Projeto 'Doutores de Esperança' realiza 6ª formatura e é destaque na mídia
O projeto Doutores de Esperança já existe há 4 anos e conta com 150 voluntários.
Volta Redonda, RJ [ASN] O que você faria se encontrasse um palhaço médico dentro do hospital? Que tal uma trupe de palhaços que alegra o ambiente hospitalar de pacientes e crianças? Os Doutores de Esperança levam diversão e alegria a crianças e pacientes de hospitais em cidades da região sul do Rio de Janeiro, como Volta Redonda, Pinheiral e Barra Mansa.
A formatura da 6ª turma do projeto aconteceu no último dia 29, na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Volta Redonda e contou com a presença de 300 amigos, dos quais 100 eram formandos; e sua grande maioria, conheceu pela primeira vez a Igreja Adventista local.
Durante a cerimônia Yan Victor de Castro Dias, tem 12 anos e é mais conhecido como Dr. Pirulito; ele foi o orador que encheu de orgulho seus colegas de 'profissão' e de lágrimas os olhos atentos dos convidados. Ele também foi um dos formandos da turma 6. Sua mãe Elisangela de Castro Neto conta que o filho sempre quis participar. Ela que teve problema com depressão em 2015, encontrou no projeto motivos para sorrir e fazer outros felizes, mesmo no leito de dor. "Yan me pediu para participar. Ele está ansioso para receber a autorização e poder visitar também os hospitais comigo, Dra. Mica Nanica", enfatiza.
A mascote que também chamou a atenção com sua melodiosa voz foi Victória Cordeiro Vellasco da Silva, de apenas 5 anos. Ela solou a música 'Somos o amor'. Tanto Victória quanto Dr. Pirulito acompanham seus pais nas visitas aos asilos, creches e nas ações sociais do Projeto. No final deste ano será lançado o Doutores Kids, um projeto para treinar crianças a acompanharem seus pais.
Adalberto Marcelino formou-se neste sábado em clown e está encantado com o projeto. Ele conheceu através da Liliane, que segundo ele descreve carinhosamente é 'uma mãe guerreira'; ela conheceu os Doutores de Esperança pelo Facebook. "Comentei com a Liliane que gostaria de ser voluntário para ajudar pessoas em hospitais e ela me indicou o projeto", relatou. Adalberto pertence a outra denominação e quer conhecer mais da Bíblia, por isso vai iniciar estudos bíblicos nesta semana. Ele destacou a organização do programa de formatura: "foi uma programação abençoada e única, agradeço a todos que organizaram e nos deram a oportunidade de aprender com suas experiências", e finalizou com a letra da música cantada pelo coral "saberão quem nós somos pelo amor".
O Coral que apresentou a música tema do projeto teve participação exclusiva dos formandos da turma 6. Para Carlos Anderson Pereira, fundador do projeto, mais conhecido por Dr. Gentileza, foi um desafio muito grande. "Nunca imaginei que o projeto tomasse esta proporção. Vemos a mão de Deus atuando em cada detalhe. Estamos aprendendo a fazer o projeto, uma vez que ele não existia. Tem sido muito bom ver pessoas conhecerem a Igreja Adventista na prática. Louvo a Deus e agradeço o apoio de cada participante", descreve Dr. Gentileza.
O Projeto
Os “Doutores de Esperança” atuam de forma voluntária vestidos de palhaços, visitando os hospitais Santa Casa de Misericórdia, Clínica ProBaby, Casa de Saúde Santa Maria, de Barra Mansa; São João Batista, Vita, Dr. Munir Rafful, Maternidade São Camilo, Asilo Dom Bosco, de Volta Redonda; Asilo Recanto dos Velhinhos e Hospital Municipal de Pinheiral Aurelino Gonçalves Barbosa, de Pinheiral.
Eles oferecem momentos de descontração, além de tentar gerar melhores condições àqueles que, por algum motivo, estão inseridos na realidade de enfermidade. Além disso, as pessoas envolvidas no grupo fazem arrecadação de alimentos em supermercados duas vezes ao mês, em parceria com a Ação Solidária Adventista - ASA, onde os donativos são entregues às famílias carentes cadastradas no programa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de Volta Redonda.
O projeto Doutores de Esperança foi notícia na mídia no último dia 26 de agosto. Assista aqui a reportagem.
A primeira visita oficial ao Hospital Municipal de Pinheiral Aurelino Gonçalves Barbosa aconteceu em fevereiro de 2014. Mas o grupo começou a ser organizado no final de 2013, quando algumas pessoas se reuniram com a intenção de promover um trabalho semelhante ao filme de comédia dramática “O amor é contagioso”. A obra cinematográfica mostra o falecido ator Robin Williams, fazendo o papel de um estudante de medicina, conhecido como Patch Adams, que vestia-se de palhaço e com um jaleco visitava os enfermos, o que acabou motivando muitas pessoas a se mobilizarem para praticar a solidariedade e gentileza. Aos poucos, eles foram conquistando parcerias e mais integrantes para a trupe. Mais hospitais foram abrindo suas portas para que seus pacientes fossem contagiados pelo hormônio da alegria que os Doutores de Esperança levam com suas brincadeiras.
Nestes quatros anos de existência seis turmas já foram formadas e cerca de 150 voluntários fazem parte do projeto. A última turma formada teve a presença de 100 voluntários que receberam a ‘colação de trouxa’ e o ‘certificado de trouxa’ – para os palhaços (clowns), também a apresentação de TCCC, que é a conclusão do Trabalho de Conclusão do Curso de Clown e a entrega do certificado de Capelania para o grupo de Intercessão.
Como participar?
O primeiro passo é fazer a inscrição pelo site dos Doutores de Esperança. Os inscritos serão selecionados pela equipe de RH e serão convidados a enviar uma apresentação pessoal de 30 segundos, no máximo. Os vídeos serão analisados e uma turma de 50 pessoas será aberta. Todos deverão assistir uma palestra inicial apresentando o objetivo e informações do grupo.
Os que confirmarem o desejo para realização do curso, participam de cinco módulos iniciais, e depois passam pela Palhaçatura (formatura) com apresentação do TCCC (Trabalho de conclusão do Curso de Clown) e a colação de nariz. O último módulo é o Doutor Palhaço, a 'residência médica'.
Nesta etapa cada calouro é “implantado” em sistema de rodízio num trio de palhaços veteranos com o objetivo de aprender as diversas técnicas do jogo, e após percorrer todos os trios sai em busca da formação do seu próprio.
Após esse período os palhaços são ingressados no treinamento continuado (aulas de teatro) e esporadicamente de especialidades (mágica, esculturas com balões, malabares, arte de contar de estórias e outras).
Essas reuniões têm também o objetivo de integração da nova turma com os veteranos e facilitar a formação de novos trios de atuação.
“E um novo processo seletivo já estará sendo preparado, porque entendemos que o voluntariado é como pedalar um monociclo, você nunca pode parar, senão o projeto cai”, menciona Dr. Gentileza.
O Projeto Doutores de Esperança arrecada donativos através de alimentos e valores monetários para auxiliar na formação de novos voluntários e na obtenção de equipamentos, como: cadeiras de rodas, muletas, próteses, camas e outros, que serão emprestados à pacientes pobres quando de alta hospitalar, retornam para suas casas e não tem acesso aos equipamentos básicos. No mês passado, os Doutores de Esperança conseguiram arrecadar uma tonelada e meia de alimentos.
As doações para o projeto podem ser feitas através do site da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais Brasil - ADRA.
[Equipe ASN, Fabiana Lopes com informações de Lívia Andrade e site ADRA]