Casal relembra namoro de 9 anos a distância
Antes de casarem, Cláudia e Robson protagonizaram um romance que teve a distância como a maior vilã
As férias de 1997 fizeram com que Robson Sousa descobrisse o verdadeiro amor de sua vida: Cláudia Correia. No entanto, à época, nem ele e nem ela sabiam disso ainda.
“Eu a vi pela primeira vez e fiquei bem impressionado com a beleza dela. Ela estava sentada em uma cadeira, revisando a lição da Escola Sabatina”, relembra Sousa.
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Da memória, Cláudia até resgata os momentos em classe, mas não havia notado o rapaz. Nesse desencontro, foi quando tudo começou. Mas ainda levaria um tempo para que Robson conquistasse, de vez, o coração dela. Cláudia, por sua vez, conta o quanto era focada e, por ser ainda muito nova, preferiu não se envolver em relacionamentos. Além disso, o jovem estudava em um internato e isso dificultava ainda mais um estreitamento entre os dois.
Enquanto relembra as primeiras investidas, Robson reconhece que não foi fácil. Afinal de contas, Cláudia era popular, bonita e, após algum tempo, deixou bem claro que, de Robson, só queria a amizade. Entre idas e vindas, após dois anos, a persistência garantiu o relacionamento que Sousa sempre sonhou. Com apoio dos familiares e dentro dos princípios que acreditava, o casal oficializou o relacionamento em meados dos anos 2000.
Vidas opostas
Foi então que a vida de ambos começou a tomar rumos bastante diferentes. Cláudia foi para o Rio de Janeiro cursar Técnico em Enfermagem no Hospital São Silvestre, ao passo que Robson cursava Teologia na Faculdade Adventista da Bahia (Iaene).
“Às vezes eu ia para o Rio de Janeiro com R$ 50 para poder vê-la. É claro que o meu dinheiro acabava no primeiro dia e ela tinha que me ajudar financeiramente”, admite. Os tempos difíceis perduraram algum tempo e, até quando as condições econômicas de Robson melhoraram, a distância ainda era uma vilã no relacionamento entre os dois. E foram nove longos anos até que eles pudessem se casar. Enquanto isso, o jeito era apostar na tecnologia da época. Primeiro foram as cartas. São duas caixas repletas de correspondências.
"Nós conversávamos praticamente todos os dias por carta. Escrevíamos na hora do almoço, durante as aulas. Qualquer coisa que fizéssemos era motivo para que a gente escrevesse e mandasse", relembra Cláudia.
Depois os cartões telefônicos e ligações a cobrar fizeram parte da rotina do casal, tudo que fosse possível para que os dois pudessem conversar e manter o relacionamento em pé. Até que os e-mails permitiram com que eles dialogassem com mais frequência. Dia após dia, Robson contava sua rotina diária e Cláudia correspondia da mesma forma. Depois, com a criação do Hangouts – serviço de bate-papo do Google -, as trocas de mensagens foram se tornando cada vez mais instantâneas.
A distância, contudo, não era o único fator que inviabilizava um possível casamento. As condições financeiras não eram tão favoráveis e os dois também acreditavam que precisavam ter maturidade suficiente antes de consumar a relação.
Relacionamento saudável
Em 2009, Cláudia e Robson se casaram e puseram fim à distância e às incertezas. Enquanto namoravam, ele revela que o casal não protagonizou brigas e sempre se manteve fiel aos princípios bíblicos. “A gente nunca ultrapassou determinados limites da intimidade. E sempre permanecemos bem firmes quanto essas questões”, sustenta.
A convicção de que haviam sido feitos um para outro permitiu que, por todo esse tempo, o amor falasse mais alto. "O interesse pelo outro, em se mostrar preocupado com a pessoa, é um fator importante para que nosso relacionamento durasse tanto tempo", garante Cláudia.
Após dez anos casados, Robson, saudoso, relembra cada detalhe da história, que resultou em suas conquistas. E para que um relacionamento permaneça saudável, ele tem a fórmula: I Coríntios 13. “Paciência, perseverança, diálogo, perdão! Mandando os sentimentos ruins para a lixeira e retendo somente os que são bons” parafraseia.
Já Cláudia não hesita em dizer que foram tempos difíceis, mas, segundo ela, recompensadores. "Se você está com uma pessoa que tenha a mesma fé, que seja cristão, o caminho mais centrado é esperar", aconselha.