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Formada 1ª Associação de Quadrinistas Adventistas Brasileiros

Por Mairon Hothon Eles divertem, informam, fazem seus leitores viajarem na narrativa da história e no final sempre transmitem uma mensagem. Os quadrinhos até podem ter nas crianças seu maior público, mas influenciam a todos que se permitem ler seu pr...


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Por Mairon Hothon

Encontro reuniu 25 profissionais, teólogos e entusiastas em Campinas para debater a relevância dos quadrinhos no processo do evangelização (Fotos: Mairon Hothon)

Eles divertem, informam, fazem seus leitores viajarem na narrativa da história e no final sempre transmitem uma mensagem. Os quadrinhos até podem ter nas crianças seu maior público, mas influenciam a todos que se permitem ler seu primeiro balão de fala. Desde 1869, quando o desenhista Angelo Agostini publicou a primeira História em Quadrinhos no Brasil, até hoje, a arte sequencial conquistou todos os tipos de espaços e públicos de leitores.

Paralelo ao desenvolvimento das histórias em quadrinhos (HQs) no Brasil, sua repercussão no contexto da Igreja Adventista seguiu a mesma linha. Com breves menções entre as décadas de 40 e 50 nas literaturas gerais, elas só foram ter um espaço definitivo em 1953 quando criada a Revista Nosso Amiguinho, dedicada às crianças, e publicada pela Casa Publicadora Brasileira. Hoje as HQs servem ao público religioso nos diferentes formatos e periódicos.

Exposições e debates marcaram o domingo de encontro dos quadrinistas adventistas.

Durante o domingo 12 de novembro, entusiastas, estudantes, profissionais e teólogos adventistas se reuniram em Campinas, na região central de São Paulo, para participarem do 1º Encontro Adventista de Quadrinistas. Organizado pelo grupo de pesquisa Excelsior!, do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), o evento trouxe para o debate as relações da Igreja Adventista com a considerada 9ª arte.

“A ideia de juntar esse pessoal partiu de algumas pesquisas do grupo Excelsior! com a intenção de reunir quem gosta e já trabalha com HQs para entender a relação dessa mídia com o contexto adventista. Dar uma injeção de ânimo nesses jovens que querem contribuir com o evangelho por meio dos dons pessoais e mostrar para a organização a força que essa ferramenta de comunicação tem”, explica o organizador do evento, Felipe Carmo, pastor e professor do Unasp.

 

Novas Gerações

Breno Barros tomou gosto pela leitura por meio dos quadrinhos ainda na infância. Hoje é um quadrinista profissional.

Se o gosto pelas Histórias em Quadrinhos começa quando criança, elas também podem servir como carreira profissional. Com o curitibano Breno Barros foi assim. Leitor de gibis educativos e religiosos quando menor, hoje é quadrinista profissional e foi o autor da HQ evangelística 1844, lançada em 2015. Ele conta que a entrada no mundo da leitura começou com os quadrinhos, e depois foi evoluindo de forma que atualmente ele trabalha criando histórias religiosas em arte sequencial.

“A vantagem de se produzir histórias em quadrinhos consiste em poder trabalhar assuntos complexos em um curto espaço de texto, fazendo do assunto difícil, algo fácil. A ideia da HQ 1844 começou dessa forma. Depois de assistir um documentário sobre a origem da Igreja Adventista do Sétimo Dia, decidi fazer quadrinhos para que a história da denominação fosse entendida de forma mais lúdica e atrativa para adolescentes e jovens. Pesquisei muito nos livros O Grande Conflito e História do Adventismo, roteirizei, desenhei e passei para a revisão. Meu espiritual e profissional só cresceu com esse trabalho”, comenta.

Jacitário Pedro veio de Recife (PE) para participar do encontro. Ele uniu seu gosto particular com a profissão.

Outro profissional que também ingressou nos quadrinhos foi o designer Jacitário Pedro, natural de Recife (PE). Desde pequeno inserido no contexto do Clube de Desbravadores, depois de formado decidiu fazer um trabalho que ajudasse os componentes da sua agremiação a aprenderem de forma mais interessante os princípios dos desbravadores.

“Meu primeiro rabisco foi com 15 anos e com 13 eu já fazia parte do Clube de Desbravadores, então foram duas paixões que cresceram praticamente juntas. Como o interesse pela arte sequencial é crescente, comecei a pensar em uma história chamada Geração DBV, que procura apresentar os valores e princípios que as crianças precisam aprender dentro do clube. Desenho diferentes crianças para que os leitores se identifiquem. Esse é meu primeiro trabalho, mas já estou rabiscando um novo projeto que vai envolver o livro bíblico do Apocalipse”.

Felipe Carmo enfatiza que trabalhar com HQs é uma forma alinhar a ênfase adventista com o que já é produzido.

Felipe Carmo enfatiza que trabalhar com HQs é uma forma alinhar a ênfase da Igreja Adventista com o que já é produzido de maneira isolada e independente. “Enquanto organização não temos um documento oficial sobre o assunto, mas a tentativa de entender melhor como os gibis podem ser um meio para o cumprimento da missão é estratégico para nossa igreja. Se produzirmos materiais que atendam as nossas crenças fundamentais e o público das novas gerações teremos mais êxito na pregação do Evangelho”, explica.

 

Associação de Quadrinistas Adventistas

Durante o programa foi organizada a 1ª Associação de Quadrinistas Adventistas (AQA), construída como ministério de apoio à igreja. Com cerca de 30 membros participantes, a diretoria da associação eleita é composta pelo presidente (pastor e professor Felipe Carmo), tesoureiro (Eduardo Cavalcante, estudante de Teologia), secretária (Thais Camargo, estudante de Comunicação Social) e conselheiro (pastor e professor Allan Novaes).

Formada Comissão da AQA sendo eleitos: conselheiro (pastor e professor Allan Novaes, secretária (Thais Camargo, estudante de Comunicação Social), presidente (pastor e professor Felipe Carmo) e o tesoureiro (Eduardo Cavalcante, estudante de Teologia).

“A AQA é uma associação de artistas, roteiristas e pesquisadores da arte sequencial que desejam produzir material artístico e literário em quadrinhos à serviço da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Queremos produzir algo de qualidade, atual e que atenda às demandas da nossa organização em sua ênfase em utilizar a comunicação para dialogar com as novas gerações”, afirma Novaes.

Para o professor Francislê Souza, diretor de Graduação do UNASP, campus Engenheiro Coelho, a AQA vai trazer benefícios não apenas para a administração e membros, mas para os estudantes adventistas que desejam se profissionalizar nessa área.

“Tenho certeza que a AQA vai produzir um material riquíssimo para os fiéis e vai servir como mais uma opção para os estudantes que desejam se aprofundar nessa área”, comenta.

A AQA é aberta a todos os profissionais, pastores, estudantes e entusiastas adventistas que desejam se valer da arte sequencial para fins missionários, e reúne quadrinistas de diversas igrejas e instituições adventistas do Brasil, entre elas o Unasp, a Casa Publicadora Brasileira e a Rede Novo Tempo de Comunicação. Para aqueles que querem ingressar na AQA, é preciso enviar um e-mail para [email protected], juntamente com portfólio de ilustrações ou roteiros para quadrinhos.