Alunos de internato participam de missão no Rio de Janeiro
A parceria entre capelania escolar e Igreja do campus mobilizou uma equipe de Calebes no Instituto Adventista Paranaense (IAP)
Estudantes do Instituto Adventista Paranaense (IAP) trocaram o descaço das férias por serviço voluntário na cidade de Itaguaí, interior do Rio de Janeiro.
A parceria entre a Capelania do IAP Colégio e a Igreja Adventista do campus tornou possível a formação de uma equipe de Calebes, que irá atuar na cidade até o dia 04 de fevereiro. O projeto, que nasceu em sala de aula, hoje beneficia centenas de pessoas para além do raio de influência do internato, localizado na cidade de Ivatuba-PR, região norte do Paraná.Comunidades carentes - O município de Itaguaí fica a 69 quilômetros da capital fluminense. O local é privilegiado por estar circundado pela natureza. Considerado o 25º mais populoso do estado, o município luta para estabelecer estratégias que promovam mais saúde, segurança educação para o Itaguaense.
Levando em conta as necessidades dos moradores locais, dentre os projetos escolhidos está a abertura de uma Escola Cristã de Férias na qual atendem cerca de 25 crianças. Aliás, com objetivo de auxiliar na formação moral e espiritual dos pequenos é que o grupo pretende organizar um clube dos Aventureiros, que posteriormente será gerenciado por membros da Igreja Adventista local.
Transformando vidas - O intuito é gerar mudanças na vida de crianças como o Vitor (7). A pouca idade esconde uma trajetória difícil, que deixou marcas em seu semblante, sempre sério. De poucas palavras, a criança ainda não sabia expressar afeto, isto até conhecer a equipe de Calebes. “ Estávamos dividindo as turmas para uma gincana e fui surpreendido com um abraço demorado do Vitor. Não dissemos uma palavra, mas percebemos que uma barreira havia sido quebrada”, conta o líder da campanha, Roberto Sampaio Malaia Junior (25), estudante do terceiro ano de teologia. Com outros 13 alunos do IAP, Roberto Junior tem vivenciado experiências marcantes. Apesar de participar pela oitava vez de uma missão Calebe, estar, pela primeira vez, em contato com as crianças da comunidade local, mexeu com o professor de religião. “Esta está sendo um grande impacto pessoal, muito incrível. Porque os alunos estão vivendo uma experiência única, saindo do conforto do internato e de casa para “morar” por este período em um local necessitado”, contextualiza.
Trabalhar em prol das crianças tem transformado a visão do estudante de administração, Kaleu da Silva Dias (19). Diferente das outras quatro missões que Kaleu teve oportunidade de participar, o contato intenso com as crianças é o diferencial desta campanha. “É inexplicável ter contato com essas crianças e sentir o afeto delas”, conta o voluntário.Além da Escola Cristã de Férias, os alunos realizam visitas missionárias pela manhã. Foi assim que conheceram a Adriana, dois meses após o enterro da mãe. Ainda com o coração pesado após o falecimento da única companheira com quem dividia a casa, a jovem não seguiu trabalhar naquela manhã de quinta-feira (26). As palmas em frente a seu portão a surpreenderam, afinal, estar em casa naquele horário, não era comum. Para a surpresa de Adriana eram os Calebes oferecendo alento e uma oração. “Quando iniciamos a música Renova-me, para dar introduzir uma mensagem bíblica, a jovem começou a chorar, copiosamente. Aquela tinha sido a mesma música cantada no enterro da mãe. Naquele momento todos compreendemos que Deus a estava lembrando de que estivera ao seu lado em todos os momentos, inclusive nos dias mais difíceis”, recorda o líder Calebe, que se emociona ao compreender que Deus os havia conduzido até ali para curar aquela ferida emocional.
Sua vida transformada - Imagine o impacto que experiências como esta exercem na mente da adolescente Cryscella Abreu de Oliveira, que aos 14 participa da sua segunda Missão Calebe. A primeira foi na cidade de Floresta-PR, bem pertinho da casa dela e o grupo era formado por amigos de classe. Com o apoio dos pais, desta vez a desbravadora deu um passo mais ousado, viajou para outro estado, e apesar de estar na companhia do irmão mais velho, não era próxima dos outros participantes. “Escolhi fazer missão porque iria perder muito tempo fazendo coisas inúteis. Queria contribuir para outras pessoas, fazer algo para Deus”, explica a adolescente que também tem aprendido com uma rotina diferente. “Todo o dia a gente faz um “quarto de guerra”, momentos de oração, falamos sobre temas bíblicos em um fogo do concelho. Tudo muito espiritual, estou aprendendo muita coisa. [Equipe ASN, Carolina Perez]