Jovens do Centro-Oeste avaliam métodos utilizados pela Igreja
Eles passaram dois dias divididos em grupos, falando sobre necessidades e soluções para o planejamento da igreja nos próximos anos
Brasília, DF...[ASN] Neste final de semana, cerca de 25 jovens, representantes da igreja em todo o Centro-Oeste do Brasil, foram convidados para uma espécie de “ouvidoria” realizada pelos pastores, líderes da igreja na região. Uma média de cinco jovens de cada estado: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal, compareceram ao Centro Adventista de Treinamento (CATRE-DF), durante o sábado e o domingo, para darem a sua opinião sobre como a igreja tem trabalhado nestes últimos anos com as novas gerações.
Um estudo realizado pelo instituto Lifeway Research, publicado no ano de 2016, apontou que 70% dos jovens que frequentam alguma igreja durante o Ensino Médio, abandonam a fé no período de faculdade. Na Igreja Adventista, o mesmo acontece. Por esse motivo, os líderes pararam para ouvir e ter a participação dos jovens no planejamento dos próximos anos.
Os participantes foram divididos em salas, conforme a quantidade de membros de suas igrejas. “Nós dividimos eles em três grupos: membros de igrejas de até 100 fieis, igrejas de até 250 fieis e acima de 250 fieis, porque as realidades de igrejas menores, são diferentes da realidade de igrejas maiores”, explica o pastor Mark Wallacy, um dos dirigentes do evento.
“Nós estamos aqui, reunindo a parte mais importante da igreja, que são os jovens e nós queremos ouvir as necessidades deles e planejar a Igreja a partir das necessidades da nova geração”, afirmou o líder geral da igreja no Centro-Oeste, pastor Alijofran Brandão.
Cada grupo possuía um líder relator que direcionava perguntas e anotava as respostas e comentários que eram dados pelos jovens. Os mesmos foram incentivados a mostrarem a realidade de suas igrejas, sem medo de cesuras. Afinal, todos os pastores presentes estavam dispostos a ouvir e entender o pensamento dos mais novos.
Entre as necessidades expostas, os jovens citaram:
- Carência de relacionamento entre liderança e as novas gerações;
- Necessidade de união entre a experiência dos mais velhos com o vigor dos mais novos;
- Conscientização dos pais para que incentivem seus filhos, desde cedo, a serem pensantes e não apenas a seguirem regras;
- Falta de continuidade e conexão entre projetos pontuais, como “semanas santas”, “Impacto Esperança”, “Um Ano em Missão”, “Projeto Calebe”, e outros;
- Falta de um planejamento direcionado para os jovens;
- Necessidade de desafios para as novas gerações;
Ao final do evento, todos foram reunidos em um bate-papo com o líder geral da igreja, no Centro-Oeste, para darem o feedback sobre o encontro. João André Semiguen, 16, vindo do Mato Grosso, falou sobre sua experiência: “Quando cheguei, não sabia exatamente o que faríamos aqui, mas desde o primeiro momento, senti que a igreja está tentando mudar. Está se movimentando em prol dos jovens e quer ouvi-los. Me senti privilegiado em ter voz para dar a minha opinião e representar os jovens do meu estado”.
“Isso pra mim, é fundamental para que eu tenha consciência de que a igreja está planejando algo junto com a gente. Que não estão apenas tomando decisões baseadas no que eles pensam, mas que estão interessados em fazer uma igreja relevante para nós”, continuou Gislye Montin, 24, moradora de Brasília.
“Por mais inteligente que uma mente seja, ela não substitui a mente de todos nós. Aqui nós sentimos que temos a missão de trazer a nova geração para nossa vida e juntos nós faremos isso dar certo”, completou, Ronair Nunes da Silva, 18, do Tocantins.
Como de costume, o programa finalizou com uma oração, só que, desta vez, não foram os pastores que impuseram as mãos sobre os jovens, pedindo a benção de Deus sobre eles, e sim ao contrário. O líder da igreja, pastor Alijofran Brandão, pediu que todos os jovens fizessem um círculo ao redor dos pastores presentes, impondo a mão sobre eles e pedindo que Deus os desse sabedoria, para que fizessem uma igreja relevante para todas as gerações, baseada na Bíblia e na vontade de Deus. "O poder da oração não está em quem ora, e sim em quem ouve oração", complementou, Brandão. [Equipe ASN, Jenny Vieira]