorrentes de um distúrbio mental, como depressão e ansiedade, de um abuso sexual, e de problemas sociais.
Os alunos da rede de Educação Adventista também estarão envolvidos nesse projeto. “Eu tenho colegas que apresentam quadros depressivos, acham que não podem melhorar nas notas ou em casa. O que eu posso fazer é tentar me aproximar deles, conversar e mostrar que existe saída”, reforça Erlon Kayron, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Adventista de Imperatriz.
Coordenadora do projeto para toda a região sul do Estado, a psicóloga Raquel Duarte comemora a decisão do Legislativo. “Essa conquista foi um sonho realizado! Nossa intenção é fazer a comunidade saber que há uma Igreja que se preocupa com o bem-estar físico, mental, social e espiritual da mulher e também da família. Este ano estaremos quebrando o silêncio contra o suicídio, orientando como proceder diante dos problemas e evitar o isolamento”, explica.
Na semana que antecede o dia da ênfase, as escolas dessa região recebem palestrantes que distribuem as revistas educativas tanto para crianças quanto para jovens e adultos. A conscientização também ganha ruas, praças e shoppings, programas de televisão e rádio com o objetivo e promover uma conscientização geral.