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Base Nacional Comum Curricular foi debatida por educadores evangélicos da ABIEE no UNASP

Por Murilo Pereira Nesta semana, no dia 3 de abril, o Ministério da Educação (MEC) entregou a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Poucos dias após o Centro Universitário Adventista de São Paulo receb...


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Por Murilo Pereira

"Como todos nós, assim espero, estamos indo para a eternidade, precisamos estar unidos pelas coisas que nos aproximam”, pastor Neumoel Stina, durante mensagem que abriu o encontro que reuniu educadores de instituições de ensino confessionais evangélicas no UNASP-SP.

Nesta semana, no dia 3 de abril, o Ministério da Educação (MEC) entregou a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Poucos dias após o Centro Universitário Adventista de São Paulo receber no campus da capital paulista, no dia 20 de março, o relator da Base Nacional Comum Curricular no CNE, doutor Joaquim José Soares Neto, que esclareceu as dúvidas de educadores e dos gestores de instituições de ensino que integram a Associação Brasileira das Instituições de Ensino Evangélicas (ABIEE).

Joaquim José Soares Neto esclareceu as dúvidas de educadores e dos gestores de instituições de ensino que integram a Associação Brasileira das Instituições de Ensino Evangélicas (ABIEE).

Na ocasião, Soares Neto foi um dos convidados a participar dos Seminários Temáticos da ABIEE, evento que reuniu representantes de diversas instituições educacionais brasileiras do segmento evangélico. O relator explicou o contexto da educação nacional que justifica a proposta da nova base e mostrou como ela foi construída com a participação popular de educadores e da sociedade.

Entenda o que é a nova base e como se dá a participação pública na construção do documento.

Ensino Básico

Segundo Soares Neto, as grandes desigualdades sociais levaram o país a grandes desigualdades educacionais o que justifica, portanto, a proposta de uma base comum que contemple tanto a escola pública quanto às redes privadas de ensino. Com a nova base, estados e municípios deverão seguir as mesmas diretrizes para a educação.

Atualmente, segundo dados apresentados pelo relator durante palestra no UNASP-SP, o Brasil possui 50 milhões de alunos na educação básica, sendo crianças, adolescentes, jovens e adultos. Das 200 mil escolas de educação básica existentes no Brasil, 150 mil são municipais, com níveis sócio econômicos mais baixos.  Sete milhões de alunos frequentam escolas rurais com estruturas frágeis e limitações de recursos para a educação. Há 2 milhões e 200 mil professores lecionando para alunos do ensino fundamental ao médio.

Após sua apresentação, o relator respondeu às perguntas e ouviu as opiniões dos educadores presentes na assembleia. “Isso faz parte de uma vida democrática. Com esse debate aqui hoje, todos nós saímos engrandecidos porque o Conselho teve a oportunidade de fazer uma apresentação, oferecer esclarecimentos e a participação foi muito grande em termos de perguntas. O CNE considera essas instituições de ensino evangélicas muito importantes e o nível das discussões que tivemos foi bastante relevante. Saímos daqui com maior clareza em relação ao futuro da educação brasileira”, comentou.

Ensino Superior

A segunda parte dos Seminários Temáticos propostos pela ABIEE tratou das mudanças do Ministério da Educação para o ensino superior.

O secretário da SERES, Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Henrique Sartori de Almeida Prado, apresentou o Novo Marco Regulatório da Educação Superior e as novas perspectivas para este setor da educação.

Henrique Sartori de Almeida Prado, apresentou o Novo Marco Regulatório da Educação Superior e as novas perspectivas para este setor da educação.

“Conseguimos avançar bastante no ambiente regulatório para que as instituições boas com histórico institucional sejam valorizadas. Nós não resolvemos os problemas só com orçamento, mas com boas práticas, gestão honesta, clara, regras transparentes e que ao mesmo tempo as instituições possam escolher o seu caminho. Hoje isso é possível. Eu posso escolher ter uma educação presencial, ter uma educação à distância, posso ter as duas e eu posso ter currículos inovadores. Mas, sobretudo hoje, nós conseguimos dar vazão e ao mesmo tempo condição de premiar aqueles que não se aventuram, mas se propõem a uma educação de qualidade e que entregam de fato isso. A SERES está à disposição de todos, agradeço a ABIEE por esse convite”, afirmou Prado.

Chancelar no UNASP, Euler Bahia, reforçou a importância de poder tirar dúvidas pessoalmente com o relator e o secretário.

Para o vice-presidente para relações institucionais e internacionais da ABIEE e chanceler do UNASP, Euler Bahia, “trata-se de uma grande oportunidade e privilégio poder receber da fonte primária as informações e esclarecimentos, tanto relativos ao processo de construção e homologação da Base Nacional Comum Curricular, pelo conselheiro relator no Conselho Nacional de Educação, Joaquim Neto, quanto os desdobramentos da nova legislação que regula a educação superior, através do secretário, Henrique Sartori. Foi uma ocasião para se esclarecer muitas dúvidas que dificilmente teriam sido sanadas a não ser através de um diálogo direto e pessoal com estas autoridades, já que, o que se divulga nos órgãos oficiais são apenas e tão somente os textos frios. Pudemos entender para além disso, alguns contextos até então meio obscuros e detalhes que somente uma explicação de quem conhece profundamente a realidade pode elucidar”, comentou.

 

“As instituições evangélicas se renovam para acompanhar as novas possibilidades deste mundo, mas não devem abrir mão de seus valores. As instituições, quando se reúnem e se encontram, se fortalecem reciprocamente também para fazer frente a este desafio. A ABIEE é um dos elos fortes para permitir isso”, destacou Silvio Iung, presidente da ABIEE.

Educadores participaram com perguntas e opiniões

UNASP e ABIEE

O UNASP integra a ABIEE desde sua instituição em 2001. Fazem parte dela mais de 800 instituições de ensino superior e de educação básica. “A ABIEE só existe pelas instituições que a compõem. Somos gratos a Deus por podermos congregar estas instituições e que elas possam continuar a deixar boas sementes com alunos e colaboradores diariamente”, expressa Iung.

Segundo o presidente, a associação tem procurado reunir as instituições de educação evangélicas no Brasil e representá-las no cenário brasileiro, muito especialmente na relação com os órgãos federais de educação. Um exemplo recente de como essa representação tem sido possível está no fato de ela passar a integrar o Fórum Nacional de Educação e também a compor a lista de instituições que indicam nomes para o Conselho Nacional de Educação. ​

Orquestra de Sinos composta por alunos do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio do Colégio UNASP, se apresentou durante o evento.

“A ABIEE tem sido protagonista de muitas ações estratégicas no âmbito de suas relações com o Congresso Nacional e com o Executivo Federal e outros órgãos da sociedade civil, a qual tem sido fundamental não somente para o UNASP, mas para todo o segmento confessional evangélico ao defender corporativamente os mesmos valores que nós, especialmente quando alguma decisão nos afeta no âmbito de nossas convicções bíblicas e cristãs. Mas há vários outros campos que nos beneficiam em decorrência de nossa filiação à ABIEE”, descreveu Bahia.

Após os seminários, os membros da comissão da ABIEE se reuniram na parte da tarde do dia 20 de março, na assembleia anual extraordinária.

 

 

Fotos: Isaac Maciel e Herbert Ferreira