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Unidade de Escola Sabatina oferece reforço escolar para crianças de São Borja

Integrantes da classe que possuem tempo disponível durante a semana colaboram com desenvolvimento da alfabetização.


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Unidade de ação formada por jovens surgiu após redistribuição de outras três classes voltadas para adultos.

São Borja, RS... [ASN] A imagem de uma classe de Escola Sabatina que se reúne apenas uma vez por semana somente para recapitular o tema estudado em uma longa explanação vai sendo substituída por um conceito diferente. Apesar de não se tratar de um método novo, o foco da Escola Sabatina tem sido ampliado nos últimos anos, com objetivo de resgatar os ideais missionários do departamento, que começa com professores mais engajados, classes com programas dinâmicos, além de reuniões e atividades extra-classe acontecendo nos moldes de Pequenos Grupos – seja em casa ou em outros locais da comunidade.

Uma das classes que pode exemplificar a adoção da nova postura é a unidade de ação formada por jovens adventistas do bairro Passo, no município gaúcho de São Borja. No ano passado, haviam apenas três classes de Escola Sabatina na igreja – todas voltadas para adultos. Para contemplar a faixa-etária dos jovens, foi necessária uma reformulação, conforme explica o pastor João Pallú, responsável pela igreja.

“A liderança percebeu que havia a necessidade da criação de uma nova unidade para que os jovens tivessem um momento de estudo e aprendizado específico para eles. A princípio, ficamos receosos porque precisaríamos desfalcar as classes existentes ao redistribuir líderes para a nova unidade, mas, no fim, o que tivemos, foi uma melhora no relacionamento e, ainda, o incentivo para que novas pessoas passassem a participar em todas as unidades”, conta.

Ação realizada pela classe ofereceu livros em troca de sorrisos nas ruas da cidade.

Com a divisão, jovens passaram a ter seu espaço próprio no momento da Escola Sabatina, o que trouxe interesse de outros da mesma idade e que passaram a frequentar a igreja. “A unidade estava animada e ativa, mas para que fôssemos[de fato], uma unidade de ação, não poderíamos ficar parados”, relembra o pastor. Foi a partir disto que ações variadas começaram a ser criadas com objetivo de beneficiar a vida espiritual dos integrantes e, ao mesmo tempo, ajudar a comunidade carente do bairro Passo – que inclusive, sofreu recentemente com as cheias provenientes do Rio Uruguai.

“Todo o sábado, a gente procura fazer uma atividade diferente. Nós já fomos visitar as pessoas afetadas pela enchente, limpar a costa do rio, trocar o livro por um sorriso, fazer serenatas para membros da igreja. A gente tem um grupo de WhatsApp onde combinamos as coisas”, revela a professora Paula Pallú, uma das coordenadoras das ações junto a liderança jovem.

Reforço escolar

A atividade mais incomum que o grupo realiza é o oferecimento de reforço escolar para crianças carentes da Escola Ubaldo Sorrilha da Costa.  Por acontecer durante a semana, apenas parte do grupo - que tem tempo hábil - orienta os mais novos por meio da ministração de aulas de alfabetização e Língua Portuguesa. “A gente foi integrado como uma equipe de apoio para ajudar uma professora contratada que realiza este trabalho. São duas vezes por semana, no período da tarde. Cada um de nós faz o reforço com três crianças das séries iniciais - de segundo, terceiro e quarto ano do ensino fundamental”, explica a professora.

Reforço escolar surgiu após integrantes da classe de escola sabatina conhecerem necessidades da comunidade. Famílias das crianças também foram visitadas.

Conforme a diretora da escola, Maria Olinda Toerschke, a aprendizagem é o principal fator em que os estudantes precisam de auxílio, o que trouxe benefício enorme aos estudantes. “Como a escola é de periferia, necessita, principalmente, de apoio na parte pedagógica. É de grande valia para nós e também para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos”, afirma a gestora.

A supervisora da escola, Cecilia Saueressig ficou agradecida pelo empenho dos voluntários em oferecer uma atividade na qual a escola realmente precisava de apoio. “Além de ser importante para o crescimento delas, também foi muito relevante porque eles conheceram a realidade de cada um, sem contar o carinho que as crianças pegaram por eles. Eles vieram nos procurar para oferecer ajuda e, nós colocamos que, devido ao histórico e dificuldades familiares, precisávamos desse reforço na aprendizagem deles. Esperamos que eles continuem”, detalha a colaboradora da escola.

As idas à escola pararam apenas por conta das enchentes na cidade. Há a ideia de prosseguir com o apoio a escola, abordando inclusive, temas específicos que possam ajudar não apenas os pequenos, mas também suas famílias, como por exemplo, a prevenção e combate ao abuso e violência física – por meio de materiais do projeto Quebrando o Silêncio. [Equipe ASN, Willian Vieira]