Após estudo bíblico, paciente de quimioterapia e marido se batizam
O casal Tadeu e Cínthia teve o auxílio da adventista Cláudia Werneck para oficializar o casamento e realizar o desejo de se batizarem
Campo Grande, MS...[ASN] Quando você para pra pensar na brevidade dessa vida, começa então a desejar a eternidade que está por vir. “Hoje entendo que essa vida é passageira e o que mais importa é construir um caminho que me levará ao céu”, acredita Maria Cláudia Wenerck.
A representante comercial teve uma experiência com Deus, segundo relata, tão real que a inspirou a falar desse amor às pessoas. “Eu estava afastada da igreja e retornei no início do ano, e decidi me batizar novamente. Nesse processo pelo batismo, orei a Deus e pedi que me enviasse uma pessoa para eu ajudar nessa caminhada espiritual”, conta.
Certo dia durante um culto na igreja adventista central de Campo Grande, Cláudia ouviu um homem pedindo oração por sua esposa que tinha câncer. “Escutei claramente a voz de Deus me dizendo para procurar o Tadeu e oferecer ajuda. No final do culto, o procurei e me apresentei, conheci a história dele e da Cínthia (esposa), e me comprometi a ajudá-los”, diz.
O eletricista Tadeu Miranda e sua companheira Cínthia Cabrera, quinzenalmente vêm a Campo Grande para as sessões de quimioterapia dela - que sofreu metástase após um câncer no colo do útero que progrediu para a região pélvica. “Eu estava em um momento muito frágil, mas Deus me deu forças para ajudar alguém que precisava ainda mais. Fui até o hospital onde a Cínthia estava para levar fraldas e visitá-la e naturalmente essa ação foi um impulso para que eu melhorasse meu estado também”, enfatiza.
O casal, segundo conta Cláudia, já vinha fazendo estudo bíblico na cidade de Ivinhema, região sul do Estado -, e nas viagens a Campo Grande para as sessões de quimioterapia, Tadeu aproveitava para visitar a igreja. “Eles viviam juntos, mas não eram casados oficialmente e queriam se batizar. Mesmo com o estado de saúde da Cínthia agravado ela decidiu pelo batismo”, conta Cláudia.
Sabendo do desejo do casal pelo batismo e também conhecendo a realidade deles, Cláudia começou então a resolver os detalhes do que viria a ser o casamento de Tadeu e Cínthia. “Depois de conversar com eles e dizer que eu cuidaria do que precisavam para o casamento, cheguei em casa e pedi a Deus orientação e tive a resposta para ir em determinado cartório. Lá, as portas foram se abrindo e me falaram da ‘Justiça Itinerante’. Pelo fato de a Cínthia ser nascida no Paraguai, esperei que tivesse algumas burocracias para a realização do casamento, mas para minha surpresa, Deus já tinha cuidado de tudo e a solução veio mais rápido do que eu esperava”, emociona-se ao relembrar a ‘pressa’ do casal em oficializar as coisas por conta do estágio avançado da doença da esposa.
Casamento e batismo
Marcada a data o casal precisaria estar na capital no dia certo. Mais um vez, destaca Cláudia, ela viu que Deus estava conduzindo toda a história. “A data do casamento coincidiu com o período em que eles estariam em Campo Grande para a realização de alguns exames da Cínthia”, pontua.
E foi em uma quinta-feira do mês de julho, pela manhã, que o casal Tadeu e Cínthia assinou os papéis e se tornou oficialmente uma família perante a lei dos homens. “Por conta do estado de saúde debilitado da Cínthia, o juiz a casou dentro do carro, pois ela não tinha forças para sair do veículo. Isso é algo que me impressionou muito: a força de vontade que ela teve. Mesmo fraca, doente, juntou forças para se casar e, enfim, se batizar. Ela tem muita fé”, ressalta.
Dois dias depois o batismo do casal aconteceu em Ivinhema, cidade onde vivem. “Eu já tinha começado a estudar a Bíblia há algum tempo, mas tinha me afastado da igreja. Agora, percebo que tudo começou a se encaixar em nossas vidas e nos preparamos para ver Jesus voltar”, enfatiza Tadeu.
Para Cláudia, que também passou um período longe de Deus, o testemunho do casal tem grande significado para sua vida. “Eu senti, na prática, que a fé sem obras é morta e sem isso é impossível agradar a Deus. Diante da história da Cínthia, que entendeu que precisa estar mais perto de Cristo, não importa qual a situação em que se encontre, eu não quero mais perder tempo”, analisa Cláudia, e vai além: “ajudei o Tadeu e a Cínthia com o que eles precisavam naquele momento para cumprir o desejo de se batizarem. Mas olho para a nossa história de amizade e tenho certeza que eles me ajudaram muito mais. A cura maior foi minha. Hoje, entendo que como cristãos, nós somos servos e precisamos trabalhar em prol do evangelho”, finaliza. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]
Fotos: Cláudia Wenerck