Pequeno Grupo infantil muda rotina de crianças no Pará
Casa de pastor adventista se tornou o ponto de encontro da vizinhança em Paragominas
Por Anne Seixas
A casa do pastor Anicácio Seabra se tornou um ponto de encontro em um dos bairros do município de Paragominas, no sul do Pará. Por causa do relacionamento do filho, Daniel - hoje com 10 anos -, com os vizinhos, pai e filho decidiram abrir um Pequeno Grupo e convidar os colegas para ensinarem sobre a Bíblia. Desde então, há dois anos várias atividades recreativas são desenvolvidas para cativar os meninos da rua.
O relacionamento com a comunidade começou com os convites para que todos pudessem ir jogar bola no quintal ou jogar videogame, brinquedo que poucos teriam acesso se não fosse pela iniciativa da família pastoral. "E nesse meio, esses meninos, como são de classe pobre, e aqui em casa tem o computador e o PS4 (videogame), eles vêm pra brincar e fazem uma festa", explica Seabra.
Entre bolas e brincadeiras, aos poucos os encontros começaram a acontecer na sexta-feira à noite, sempre acompanhados de um lanche. Hoje, cerca de nove meninos assistem às reuniões regularmente. No sábado pela manhã, os que não batem no portão logo cedo são buscados pelo pastor em suas casas para irem à igreja e ao Clube de Desbravadores e Aventureiros. Se um deles não está presente, é logo denunciado pelos colegas. O almoço de sábado está garantido na casa do ministro.
"Ensina a criança"
Atualmente, entre crianças de até 13 anos, são 17.860 participantes de Pequenos Grupos específicos para esse público nos Estados do Pará, Amapá e Maranhão. O conteúdo é variado e se adequa à realidade de cada região, mas, em geral, todos têm o objetivo de aproximar as crianças umas das outras e, acima de tudo, ensinar a Bíblia de forma lúdica e criativa. Outro benefício de manter um Pequeno Grupo é o fortalecimento das relações entre as famílias, conforme descreve o site oficial do projeto.
"Eu criei o Pequeno Grupo porque eu queria salvar pessoas. E já consegui batizar três pessoas", explica Daniel, que se orgulha do resultado conquistado até aqui. E se pensa que tem moleza, ele garante que não. Os colegas que faltam aos cultos ouvem as broncas do garoto. Ele faz questão de que todos participem das atividades da igreja, assim como dos clubes de Aventureiros e Desbravadores.
Como fruto desse trabalho, a expectativa é que mais crianças sejam batizadas. O pastor Anicácio compartilha que, certa vez, contou ao filho sobre os hábitos de uma instituição de ensino com regime de internato que visitou.
"Quando fui a Manaus fazer uma semana de oração, lá dentro da piscina do colégio, no internato, toda vez que uma pessoa é batizada, os amigos entram junto na piscina", conta o pai, que viu seu filho ser influenciado pela história. No dia do batismo do Mateus, o primeiro do grupo a fazer essa escolha, Daniel pediu para entrar no tanque batismal com o amigo. Ao ser perguntado sobre o motivo do pedido, ele respondeu: "Porque a gente é amigo dele até debaixo d'água", enfatizou.