No Paraná, alunos realizam ações contra o câncer infantil
A iniciativa foi acompanhada de perto pela imprensa local e programa de acolhimento de crianças diagnosticadas com câncer foram veiculadas nas afiliadas da TV Record e SBT em Maringá-PR
Entre os dias 11 e 16 de setembro foram realizadas em todo o país ações em benefício da comunidade - a Semana de Responsabilidade Social é uma iniciativa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) para aproximar o ensino superior da comunidade. As organizações que se engajam durante esse período recebem um o selo Instituição Socialmente Responsável, em contrapartida a permanência do benefício é condicional a comprovação das ações sociais. Há dez anos o Ensino Superior do Instituto Adventista Paranaense (IAP) mantêm este Selo. Em 2016, as ações da instituição têm sua ênfase na conscientização do câncer infanto-juvenil. As iniciativas do Setembro Dourado vão desde a entrega de materiais de conscientização e diagnóstico precoce até palestras em escolas da região e ainda um trabalho específico com crianças diagnosticadas com a doença.
Iniciativas institucionais
Segunda-feira (11) um stand foi posicionado logo a entrada do XIII Congresso Brasileiro de Administração. Quem passava para assistir as palestras recebia um marca-página com informações sobre sintomas para diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil. Terça-feira (12) uma palestra destacando as causas, sintomas e doação de medula óssea foi destinada aos pais de alunos do Colégio IAP e profissionais de educação de Ivatuba-PR e região.
A secretária de Educação de Ivatuba-PR, Maria Aparecida Trevizan Zanoni, que participou de uma das palestras de conscientização e prevenção do câncer, tratou de agendar uma visita dos alunos de enfermagem do IAP à unidade do ensino fundamental da escola pública da cidade, feita na quinta-feira (17) pela manhã. A importância que a educadora dá ao tema não está fundamentada em teorias, Maria Aparecida já sentiu na pele o que é receber um diagnóstico de câncer em sua casa, o esposo e o filho lutaram e venceram a doença. “É muito importante que os pais e educadores recebam informações para juntar forças na luta contra o câncer”, reforça.
Ivone Ramos Makgoem, tem três filhos - jovens e adolescente - assim que recebeu o convite da escola para participar do programa, atendeu prontamente. A experiência de uma amiga, que teve o filho diagnosticado com um câncer no braço e posteriormente sofreu uma amputação, fez com que Ivone valorizasse a oportunidade. “Esse conhecimento faz com que a gente não veja a doença como um mito, tira o medo. Nada como o conhecimento para gente buscar recursos de pessoas que passam por esta situação ”, acrescenta.
Dados do INCA
Uma pesquisa aponta que as pessoas buscam informação sobre a doença apenas quando um amigo ou parente próximo enfrentam o câncer. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), estima-se que ocorrerão cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil por ano em 2016 e em 2017. As regiões Sudeste e Nordeste apresentarão os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas regiões Sul (1.320), Centro-Oeste (1.270) e Norte (1.210).
Nem sempre a vivência é a responsável pela valorização das informações de prevenção da doença, o casal Ancelmo Gustavo Buttner e Claudete Corrêa Buttner conviveram com o problema, mesmo assim o convite do no Colégio Adventista Zona 4 de Maringá para uma palestra do Setembro Dourado foi aceito pelo simples fato de querer bem as filhas Amanda (10) e Érica (18). “Vemos sempre no noticiário casos de crianças que foram diagnosticadas logo no início da doença e conseguiram a cura”, conta. Ancelmo está correto, 70 % das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado, complementa da pesquisa do INCA.
Uma parte fundamental deste processo é a insistência dos pais diante de diagnósticos imprecisos. A diretora do CAM – Zona 4, Erica Miranda conta que no período em que trabalhou em Santa Catarina, uma de suas alunas chegou a ser diagnosticada com artrite, mas na verdade era um tumor no cérebro. A demora trouxe consequências irreversíveis a saúde da adolescente. “Até os professores bem informados podem ajudar os pais caso percebam alterações nos alunos, já que convivem boa parte do tempo ao lado deles”, reforça.
Um olhar cuidadoso sobre a criança foi a ênfase de todas as palestras ministradas por Noely Cibely, enfermeira especialista em musicoterapia, saúde pública; mestre em saúde do adulto e professora em Enfermagem Oncológica na Faculdade Adventista do Paraná. “Se você não conhecer muito bem seu filho não vai saber o que são alterações e o que é normal”, alerta a profissional, que realiza a última palestra do Setembro Dourado na cidade de Maringá, nesta sexta-feira (16) às 17h.
Superação
O olhar atendo de Daiane dos Santos Ramos, mãe da pequena Amanda de apenas 8 anos, salvou a vida da criança. A princípio Daiane identificou um caroço no rosto de Amanda em um mês a mãe tinha o diagnóstico de Leucemia em mãos. Após quatro anos de tratamento a criança retoma as atividades escolares e participa de encontros da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC). O mais recente foi uma visita ao IAP nesta quinta –feira (15), para uma tarde de atividades lúdicas no contato com a natureza. 13 crianças da RFCC participaram da iniciativa com direito a massagem, hora do conto e colher amoras.
Saiu na mídia
A visita das crianças foi acompanhada de perto pela imprensa de Maringá, e reportagens foram produzidas para as TVs afiliadas da Record e SBT. Para a psicóloga da Rede Feminina trabalhar com essas crianças é um privilégio, Fabiana Carmem dos Santos atua na Rede há 10 anos. “Trabalhar com eles é um grande aprendizado porque eles nos ensinam muitas coisas não só no período do tratamento. Às vezes temos a ideia de que eles irão falar só da doença, mas não eles têm uma rotina como qualquer criança e isso nos ensina algumas lições para vida”, aponta a psicóloga.
Enquanto crianças e familiares eram recepcionados no IAP, alunos do curso de teologia seguram para um programa de doação de sangue. A proposta é que os cadastros feitos também para doação de medula óssea, sejam avaliados para identificação de possíveis doadores. Atualmente a chance de um doador em potencial é de 1 para 300 mil, abrace esta causa.
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