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Arqueólogo comenta achado de cidade onde teriam vivido discípulos de Cristo

Doutor Rodrigo Silva, arqueólogo e apresentador do programa Evidências, da TV Novo Tempo, analisa a descoberta


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Equipe que participa das escavações no sítio que trouxe novos desdobramentos para a história sobre os discípulos. Foto: The Jerusalem Post - Cortesia de Zachary Wong

Brasília, DF ... [ASN] Um achado arqueológico movimentou especialistas e estudiosos da Bíblia nesta semana. Segundo reportaram veículos como Haaretz e The Jerusalem Post, há evidências da cidade perdida de Julias, perto do Mar da Galileia, onde se acredita que tenham vivido três discípulos de Jesus: André, Pedro e Filipe.

De acordo com os jornais, trata-se de um local de várias camadas descoberto na margem norte do Mar, na Reserva Natural do Vale de Betsaida. Ninguém, além do historiador judeu Flávio Josefo ​​- de fato a única fonte que descreve a existência desta cidade -, escreveu que o monarca judeu, o rei Herodes Felipe, filho do grande rei vassalo Herodes, transformou Betsaida, que era uma vila de pescadores judeus, em uma Roman polis.

Na verdade, existem três locais que poderiam ser Julias: este, chamado el-Araj, e dois outros próximos ao lago. Depois de encontrar inesperadamente o local para banhos e outros restos da era romana abaixo das ruínas bizantinas (anteriormente conhecidas), os arqueólogos creem que esse sítio, no delta do rio Jordão, na margem norte do mar da Galileia, é o candidato mais forte.

Betsaida, que uma vez foi aldeia de pescadores na margem norte do mar da Galileia, é mencionada em vários livros do Novo Testamento como o lar de pelo menos três dos mais importantes apóstolos de Jesus, no entanto, a localização exata da cidade perdida é debatida há muito tempo.

O arqueólogo Mordechai Aviam, que trabalhou com o professor Steven Notley, do Nyack College, em Nova York, durante uma recente escavação, disse que várias pistas importantes foram encontradas e que reforçam a identificação deste sítio arqueológico. "Uma camada do período romano foi descoberta na atual temporada [de escavação], com vasilhas e moedas do primeiro ao terceiro século", afirma. Para Aviam, a camada do período romano foi encontrada a uma profundidade de dois metros abaixo de outra camada do período bizantino. “Nossa principal surpresa foi que, no fundo da escavação, em uma área limitada, descobriu-se uma parede de um prédio, ao lado do qual havia um piso de mosaico e artefatos que caracterizam uma casa de banho", ressalta.

Observando que as casas de banho durante o período romano não eram comuns na área, Aviam disse que serve como uma pista importante para a possibilidade de que, sob a superfície, sejam os restos de Julias, que não foram identificados até hoje. O pesquisador acrescentou que uma moeda de prata rara do tempo do imperador Nero durante 65-66 d.C. também foi descoberta nesse sítio.

O arqueólogo Rodrigo Silva, colunista do Portal Adventista e professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), participante de várias escavações, explica que “a busca por lugares mencionados na Bíblia Sagrada é uma constante tarefa da arqueologia. Não é a única, mas é uma das mais importantes. Sempre que estamos diante da possibilidade de ser aquele sítio um lugar mencionado na Bíblia, quer se trate de uma certeza absoluta ou uma possibilidade, temos motivo de sobra para comemorar”. Silva ressalta, ainda, que esse parece ser o caso de mais essa intervenção na Galileia, mas salienta que ainda são necessários estudos futuros para uma afirmação mais categórica, contudo, ele imagina estar diante de uma fascinante possibilidade: encontrar a cidade natal de três discípulos de Cristo. “Aos poucos, a pá dos arqueólogos vai dando sua contribuição científica ao estudo histórico da Palavra de Deus”, comenta. [Equipe ASN, da redação com informações e tradução de Mauricio Mancuzo]