Linfoma: o câncer que pode ser curado
Esse tipo de câncer pode ser classificado em mais de 100 tipos e atinge cerca de 10 mil brasileiros por ano.
Brasília, DF... [ASN] Com cerca de 10.200 novos casos por ano, os linfomas apresentam índices de mortalidade entre 30% e 40%. E nos últimos 40 anos, têm apresentado uma boa resposta aos tratamentos – aumentando as chances de sobrevida.
O que é
Os linfomas são doenças das células do sistema imunológico que sofrem mutação e podem se reproduzir de forma desordenada – o que, geralmente, resulta no aparecimento de tumores nos locais onde estão os linfonodos. Os tumores podem tomar a forma de caroços palpáveis em locais como axilas, virilhas (região inguinal), e pescoço. Mas muitas vezes, o acometimento é interno – no tórax, abdômen e cérebro – sendo difícil de ser percebido à palpação.
Eles são classificados por tipo Hodgkin e Não Hodgkin de acordo com famílias e subtipos de células do sistema imunológico, agressividade e tamanho das células. As divisões chegam a centenas e cada uma merece abordagem e tratamento específico.
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Esse tipo de câncer pode acometer qualquer faixa etária. Segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Linfoma Não Hodgkin geralmente atinge pessoas com mais de 60 anos e apresenta uma taxa de incidência de aproximandamente 10.000 novos casos e cerca 4.000 mortes ao ano. Já o Linfoma Hodgkin tem maior incidência entre jovens de 25 a 30 anos. São registrados cerca de 2.470 casos e 536 mortes ao ano.
Sinais e sintomas
O sintoma que mais chama a atenção são as “ínguas" – aumento dos gânglios (linfonodos) –, sinal comum causado por infecção viral ou bacteriana. Contudo, se dentro de dois meses os gânglios não forem dissolvidos, a pessoa deve ser encaminhada para biópsia cirúrgica. Febre diária e sudorese noturna, fadiga e perda de peso são outros sinais que podem estar associados à doença.
Para um diagnóstico preciso que mostre o índice de instalação do câncer no organismo (“estadiamento”) também são necessários exames de imagem (como tomografia e ressonância), além da biopsia que avalia a lesão em nível microscópico.
A cura é possível?
Felizmente nos últimos 40 anos, o índice de cura desta doença aumentou consideravelmente – graças à evolução da quimioterapia, uso de anticorpos monoclonais e até transplante de medula óssea. Veja que as últimas celebridades que tiveram linfomas no Brasil estão todas bem e com a doença controlada. E a lista não é pequena: Dilma Rousseff, Reynaldo Gianecchini, Glória Perez, Edson Celulari e Luiz Fernando Pezão. E até última informação, todos estão bem e sem a doença.
O que fazer para evitar? Embora não saibamos exatamente o que e como os linfomas são causados, sabemos que está associado a infecções virais como HIV, HTLV e Epstein-Barr, e também com infecção bacteriana como o H. Pylori. Portanto, ao tratar essas doenças de forma adequada é possível evitar o aparecimento dos linfomas. Outra dica é cuidar bem do sistema imunológico evitando exposição a radiações, descansando de 7 a 8 horas por noite, mantendo o peso certo, fazendo atividades físicas regularmente, comendo verduras, frutas, cereais integrais e nozes (castanhas). Seguindo isto, não apenas evitamos os linfomas, mas também contribuímos muito para que o tratamento oncológico farmacológico alcance o efeito desejado. [Equipe ASN, Rogério de Araújo Gusmão - oncologista e líder do setor de saúde da sede da Igreja Adventista na América do Sul]
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