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Família comemora vitória de criança na luta contra o câncer

8 de abril é o Dia Mundial de Combate ao Câncer


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"Noah é um milagre", afirma Camila.

Curitiba, PR... [ASN] Noah Brito Nadalini tem cinco anos de idade. Ele gosta de jogar futebol e ama os animais. É uma criança gentil e carinhosa. Mas mesmo tão pequeno, o garoto já tem muitas histórias para contar. Não aquelas que gosta de ouvir ou apreciar, mas das que fazem parte da sua própria vida, já que aos nove meses de idade  foi diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda.

Na época, uma tosse que não cessava foi o motivo para o garoto ser levado ao médico, que também detectou um inchaço na região do abdômen. Um exame de sangue foi solicitado e acusou a suspeita do câncer. O pediatra preferiu não revelar o resultado para a família, que foi até seu consultório, já que a área envolvida não era a sua especialidade. No entanto, ele realizou os contatos com o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, e de lá os pais de Noah foram direto para o local indicado. Não foi uma consulta simples, mas o começo de uma intensa jornada. A  doença foi descoberta e a primeira internação de Noah durou 40 dias.

O tratamento era intenso: 40 dias de internação e apenas dois dias em casa. Às vezes não havia nem esse período de pausa.

“O pai dele chorava bastante. Eu fiquei em choque. Não deu tempo de chorar. A única coisa que eu queria saber era como a gente ia proceder. Eles explicaram que seriam várias sessões de quimioterapia e que o tratamento seria bem pesado, porque o tipo de câncer que o Noah tinha era mais raro em criança, então ele desenvolvia muito rápido. Ele precisaria com urgência do transplante de medula óssea”, explica Camila Brito, mãe do garoto.

A batalha contra o câncer

As primeiras lutas contra a doença começaram a aparecer. No início do tratamento, as quimioterapias foram bem aceitas pelo corpo do menino, porém, depois de um tempo elas não surtiram mais o efeito desejado, já que as células do câncer estavam se desenvolvendo muito rápido. O transplante de medula era necessário, mas não poderia ser feito enquanto essas células não fossem combatidas. Um medicamento contribuiu para que isso acontecesse e o transplante foi realizado.

Mas então veio a segunda batalha: a medula óssea vinda da Alemanha, de um cordão umbilical com 83% de compatibilidade, que deveria reagir bem no organismo de Noah. Entretanto, o resultado, que deve acontecer normalmente entre o 15º e 20º dia depois do transplante, não aconteceu. A possibilidade de um plano B já era considerada, que seria a utilização do material de um dos pais, que mesmo sendo apenas 50% compatível, era o procedimento indicado nos últimos casos, uma vez que não havia tempo de buscar um novo doador.

“O Noah já estava no 30º dia e a medula dele ainda não tinha pego. Nós orávamos muito a Deus! O médico nos dizia que não daria certo, que entendia a nossa fé, mas que já tinha visto muitos casos de transplantes e sabia que depois do 30º dia a medula não pegava mais, e que precisaríamos de um segundo transplante”, relembra Camila.

Por ser uma fase de desenvolvimento, por conta da doença, Noah precisou reaprender as coisas.

E o milagre aconteceu. Apenas no 35º dia foi detectado o sucesso no transplante da medula. As palavras do médico ecoam para a mãe até hoje. “Ele [médico] nos disse: ‘Se vocês têm fé, então agradeçam ao Deus de vocês, porque isso é muito difícil de acontecer, foi uma coisa que eu nunca vi antes em toda a minha carreira. ’ Foi um milagre de Deus, nos mostrando que Ele estava ao nosso lado”, acredita a mãe de Noah.

Aliás, a oração e confiança em Deus fizeram parte de todo esse processo. Camila conta que muitas pessoas oraram por seu filho. Uma campanha feita pelo pastor Ivan Saraiva mobilizou diversas pessoas em todo o Brasil a interceder pela cura do menino. A força transmitida por pessoas que a família nem ao menos conhecia foi muito importante para passar por tudo isso. Ela ainda acredita que sem Deus a caminhada não seria possível. “Deus foi essencial nisso tudo, porque sem Ele a gente não teria forças para prosseguir. Já tínhamos ouvido bastante de muitos pacientes que desistem de lutar, continuam recebendo a medicação em si, mas eles desistem de lutar por isso, então isso é muito prejudicial ao tratamento. Eu nunca senti Deus tão perto quanto naqueles momentos. Ele realmente estava naquele hospital segurando a nossa mão”, declara Camila, que hoje só tem motivos para agradecer por todos os obstáculos e a cura concedida ao seu filho.

A esperada vitória

O antes e depois da doença.

Depois de cinco anos sem algum sintoma ou o reaparecimento da doença, dependendo do tipo de câncer, o paciente recebe a alta oncológica, ou seja, é considerado curado. E neste ano, a família de Noah celebra essa vitória. No Dia Mundial do Combate ao Câncer, 8 de abril, Camila comemora a superação, mas também reforça a importância da doação de medula óssea. “O Noah precisava do transplante de medula, mas não encontramos doadores aqui no Brasil. Às vezes as pessoas não têm acesso a informação do quanto é simples se tornar um doador. É uma coisa mínima que pode fazer a diferença não apenas para a pessoa em tratamento mas para a família dela também, então você vai salvar uma vida e mudar a de muitas outras juntas. Completamos cinco anos desse milagre. Na verdade, o próprio Noah é um milagre. Ele não se lembra muito de tudo o que aconteceu, mas nós contamos para ele e ele demonstra essa gratidão”, finaliza.

Basta uma pequena coleta de sangue para fazer a diferença. Caso apareça, em algum momento, um paciente compatível, o doador será avisado e o procedimento é realizado. Estar com uma boa saúde e ter idade entre 15 a 55 anos de idade são alguns dos critérios para se tornar um doador de medula óssea.

Apesar do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelar que o Brasil possui o terceiro maior cadastro do mundo, com mais de quatro milhões de doadores, o número poderia ser ainda maior. Devido à não-atualização nos dados, feita pelo próprio doador, há uma dificuldade de localizá-lo quando uma possível compatibilidade surge.

A dificuldade de encontrar um doador de medula compatível no Brasil fez com que a família buscasse em outros países. Na Alemanha foi encontrada a ajuda que Noah precisava.

Para obter mais informações de como ser um doador de medula óssea, acesse: http://redome.inca.gov.br/medula-ossea/ [Equipe ASN, Jéssica Guidolin]