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Festival reúne 15 líderes de crenças diferentes para debater a tolerância religiosa

1º Festival de Liberdade Religiosa de Mogi das Cruzes reuniu mais de 300 fiéis e líderes de 15 religiões diferentes.


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1º Festival de Liberdade Religiosa reuniu 15 líderes de crenças diferentes para debater sobre a tolerância das crenças. (Fotos: Mairon Hothon)

Mogi das Cruzes, SP…[ASN] Um encontro que ficará marcado na história da religiosidade na região do Alto Tietê, em São Paulo. No último sábado (14), fiéis, adeptos e mais de 15 líderes de crenças diferentes estiveram reunidos para falar sobre a tolerância religiosa e de como cada um pode se unir para buscar os direitos dessa causa. O 1º Festival de Liberdade Religiosa de Mogi das Cruzes (SP) aconteceu na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no bairro do Brás Cubas.

“Pelo próprio histórico da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nós sofremos muitas perseguições ao longo da história, e isto nos faz querer abrir as nossas portas para que nós tenhamos uma facilidade de aceitar melhor o outro e também pregarmos o Evangelho”, diz o anfitrião do evento e presidente da Igreja dos Mórmons da Estaca de Mogi das Cruzes, Antônio Bernando.

Organizado pela Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania (Ablirc), com o apoio da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o encontro trouxe para o centro dos debates o respeito e a tolerância religiosa entre as pessoas e crenças. Apesar do Brasil ser um dos países mais pacíficos em relação a esta tolerância, o Ministério Público normalmente registra casos de ações movidas contra as igrejas além de perseguição de crença.

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Presidente da Ablirc, o advogado Samuel Luz.

“Ao tratarmos do direito que cada um tem em relação a sua religião, nós não estamos falando de ecumenismo, nós estamos falando sobre preservação do direito. E sobre este abismo nós temos que construir uma ponte a qual se pudéssemos dar um nome para ela se chamaria respeito. Eu até posso discordar da forma do outro pensar, mas preciso respeitar”, defende o presidente da Ablirc, o advogado Samuel Luz.

Durante uma tarde inteira os fiéis puderam trocar experiências e saber qual era a opinião de cada líder religioso sobre o assunto. O programa ainda contou com a participação musical dos cantores Tarsis Iraídes e Rawfy Welton da Gravadora Novo Tempo, além do conjunto musical Musivida, da Igreja Adventista de Mogi das Cruzes, e do coral da Igreja dos Mórmons do bairro de Brás Cubas.

“Entender e respeitar a opinião do próximo é o básico do cristianismo. Podemos muito bem nos relacionarmos com outros cristãos sem necessariamente tornar nosso encontro em um culto ecumênico. Aqui estamos abrindo um canal de diálogo, manifestando nossas crenças e nos respeitando”, comenta o líder adventista de Liberdade Religiosa para a região, pastor Jefferson Castilho.

Para o representante da religião de matriz africana, o verdadeiro respeito entre as religiões começa quando a pessoa se coloca no lugar do outro e percebe que sempre atrás de qualquer fachada de local de reuniões de culto existem pessoas, seres humanos iguais aos outros.

“Eu tenho 33 anos de idade e apenas há três estou nesta militância de consciência, e o que eu tenho aprendido com relação a cultura do outro é algo fora do comum, mas isso foi porque eu busquei, eu senti a necessidade de sentir a dor do outro, para eu também defender o outro e cobrar quando o mesmo acontecer”, ressalta o babalorixá Silva Ribeiro.

O evento contou com a participação ainda da Coordenadora de Defesa da Cidadania da Secretaria da Justiça de São Paulo, profª Vania Soares, do representante do International Religious Liberty Association, Dr. Alcides Coimbra, que é a mais antiga instituição defensora da liberdade religiosa, em exercício, desde sua fundação em 1893, além de representantes dos harechrishinas, islâmicos, judeus, católicos e evangélicos.

Liberdade Religiosa no Mundo

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Ao final da programação, líderes receberam uma medalha de reconhecimento pela luta em prol da Liberdade Religiosa.

Segundo o relatório da Pew Forum on Religion & Public Life, um organismo de investigação internacional, 70% da humanidade enfrenta limitações para a prática de sua fé. Já de acordo com a organização cristã internacional Portas Abertas, só em 2014 foram listados dez países onde se enfrenta violência e perseguição para cultura religiosa, como a Coreia do Norte, Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão, Irã, Paquistão, Eritreia e Nigéria. O Brasil é considerado o país mais tolerando com a diversidade religiosa.

Lei Municipal

Em Mogi das Cruzes, já existe uma lei (123/13) de autoria do vereador Clodoaldo Moraes que institui a Semana de Conscientização da Liberdade Religiosa.

“A bandeira da Liberdade religiosa deve ser a cada dia avançada e cada dia conquistada porque nós sabemos que existe todo um preconceito independente de religião, raça, credo e esse festival foi um marco para o início do diálogo e da efetivação de políticas públicas para isso”, afirma o vereador Clodoaldo de Moraes. [Equipe ASN, Mairon Hothon]