Comunidade da Rocinha (RJ) ganha Clube de Desbravadores
Com apenas duas semanas de atividades, clube Comunitá-Rocinha já tem mais de 50 inscritos.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia está presente há 16 anos dentro da comunidade carioca da Rocinha, a maior comunidade carente do país, na forma do projeto social Comunitá-Rio. Graças ao trabalho deles com as famílias da região, foi possível a criação de uma grande empreitada: a criação de um Clube de Desbravadores dentro da comunidade. Com apenas duas semanas de atividades, o Clube já tem mais de 50 inscritos.
O Clube de Desbravadores é uma atividade gratuita destinada a crianças de 10 a 15 anos, para desenvolverem talentos e promoverem atividades ao ar livre. O desbravador recebe atenção espiritual, participa de atividades de integração social, brincadeiras, reflexões, discussões de ideias e recebe ensinos de civilidade através da ordem unida. Apenas metade dos integrantes são adventistas e a religião não é um pré-requisito para entrar no clube.
O organizador do Comunitá-Rio, Harrison Marques, fala do surgimento do clube: "a gente percebeu que precisávamos agregar a esses meninos valores de disciplina, respeitabilidade aos mais velhos e todos os valores que o desbravador têm". Ele completa dizendo que ficou encantado com a quantidade de especialidades que um desbravador pode ter e que implantar esse projeto na Rocinha iria ajudar no crescimento social das crianças. "Isso vai somar muito para dentro da casa deles", afirma.
Durante dois meses líderes de desbravadores da região do Rio de Janeiro estudaram a criação do clube na Rocinha e se reuniram periodicamente com os interessados para colocar o plano em prática. Em apenas duas semanas o clube já tinha um local para as atividades, uniforme, nome e mais de 50 inscritos. Suas reuniões acontecem todos os domingos após o almoço e duram em média duas horas. "De uma hora para a outra a gente viu que estava tudo andando. E Deus também deu uma força muito grande", disse Harrison.
"Muitas vezes essas crianças não são cuidadas pelos pais, mas pelo tio, avô, vizinho, amigo. Eles precisam aprender a respeitar os mais velhos e quem governa ao redor deles. Alguns vêm para cá rebeldes e com poucas reuniões já mudam completamente", revela Harrison. Um exemplo dessa diferença é Francisco Lima, de 14 anos. Sua mãe, Leonice Lima, explica que agora seu filho a respeita mais e está bem mais calmo: "ele mudou em vários aspectos e agora tem mais responsabilidade, que é o mais importante".
Para os líderes de desbravadores do Rio de Janeiro, o exemplo de Francisco é apenas um dos muitos que podem surgir na região. "O desenvolvimento dessas crianças irá levá-las a ser cidadãos com maior caráter e chegar ao caminho de Cristo", diz Sandro Soares, coordenador de Desbravadores da região de Santa Teresa.