Comunidade árabe sedia debate sobre conflitos religiosos
São Paulo, SP...[ASN] A Comunidade Árabe Aberta é uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas que apresenta em sua liturgia aspectos da cultura árabe. Segundo o pastor Assad Bechara, “é uma casa que pensa na convergência, compreensão e no respeito a tod...
São Paulo, SP...[ASN] A Comunidade Árabe Aberta é uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas que apresenta em sua liturgia aspectos da cultura árabe. Segundo o pastor Assad Bechara, “é uma casa que pensa na convergência, compreensão e no respeito a todas as instituições”. O local – que está localizado na Vila Mariana – foi palco de um debate muito interessante.
O tema da discussão foi “Conflitos no Oriente Médio sob a ótica religiosa”. O mediador foi Giuliano Chaddoud, diretor do Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp. Compareceu também o Rabino Moré Ventura, que é professor em diversas escolas da comunidade judaica de São Paulo. O shake árabe, Houssam Ahmad El boustani também foi convidado, mas não pôde estar presente em virtude de um problema de saúde.
O assunto é delicado e divide opiniões, mas o objetivo do Público presente programa não foi tender para nenhum dos lados. O debate foi saudável, educativo e teve a participação do auditório. Os pastores Márcio Filipe e Assad Bechara, líderes da Comunidade Árabe Aberta, também participaram da discussão.
Entre os temas que foram abordados está a importância da “busca das soluções para um conflito no Oriente Médio, muito mais que apenas os motivos históricos do conflito”, diz o rabino Ventura. Ele achou o debate excelente e elogiou o nível das perguntas. “Muitas vezes as pessoas têm medo de não magoar as pessoas de outra religião e ficam com receio de fazer novas perguntas. Eu não senti isso por meio das pessoas que estavam hoje na plateia. Elas tiveram a preocupação de não magoar, mas souberam fazer a perguntas certas, fortes, difíceis e de forma adequada”, diz o líder judaico.
Rabino falando sobre o tema dos conflitos Para o mediador do evento, o diálogo aberto é muito importante, para que cada um possa expor as suas crenças. “A nossa ideia sempre foi ser a favor da liberdade religiosa e nada melhor do que fazermos o debate neste lugar. Aqui foi diferente, foi muito especial”, afirma Chaddooud. Ele promove discussões do mesmo gênero em outros lugares, como escolas e universidades.
Ricardo Pasqualini, 25 anos, ficou sabendo do debate pelo Facebook. Ele tem formação católica, estuda Relações Internacionais, e se interessa pela questão dos conflitos no Oriente Médio. “Nós devemos vivenciar o amor de Deus. Bastante diálogo é uma solução plausível para os conflitos hoje”, diz o estudante universitário.
“Aqui é uma casa de oração para todos os povos, começando com o respeito que temos pelos muçulmanos. Nós damos a eles o direito de defesa da sua imagem. Por extensão, não permitimos críticas a nenhuma religião. Nós estamos aqui dialogando sobre a convivência entre árabes e judeus e em extensão a convivência entre as nações”, afirma Bechara. [Equipe ASN, Isadora Schmitt]