“Não existe vida inteligente fora da Terra”
O cientista Nick Lane argumenta que vida avançada como a que existe na Terra é algo “extremamente raro”, que dificilmente poderia ser copiado
A frase do título é o que afirma o cientista britânico Nick Lane, da Universidade de Londres. Lane vai na contramão de estudiosos do grupo que pesquisa Evidências de Vida Inteligente Fora da Terra (o SETI, na sigla em inglês). Para esses pesquisadores, havendo manifestação de vida em outros planetas, ela evoluiria à semelhança da raça humana (eles creem que a teoria de Darwin se aplica a qualquer canto do universo), e, mais cedo ou mais tarde, enviaria sinais de existência que seriam captados por nossos radiotelescópios. No entanto, Lane argumenta que vida avançada como a que existe na Terra é algo “extremamente raro” que dificilmente poderia ser copiado.
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Em matéria publicada no The Telegraph, ele explica que os seres vivos precisam de separação entre seu meio interno e o meio externo, ou seja, o ambiente em que vivem. A teoria prevê que, ao longo dos supostos bilhões de anos de vida na Terra, muitos sistemas vitais evoluíram, mas sempre houve a necessidade dessa membrana.
Outro “milagre evolutivo” apontado por Lane é o “surgimento” da mitocôndria, um evento-chave que, segundo ele, potencializou e evolução dos seres vivos na Terra. “Sem a mitocôndria”, ele diz, “jamais seria possível sair do estado celular primitivo” (seja lá o que isso significa, já que qualquer célula está longe de ser “primitiva”, dada a sua complexidade).
Resumindo: Segundo o cientista britânico, para que outro planeta tivesse vida semelhante à que temos aqui, seriam necessários eventos que beiram o milagre, e “as chances disso acontecer seriam praticamente nulas”. E o The Telegraph conclui: “Em nosso planeta, ocorreu apenas uma vez em quatro bilhões de anos. Logo, seria melhor não levantar tanta expectativa.”
O fato é que Nick Lane tem toda razão, mas erra num ponto: as chances de a vida como a conhecemos “surgir”, mesmo que sejam dados bilhões de anos de “lambuja”, não são “praticamente nulas”. São totalmente nulas! Ele levanta o problema da membrana celular que, de fato, é um problemão para os evolucionistas. O que surgiu primeiro, a membrana ou as organelas que ela protege e agrupa? Sem a membrana, as organelas se dispersariam no meio circunjacente. Mas a membrana não poderia isolar o interior da célula; caso contrário, ela morreria. Ou seja, essa membrana teria que ter “surgido” praticamente com o grau de complexidade que tem hoje, com proteínas específicas e a capacidade de selecionar o que entra e o que sai da célula. Complexidade irredutível lá nos primórdios da vida?!
Lane não quis complicar as coisas (até porque certamente é evolucionista), mas ele poderia perguntar: Como a informação genética necessária para existir vida simplesmente surgiu neste planeta? Como a primeira célula “já sabia” que precisava se dividir para não se extinguir logo no início de sua história? Como foi possível duplicar sua informação genética e as organelas de modo tão perfeito, sem fazer com que a “receita da vida” desandasse logo em sua origem?
Tente perguntar aos que concordam com o pensamento de Lane: “Se lá fora a probabilidade de existência de vida inteligente é praticamente nula, então como e por que a vida surgiu na Terra, sem a necessidade de um Criador? ” Provavelmente, você receberá uma resposta tautológica como esta: “Não sei, mas se estamos aqui é porque surgiu”. Não responde nada, concorda? Apenas revela o pensamento naturalista em ação: tudo o que existe, existiu ou existirá veio à existência a partir do nada. E ponto final.