Equipe de pesquisa recebe US$ 1,5 mi em subsídios da Nasa
Professor e alunos da Universidade Andrews farão parte de dois projetos ligados à agência espacial norte-americana
Barrien Springs, EUA... [ASN] Jay Johnson, professor de Engenharia da Universidade Andrews, instituição administrada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos, foi notificado recentemente de que duas propostas de subsídios para um estudo no qual ele é pesquisador foram selecionadas pela agência espacial norte-americana (Nasa).
O aporte de aproximadamente 1,5 milhão de dólares financiará dois projetos de pesquisas diferentes, porém relacionados. A primeira subvenção será usada para estudar como os eventos de rápido fluxo trazem a energia armazenada na cauda da magnetosfera para a Terra e como o fluxo de energia, por fim, acelera os elétrons e os íons próximos ao planeta.
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“Este projeto investigará como o fluxo rápido estimula as ondas cinéticas ou de pequena escala que transportam energia ao longo das linhas de campo para a ionosfera”, esclarece Johnson. “Essas ondas podem levar à precipitação do elétron (responsável pela Aurora Boreal/Austral) e o fluxo de íons da ionosfera.”
O segundo subsídio é para um projeto de pesquisa que estuda o vazamento das partículas do vento solar através do perímetro magnetosférico para a magnetosfera. Esse vazamento é provocado pela colisão entre as partículas e ondas de pequena escala.
“A magnetosfera ao redor da Terra cria um tipo de ‘rocha’ na corrente do vento solar”, explica o pesquisador. “Ela não está de fato se movendo se comparada com o vento solar, e assim você tem uma instabilidade que se desenvolve no perímetro, que começa a receber uma onda e desenvolve ondulações”.
É possível perceber esse tipo de instabilidade ao ver as ondas se desenvolverem quando o vento atinge a água. Para demonstrar o princípio, Johnson segura uma folha de caderno entre os dedos indicador e polegar, soprando na extremidade da folha. Rapidamente esta ondula e é erguida pelo “vento” soprado sobre ela.
Relevância
O professor está trabalhando para compreender a natureza dessa interação entre o vento solar e o perímetro da magnetosfera. Esse trabalho é importante porque determina como a energia é transferida do vento solar para a magnetosfera, conduzindo a dinâmica da última. Finalmente, a energia transferida afeta os cintos de radiação dentro da magnetosfera que, por sua vez, pode prejudicar quaisquer satélites na vizinhança.
E por que a Nasa tem interesse nisso? Devido ao fato de que as flutuações no cinto de radiação exterior podem ser um perigo para os satélites.
Entre a Terra e o Sol se encontra um satélite gerenciado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), usado pelos cientistas para monitorar a atividade no Sol. Isso permite uma alerta, com 30 minutos de antecedência, se algo estiver vindo para a Terra. Pesquisadores como Johnson estão tentando encontrar uma forma de predizer eventos além desses 30 minutos, a fim de que as medidas necessárias possam ser tomadas para mitigar danos em quaisquer recursos nas proximidades.
Em 2012, relembra o pesquisador, ocorreu um grande evento no Sol e que atingiu satélites que monitoravam esses tipos de fenômeno.
“Se esse evento tivesse se dirigido para a Terra em vez de na direção dos satélites, teríamos muitos problemas”, avalia. “Poderia ter atingido as principais redes de energia e as comunicações por satélite, entre outras coisas. A ideia é ter maior compreensão do que ocorre lá e como isso afeta nossa magnetosfera, a fim de podermos prever a probabilidade de que incidentes como esse venham em nossa direção.”
Johnson tem uma longa história de recebimento de fundos da Nasa. Atualmente, ele é o principal investigador de dois outros projetos de pesquisa subsidiados pela agência e copesquisador em vários outros. [Equipe Adventist Review, Becky St. Clair]