Colégio Adventista Campo-Grandense é referência educacional há 80 anos
Em setembro de 2016 grande parte dessas gerações que passaram pelo CAC reuniu-se para uma celebração digna dos 80 anos de uma história grandiosa.
Campo Grande, MS...[ASN] Há 80 anos em uma cidade predominada por fazendas e criadores de gado, cuja economia era proveniente da Pecuária e pequeno comércio e em um período em que as famílias tiravam seu sustento do campo, a Educação Adventista ensaiava os primeiros passos em direção a um futuro privilegiado no Centro-Oeste do Brasil.
O ano era 1936 e o cenário político nacional da época não era dos mais favoráveis. O Brasil vivia a opressão do governo Vargas, que não deixava margem para a procura de órgãos que pudessem auxiliar na criação de uma instituição educacional. “Era um cenário de poucas expectativas em um país não democrático, quando uma igreja que existia na região há 20 anos resolveu aventurar-se também na educação”, lembra o historiador Genival Mota, também professor da primeira Escola Adventista da região.
De acordo com ele “a preocupação com a educação dos filhos das famílias que frequentavam a igreja foi o mecanismo que os motivou a construir uma escola com princípios e ideologias baseados na fé”, relata.
E foi assim, nessa terra de planícies sem fim que nasceu uma educação multicultural que tem deixado sua marca de geração em geração. “A igreja estava sendo organizada no até então estado do Mato Grosso. E na esquina das Ruas Barão do Rio Branco com Rui Barbosa, nasceu a primeira escola adventista de Campo Grande”, conta Giovani Butarelli, atual diretor do CAC (Colégio Adventista Campo-Grandense).
Gerações
Dermatologista conceituado em todo o país e natural de uma família pioneira no adventismo em terras pantaneiras, o doutor Gunter Hans entende bem o significado de educar gerações. "Meu pai foi convidado a trabalhar em um hospital na cidade de Campo Grande e viemos do Paraná para cá. Lembro como se fosse ontem do primeiro prédio da escola. Um lugar pequeno, de dois pisos. No piso inferior, inclusive, ficava uma das salas onde passei os primeiros anos da minha vida escolar”, diz.
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Uma escola, segundo a história apresenta, de começo humilde, mas com uma predominante vontade de ensinar, educar e passar valores. Sem, no entanto, uma estrutura física ideal – o que só aconteceria alguns anos mais tarde. “Essa escola – onde também funcionava a única Igreja Adventista à época - atende tanto o filho do doutor, quanto o filho do trabalhador”, relembra Mota.
De acordo com o historiador, até 1970 a instituição oferecia apenas parte do primário: do 1° ao 3° ano. “Não havia outra instituição adventista. Mas, quando começou a crescer o número de membros, a igreja viu a necessidade de buscar um local maior. Levando em conta que igreja e escola dividiam o já pequeno espaço”, conta Genival.
Foi então que, depois de adquirido um terreno mais amplo, a igreja construiu o que viria a ser a Igreja Adventista do Bairro Amambaí. “O bairro mais antigo da cidade é, também, palco do início de uma nova era para a Educação Adventista nessa região e ali, atrás da igreja, começa a continuidade da escola que deu os primeiros passos no centro da capital. “Estudei no CAC de 1989 a 1993 e o que eu mais gostava era o fato de a igreja ser ao lado da escola na época e, por isso, as semanas de oração que aconteciam uma vez a cada semestre nos chamavam muito a atenção. Outro detalhe que considero importante é que alguns dos professores daquela época que deram aula pra mim, hoje, dão aula para o meu filho”, explica Daidson Luares, construtor civil e ex-aluno do antigo CEAC (Centro Educacional Adventista Campo-Grandense, nome que antecedeu o atual CAC).
Começa ali, no bairro Amambaí, uma escola para atender até o quarto ano, que posteriormente abriria também as séries do ginásio. “Em 1975 ocorre a primeira formatura de oitava série e a igreja vê, mais uma vez, a necessidade de ter um prédio maior para atender essa demanda crescente”, pontua Giovanni.
Em 1989 na Avenida Cuiabá, começam então as atividades no local chamado Centro Educacional Adventista Campo-Grandense, o CEAC. Hoje, atual Colégio Adventista Campo-Grandense (CAC). “Quando a escola veio para a Avenida Cuiabá, ela passa a, ano após ano, aumentar seu número de alunos. Há três anos nós tínhamos uma média de 600 alunos na escola. Hoje, temos mais de 1.600 alunos”, reforça Giovani, enfatizando o crescimento sólido que a rede tem na capital do Mato Grosso do Sul.
E assim, pouco a pouco a escola galgou espaços para alcançar novos horizontes, fazendo parte da educação de cidadãos que se tornaram destaque nas mais diversas áreas de atuação, sem nunca esquecer os princípios e valores que são a base da Educação Adventista. “Estudei a vida inteira nessa escola. Depois que saí do CAC me formei em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), fiz meu mestrado também pela UFMS, e depois, pela Universidade de São Paulo finalizei meu doutorado, dando continuidade à vida acadêmica no pós-doutorado em Montreal, no Canadá. Hoje, sou professor de dedicação exclusiva na UFMS e também atuo em projetos de pesquisa no Brasil e no mundo. Além disso, tento fazer com que minhas ideias - as que saem do laboratório -, se transformem em produtos, através de empresas que as comprem e invistam em aplicações que possam fazer nossa vida melhor e mais confortável. Eu trago toda essa formação integral para a minha vida hoje por conta do que começou com a Educação Adventista lá atrás. E como resultado disso, tenho poder para tomar decisões que sejam corretas, sempre lembrando que acima do conhecimento existe um Deus”, analisa Ruben Godoy, PHd em Engenharia Elétrica e fruto de uma educação toda baseada no Colégio Adventista Campo-Grandense.
Celebração
Em setembro de 2016 grande parte dessas gerações que passaram pelo CAC reuniu-se para uma celebração digna dos 80 anos de uma história grandiosa. “Toda comemoração por si só já é especial. Mas além de ser um número marcante, o que torna a emoção ainda maior é ter colocado esta unidade escolar como referência para o Centro-Oeste, sendo o berço da Educação Adventista na região. Além disso, somos também a maior escola em número de alunos”, celebra Butarelli.
Durante 80 anos o CAC tem sido motivo de orgulho e crescimento para a comunidade adventista local e o sentimento vem à tona quando o atual líder da instituição fala sobre a escola. “Como sul-mato-grossense me orgulha muito liderar este colégio e poder homenagear os demais líderes que buscaram tanto o sucesso como empresa-escola, como também o sucesso como um lugar de crescimento espiritual. Daqui pra frente o CAC almeja continuar uma referência educacional, oferecendo ensino de qualidade e ser ainda mais um ponto de referência em educação cristã para a nossa comunidade”, conclui. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]
Fotos: Vander Paulo