Vítima supera câncer de mama 10 anos após diagnóstico
A recepcionista, Abida Veiga, foi curada definitivamente de um tumor que voltou a pertubá-la 10 anos depois do primeiro tratamento.
Guarulhos, SP... [ASN] Detectar, tratar e curar o câncer de mama uma vez já é bastante sofrível e desgastante, mas duas vezes é muito pior do que se pode imaginar. Pelo menos, é o que conta a recepcionista, Abida Veiga. Recentemente, ela foi curada definitivamente de um tumor que voltou a pertubá-la 10 anos depois do primeiro tratamento. Leia mais na entrevista feita pela Agência Sul-americana de Notícias a seguir:
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Agência Sul-americana de Notícias: Como e quando você descobriu a doença?
Abida Veiga: Descobri meu câncer na mama num exame de rotina em janeiro de 2005. Nos exames de mamografia e ultra-sonografia, acharam um nódulo com características suspeitas. Meu médico, não querendo me assustar, disse que seria preciso retirar o nódulo no centro cirúrgico. Aparentemente, não parecia nada grave. É claro que fiquei um pouco apreensiva, porque não sabia exatamente do que se tratava, mas ao mesmo tempo entreguei tudo nas mãos de Deus e confiei. Na época, também tinha a expectativa de fazer junto a retirada deste nódulo uma cirurgia reparadora nas mamas e abdômen. Então, estava tranquila, pois pensava somente em tirar o nódulo e fazer as reparações. Mas meu cirurgião plástico disse que caso eu tivesse células malignas no nódulo, ele não poderia realizar as cirurgias plásticas, devido aos tratamentos que precisaria passar. Sem a certeza da doença, submeti-me à cirurgia. Quanto acordei da anestesia, soube que tinham realizado uma quadrantectomia e esvaziamento axilar na mama esquerda e percebi que não haviam realizado as plásticas. Foi aí que perdi meu chão.
ASN: O que aconteceu após a descoberta do câncer?
AV: Quando fiquei consciente que estava com o câncer de mama, realmente, fiquei muito abalada emocionalmente. Até porque, além de não ter feito as cirurgias reparadoras, agora estava mutilada. Foi muito difícil, apesar de ter recebido todo apoio e carinho da minha família.
ASN: Como foi o tratamento?
AV: Fiz 30 sessões de radioterapia. Somente quem já passou por isso sabe como o corpo e alma ficam sensíveis. A incerteza da cura, é a dúvida e angustia de todos os dias. Tive todo apoio e compreensão do meu chefe no trabalho com relação ao período de tratamento e melhora. Muitas pessoas acabam deixando o trabalho por falta de apoio e isso passa a ser uma preocupação a mais. No meu caso, continuar com a garantia de um emprego fez muita diferença na minha recuperação.
ASN: Houve alguma complicação após esse período?
AV: Após cinco anos de acompanhamento intensivo, o oncologista me deu alta e autorização para fazer a reconstituição da mama. As coisas foram melhorando, no entanto, nunca deixei de fazer o autoexame e a mamografia. Em março de 2015, exatamente 10 anos após a primeira cirurgia, detectaram um nódulo na outra mama com características suspeitas novamente. Eu e meu marido fomos a três médicos diferentes e a recomendação foi a mesma: mastectomia - visto meu quadro de câncer anterior. Poderíamos até optar por não retirar o nódulo, e continuar correndo o risco de aparecerem outros nódulos malignos. Não posso negar que fiquei muito triste, tudo que tinha passado há 10 anos voltou à tona. Porém, decidimos fazer a mastectomia. Felizmente, a biopsia deu negativo para as células malignas.
ASN: Após a cura, o que mudou na sua vida?
AV: Sempre fui muito ansiosa e preocupada com tudo. Mas creio que Deus me curou desde a minha primeira cirurgia. Desde então, procurei viver um dia de cada vez. Quem já teve uma primeira experiência com câncer de mama sempre fica com um ponto de interrogação sobre a volta da doença. Mas posso dizer que Deus deu a resposta da minha cura nesta última cirurgia. Não tenho dúvidas disso e sou muito grata a Ele por todo Seu cuidado e amor comigo de forma tão particular. Tenho procurado fazer a minha parte. Mudei muito meus hábitos alimentares e modo de vida. Meus valores hoje são outros. Tenho certeza que sou muito especial pra Deus e que Ele está me preparando para a eternidade. Tudo o que passei faz parte de um propósito maior.
ASN: O que você considera ter sido essencial na sua cura?
AV: Acredito que passar pela segunda cirurgia me fez ter a confiança da cura. Eu jamais conseguiria testemunhar com essa certeza antes de passar por tudo isso. Mas, posso afirmar que, minha comunhão com Deus é outra depois de 2005. Ter esta comunhão foi essencial para todo esse processo de cura. [Equipe ASN, Jhenifer Costa]